Capítulo 126-"Interlúdio Parte 2"

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Lansios e Syllael se mantinham em um silencio constrangedor. A "derrota" de Akash parece ter abalado os Conquistadores de Atervos. Nesse momento, o próprio ladino volta da ala medica. Ele tem alguns ferimentos aparentes, normalmente cobertos por bandagens, mas seu olho direito já estava tampado pela bandana amarela de sempre.

"Vejo que está de volta." Diz Lansios, que se levanta imediatamente e vai até Akash. "O que tem a dizer para mim depois desse humilhante fracasso?"

"Fracasso?" Akash, que conservou um certo respeito por Rhastiel, percebe a arrogância do alto elfo. "Acho que você entendeu as coisas errado. Eu não perdi, e aquele garoto era bem fort-"

"Forte? Você perdeu para um meio orc comum com uma espada imprestável." O ambiente começa a ficar mais tenso junto a raiva de Lansios. "Cometa um erro desses de novo e eu te mato."

Akash sorri.

"Ora, se quer tanto, pode vir." O ladino faz um sinal para chamar Lansios em uma luta. "A qualquer momento, a qualquer lugar, eu e você. Só chamar."

Os dois se olham em silencio por alguns segundos. Syllael olha empolgado, esperando para ver quem fará o primeiro movimento. Lansios suspira.

"Hmph, que seja. Sua forma de fantasma ainda está muito bruta, você deve poli-la mais." Lansios ouve a plateia gritar seu nome e de Linnor. "Parece que chegou minha hora de lutar."

Akash passa pelo capitão e vai sentar em sua cadeira, mas Lansios o interrompe.

"Eu tenho um pequeno pedido a vocês. Enquanto eu luto, quero que façam algo pra mim."

Akash realmente não suporta Lansios, mas para as coisas irem como ele planeja, não existe outro jeito se não ouvi-lo. Ele e Syllael olham para o capitão, que começa a passar seu plano.

Enquanto isso, a arena já tomava forma para o confronto de Lansios e Linnor. Ela estava com sua aparência comum, aquela areia batida padrão. Pelo que parece, ambos concordaram em lutar em um terreno neutro.

"Então chegou a hora deles se enfrentarem." Diz Elerd. "Era inevitável que acontecesse, mas certamente demorou."

"Desculpe me meter nesse assunto de novo, companheiro Salazar, mas para quem você torcerá nesse confronto?" Pergunta Ulbrok.

"Não me importo com quem vença, contanto que Sherwood saia vivo para que eu possa mata-lo eu mesmo." Responde Salazar, ríspido.

Miz'ri pega seu livro de novo, já que a luta de Akash tinha terminado e ela não tinha mais motivos para ver a nova luta. Por ser a única que não estava conversando, ela é a primeira a perceber a presença de um quinto na sacada.

"Saudações, Conquistadores de Caerulin." Dominic entra batendo na parede. "Tem um tempo para conversar?"

"Oh, o diplomata de Flávia. Claro, fique a vontade." Responde Elerd.

"Então, com licença." Dominic se aproxima e olha tanto para o capitão quanto para Ulbrok e Salazar. "Vim aqui para falar sobre um homem em específico: Lansios Highal."

"Você tem minha atenção." Diz Elerd.

"Ótimo. Não sei o quanto você sabe sobre ele, Qinlar, mas Lansios é uma pessoa perigosa, como vocês já devem imaginar pelo que ele fez com o jovem Naqrin. Ele lutará agora, mas suas ações são imprevisíveis, então peço que tomem cuidado."

"Certo. Já sabíamos disso tudo." Diz Elerd. "Era só isso?"

"Não." Responde Dominic. "Quando o problema acontecer, e vai acontecer em algum momento, peço que se lembrem do que estou falando. Se juntar a Lansios é suicídio. Ele não é confiável."

"Então quer que nos aliemos a você?" Pergunta Ulbrok.

"Eu já conversei com os Conquistadores de Rubruv e os Conquistadores de Albalor. Todos estão de acordo. Pouco a pouco vamos cercando Lansios." Responde Dominic. "Então é uma aliança mútua entre todos."

"Entendo. Obrigado por avisar sobre." Responde Elerd.

"Desculpe a pergunta tola, mas essa aliança terá um nome?" Questiona Ulbrok.

"Sim..." Dominic respira profundamente e solta: "Os Conquistadores de Dominic."

Elerd e Ulbrok se olham envergonhados. Salazar apenas ignora o nome enquanto Miz'ri se segura pra não engasgar.

"Entendo." Responde Elerd. "E o que vai fazer agora?"

"Vou falar com os Conquistadores de Prasinui. Se tivermos a ajuda deles, seremos imbatíveis." Responde Dominic. "Então, posso contar com vocês?"

"Não sei pelos meus companheiros, mas eu ajudarei." Responde Elerd.

"Tô dentro!" Grita Ulbrok.

"Eu realmente não me importo." Resmunga Salazar. "Façam o que quiserem, só não toquem no Sherwood."

Miz'ri vira a página do livro.

"Entendo." Diz Dominic. "Então, se me dão licença, estou de saída."

O diplomata se vira e deixa os Conquistadores de Caerulin a sós novamente.

"É um nome terrível, não?" Pergunta Ulbrok para Elerd. "Conquistadores de Dominic?"

"Ulbrok. As vezes um homem precisa de um grupo para chamar de seu." Diz Elerd, num tom filosófico.

"Ah, entendo!" Diz Ulbrok, em êxtase, compreendendo o que Elerd quis dizer (ele não quis dizer nada.)

Enquanto isso, Cícero, Savios e os Venationes olham para a arena com orgulho.

"Veja, Mestre Cícero, a arena está perfeita para o confronto entre os capitães." Diz Savios, orgulhoso. "Será um duelo incrível, tenho certeza."

"Parece que tudo caminhou para esse confronto." Diz Cícero, com um sorriso empolgado no rosto. "O representante do individualismo contra o representante do povo. É como poesia, rima."

"Senhor Savios!" Um guarda se aproxima da sacada do Imperador.

"Já falei para não interromper a vista do Imperador! Diga-me o que é ou saia logo!" Grita Savios.

"Sim, senhor! Eu achei isso!" O guarda tira de trás dele um estranho maltrapilho. "Antes ele estava nas masmorras debaixo do coliseu, mas achamos ele vadiando pelos corredores!"

"Nas masmorras?! Então a Besta do Deserto...?!"

"Sim, ela sumiu."

Savios parece que vai explodir de tanta raiva. Os guardas se olham, meio confusos, enquanto seguram alguns maltrapilhos que pegaram. Cícero olha para o minotauro.

"Savios."

"Sim, Mestre?"

"Resolva."

"Sim!" Ele se vira para os guardas. "Homens, temos que achar a Besta do Deserto a todo custo!"

"Eu posso resolver isso para você." Diz uma voz que adentra a sacada.

Era Aelia Venatios, uma das nobres de Flávia. Ela mostrava aquele sorriso diabólico que poucos conseguem fazer.

"Eu sei onde a Besta do Deserto está."

Savios a segura pela gola.

"Então diga! Diga, mulher promíscua, onde ele está!"

Aelia segura as mãos de Savios e o acalma.

"Certo. Ouça com atenção..."

Old Dragon: Torneio da Conquista Onde histórias criam vida. Descubra agora