Capítulo 14-"O caçador"

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Ceres, Mavmarir e Karna veem dois inquilinos estranhos se aproximando, um deles com claras más intenções. Miyahara se aproxima do "pote de ouro" que encontrou no meio de Cartadius.

"Olá belas damas." Diz Miyahara, se aproximando dos três. "Eu sou Miyahara, e vocês são?"

Ceres dá um passo para trás para evitar qualquer contaminação ou contágio da burrice de Miyahara, então o samurai vai em direção a Mavmarir.

"Que bela dama que você é. Saiba que a pele vermelha não me incomoda, eu sou de todos os gostos." Diz Miyahara.

Ceres, Karna e Akash observam em silêncio o samurai beijar a mão de Mavmarir enquanto diz as belas palavras.

"Ah, obrigado?" Diz Mavmarir. "Mas eu não sou mulher."

"Ah..." Miyahara olha no fundo dos olhos do tiefling e decide deixar os últimos segundos de lado para o bem de sua sanidade mental.

"E você?" Continua Miyahara para Karna. "Não é muito o meu tipo mas se quiser tamo ai."

"Olha que garoto atrevido." Diz Karna com um sorriso no rosto. "Meu nome é Karna Arvana. Se um de vocês bonitinhos quiserem fazer parte do meu time quem sabe eu não penso na sua proposta."

"Seu time?" Pergunta Akash.

Akash não reconhece o nome "Karna Arvana", mas Mihara sente que já ouviu falar dela quando estava em Kefala. Aparentemente, pelo que dizem os boatos, ela é a líder de uma famosa família de aventureiros e também alguém bem forte com a alcunha de "A Caolha".

"Eu e os dois ali estamos precisando de mais uma pessoa para completar os representantes de Rubruv no Torneio da Conquista. Que tal, vocês topam?"

"Putz." Diz Miyahara. "Já estamos em um time. Atervos."

"Então vocês vão ser nossos rivais..." Diz Mavmarir, que para sua fala ao perceber uma súbita mudança no comportamento de Karna e Ceres.

"Ei, pirralhos..." Diz Karna, enquanto saca lentamente seu montante. "Lembra do que eu disse dos fortes atraírem os fortes?"

Nem Ceres nem Mavmarir nem Miyahara tem reflexos o suficiente para ver um rápido vulto pulando de telhado em telhado até chegar no telhado da casa mais próxima e então pular no meio de Ceres, Mavmarir e Miyahara. Quando dos três reagem aos movimentos do vulto, ele some e reaparece em cima da casa atrás deles.

O vulto para de se movimentar e revela sua forma. Ele veste um grande e longo casaco de pelos e tem uma fisionomia forte e poderosa. Sua pele é negra e ele tem um moicano branco, claramente um elfo negro, mas o que mais chama atenção nele é sua arma, um sabre com uma lâmina vermelha.

Aquele era o ser de lendas antigas contadas por praticamente todas as raças, a lenda das Treze Calamidades. Eles são vistos como demônios, forças da natureza que destroem tudo na sua frente imbuídos por uma raiva e ira imparável. Aquela calamidade em especifico era conhecida por seu estilo de luta similar a uma fera selvagem, seus golpes eram tão rápidos que suas vitimas não conseguiam nem ver seu rosto enquanto morriam. Os poucos que sobreviveram a seus ataques o chamaram de "O Tigre Negro"

"Viram?" Diz Karna, sacando seu montante. "Agora é só convencer."

"Olha só... Parece que achei uma caçada interessante." Diz o Tigre Negro enquanto afia seu sabre. "Vamos ver o que os gladiadores do Torneio podem fazer."

"Ah, que saco." Diz Akash, enquanto anda calmamente para longe da confusão. "Depois tu da um jeito de me encontrar viu samurai."

Miyahara olha para trás e vê Akash se juntando com o vento e sumindo do nada. O samurai aproveita e já toca em seu peito, imbuindo em si uma energia arcana que forma uma armadura para protege-lo da ameaça.

O Tigre Negro ignora a presença de Miyahara e anuncia que vai começar sua caçada, e então aparece entre Mavmarir e Ceres. O bardo não teve tempo de se preparar para o golpe, armar sua defesa ou sacar sua batuta, então é cortado no rosto por um golpe da calamidade, que logo depois emenda dois golpes em Ceres, que tem reflexos o suficiente para desviar dos dois golpes que mirava sua cabeça.

A calamidade estampa um sorriso no rosto, mas rapidamente ele some ao ver Ceres se armando para um contra ataque. Ela se prepara e seus passos e movimentos se assemelham com alguma espécie de dança ameaçadora. Ela não carrega nenhuma arma em sua mão, mas subitamente uma fina energia negra se forma em sua mão e toma o formato de uma rapieira de energia negra.

Enquanto a rapieira se aproxima do rosto da calamidade ela imbui uma energia poderosa que irrompe o ar. Qualquer um, principalmente a calamidade, já experiente em combates mortais, consegue identificar o perigo do golpe. O Tigre Negro então ajeita sua postura em combate, antes desajeitada, e em poucos segundos leva sua Kurokiba, o sabre de lamina vermelha, para baixo da rapieira negra de Ceres, enquanto desvia da trajetória do golpe, assim empurrando-o para cima.

Ceres se surpreende pois tinha certeza que acertaria o golpe. A surpresa, a velocidade, a energia colocada no golpe eram perfeitos, mas mesmo assim em instantes a calamidade desviou, foi por pouco, muito pouco, mas desviou. Apesar disso uma parte do fio da rapieira passa de raspão na calamidade, que ainda sente uma leve dor, mas consegue se concentrar e desviar do segundo golpe de Ceres, uma estocada direta em seu rosto.

O olhar de Ceres e da calamidade se entrelaçam, quase como se o cruzar de seus olhares formassem faíscas de rivalidade entre os dois. Quando os dois estavam mais concentrados é que eles não percebem Karna ao lado deles, segurando seu montante. A calamidade não tem tempo de reagir ao golpe da aventureira, que balança sua arma jogando-a para trás e abrindo a postura com um único golpe. Seu montante irradia fogo e corta o ar, acertando o peito do Tigre Negro e o lançando contra a parede da casa mais próxima. Para sorte da calamidade, Karna o acertou com a lateral do montante, sem intenção real de machuca-lo.

"Ok! Ok! Terminamos por aqui!" Grita Karna enquanto guarda o montante ja apagado nas costas. "Agora que vimos que ele é forte temos um time completo. Bora pra Dominicia!"

"Espera o que?" Diz o Tigre Negro enquanto sai de cima dos tijolos da casa.

"Você é Tomoki, o Tigre Negro, não é?" Continua Karna. "É bem forte, tão forte quanto os dois aqui. Da pro gasto, vamo lá."

Ceres desmantela sua rapieira e Mavmarir se acalma. Miyahara desativa sua armadura arcana, apesar de não estar entendendo nada.

"Quem disse que eu vou com vocês?" Grita Tomoki.

"Olha, eu sei que você gosta de caçar pessoas fortes, por isso fiquei zanzando pela cidade esperando você ou um dos palhaços de arma vermelha aparecer. Lá em Dominicia você vai enfrentar gente tão forte quanto a gente. Não é algo bom?"

Tomoki para alguns segundos para pensar, depois guarda sua kurokiba e tira a poeira do casaco.

"Tá certo, mas depois eu quero uma revanche com a mulher." Diz Tomoki, olhando pra Ceres.

"Tsc, você é lento demais pra mim." Diz Ceres.

Karna percebe os dois se bicando e impede os dois de começarem outra briga. Mavmarir vê Mihayara coçando a cabeça e olhando em volta, e então vê Akash voltando para lá, em cima de um telhado.

"Ae samurai! Anda logo que temos pouco tempo pra aproveitar!" Grita Akash de cima de um telhado.

Miyahara se aproxima e Akash cai, então a dupla se despede dos esquisitos de Rubruv e vai até outra direção de Cartadius em busca de um prostibulo. Karna anuncia que, agora que os representantes de Rubruv estavam completos, eles deveriam rumar imediatamente até Dominicia, afinal eles tem apenas dois dias para a reunião das equipes. Com o grupo formado, Karna, Ceres, Mavmarir e o mais novo membro Tomoki rumam até a capital da Ilha de Flávia.

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