Capítulo 148-"Dois Horizontes"

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Com a chegada de Otan Veller no campo de batalha os mares da luta pareciam mudar repentinamente de direção. Em um instante parte considerável dos ferimentos de Mavmarir, Vaeskia, Rhastiel e Salazar foram recuperados pelo clérigo.

Miz'ri observa atentamente o que ele fez. Não a toa, ele de fato é um gênio quando o assunto era a cura. Otan usou sua Vontade da Natureza, a alabarda que armazena magias, para conjurar rapidamente um campo divino que maximiza suas capacidades curativas.

Isso explicava como a segunda magia que ele conjurou, dessa vez por conta própria e não armazenada na alabarda, curou tanto seus companheiros. De qualquer forma, a presença do clérigo lá seria problemática.

Revitalizado por Otan, Rhastiel avança e rapidamente alcança o Devoto de Jivin Ulbrok. Antes mesmo da magia de Salazar o meio orc já tinha uma velocidade e impulso invejável, comparados com o de Tomoki, mas agora ele estava ainda mais rápido.

Uma estocada rápida e um corte horizontal colidem com a glaive do Devoto, e logo depois Rhastiel supera a velocidade do monstro com uma estocada de raspão no ombro dele. O Devoto nem se permite virar para Rhastiel, ele estava com todo seu foco direcionado em Otan.

Enquanto isso, uma outra batalha acontecia nem tão distante de lá. Azon havia acabado de chutar Lansios no cercado, mas aquele golpe, apesar de surpreendente, não parece tê-lo machucado muito.

O clérigo se levanta enquanto limpa a sujeira e ajeita sua roupa de batalha.

"Ora... Os seguidores do Sherwood são realmente fortes, mas eu não planejo desistir."

"Ah, que bom." Responde Azon. "Se você desistisse eu ia me sentir muito mal pra amassar essa sua cara feia."

Sem perder tempo, Lansios decide iniciar o duelo. Ele faz um rápido sinal de mão e quatro dele surgem no meio da sacada do Imperador, cercando Azon.

"O ultimo aviso, hobgoblin. Posso poupar sua vida se lutar por mim."

Azon olha em volta e cheira o ambiente. Um instante depois, Lansios era acertado por um soco na barriga e jogado contra a parede do corredor.

"O que?!" Diz Lansios olhando para o impacto. "Mas... Como?! Como você conseguiu distinguir o verdadeiro?!"

"Eita, que cagada! Eu acertei de primeira!" Grita Azon. "Esse é meu dia de sorte, se prepare, elfo!"

Lansios ergue sua mão a frente e conjura alguns portais pequenos que lançam vários raios radiante na direção de Azon. Ele desvia e deflete os golpes que vão na sua direção, mas Lansios ergue dois dedos e acumula energia divina que emana até a mente de Azon.

Diferentemente de seu corpo, a mente do hobgoblin não era tão protegida assim, o que geraria um problema para ele. Repentinamente, em meio a suas defesas e ataques nos raios radiantes, memorias começam a jorrar de seu consciente.

Bem ao sul do continente de Helísia existe uma civilização pouco conhecida, mas muito temida: a terra dos hobgoblins. Naquela lugar há uma grande cultura de combate, por isso os jovens hobgoblins começam a ser treinados para a guerra ainda quando crianças e aos quatorze anos passam por um rito de iniciação, onde são testadas sua força e coragem, depois do qual são considerados adultos.

Quando pequeno o jovem Azon foi recolhido e treinado arduamente durante toda a sua infância para se tornar um exemplar perfeito de soldado. As custas de perder sua infância e não ter nenhum laço afetivo com basicamente ninguém, Azon foi estupendamente bem no exame e se tornou um soldado rapidamente.

Anos treinando naquela terra fizeram de Azon um exímio guerreiro, mais especificamente um forte monge de combate do local, porém a cada dia que se passava uma rebeldia interior despertava em Azon. Ele continuava a seguir as ordens dos superiores na hierarquia, mas algo dentro dele  começava a crescer toda vez que ele era ordenado.

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