Capítulo 2

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Alguns dias depois era quinta feira, recebi uma mensagem do Tales falando que a Rafa não se sentiu bem e estava no hospital. Eu entrei no carro e voei para o hospital. – Tales...

Tales: Oi Nat – me abraçou.

Eu: Como ela está?

Tales: Está fazendo alguns exames. Ela está com contração prematura e teve um pequeno sangramento. – logo o médico veio. E ai?

XX: Ela está bem e o Theo também. Mas eu recomendo que ela já pare de trabalhar, fique mais quietinha. Essa noite ela vai passar aqui, vamos monitorar o bebê e ficando tudo bem ela vai pra casa. Ela tem um trabalho e ela vai falar com a chefe dela e depois ficar em casa e esperar esse pequeno chegar. – eu fui ver a Rafa com o Tales.

Eu: Hei... Que susto.

Rafa: Nem me fala Nat... Mas estamos bem né filho? – fez carinho na barriga.

Eu: Eu aceito ficar no seu lugar no trabalho.

Rafa: Obrigada. Eu já tinha falado com a minha chefe. Na segunda vamos até lá, vou te apresentar a ela e aos funcionários da casa, você vai ficar por dentro de tudo que for necessário.

Eu: Tudo bem. – fiquei mais um pouco ali e fui embora. Eu passei o final de semana inteiro ansiosa. Eu passei na casa dela na segunda bem cedo para irmos para a casa da chefe dela.

Rafa: Vamos ao que você precisa saber já que você assumirá meu posto... O nome dela é Priscilla Pugliese. Ela tem 33 anos. A dona Priscilla sofreu um acidente de helicóptero com a esposa dela. Ela que pilotava. Isso aconteceu faz uns 3 anos. A dona Malena faleceu no acidente e dona Priscilla ficou muito mal no hospital por uns 4 meses. Depois disso ela virou outra pessoa. Ninguém além de mim e do braço direito dela na empresa dela o Rodrigo Tardelli entra no escritório e no quarto dela. Quando ela desce para comer, ninguém fica na sala de jantar, nem transitando pelos corredores. Isso desde que ela saiu do hospital. Todo mundo já a viu, mas ela não gosta de se fazer presente de que fiquem vendo-a. Os pais dela moram na Gávea, na casa que era dela. Ela nunca mais foi pra lá desde o acidente, a mãe dela mora lá com o marido, o filho e a filha dela fica lá durante a semana as vezes. Ela tem marcas do acidente, no rosto, no pescoço, no braço, na lateral do corpo e na perna. Ela pode fazer uma plástica para resolver isso, mas ela ainda precisa esperar mais um pouco. Ela quando precisa ir ao médico tem toda uma escolta um preparo para isso. Ela sente muitas dores porque teve diversas fraturas difíceis de curar e também parte é emocional eu acho. Entrar na piscina relaxa muito o corpo dela. Os dias que ela fica muito nervosa, são os dias que ela mais sente dor. Pode ser que você não a veja, é natural dela. Ela é ríspida muitas vezes, pode ser grosseira, não é sinal que ela não goste de você, é o jeito dela. Ela endureceu muito depois da morte da esposa dela. - Eu já estava estava ficando preocupada e pensado se não seria uma roubada tudo isso. Chegamos lá as 8 da manhã, a casa cheirava a café fresco, a mesa do café da manhã já estava posta na grande mesa de jantar. A casa era realmente imensa. O portão até a porta principal, acho que são uns 500 metros. Era toda cercada, cheia de seguranças armados. A vista era espetacular. Aquela mansão deveria acabar com a fome no mundo de tão cara que deveria ser. Eu estava realmente impactada. – Bom dia Celeste.

Celeste: Bom dia dona Rafaela.

Rafa: Essa é a Natalie Smith, ela que ficará no meu lugar a partir de amanhã ok?

Celeste: Muito prazer.

Eu: O prazer é meu.

Rafa: A mesa já foi posta?

Celeste: Sim dona Rafaela, está tudo arrumado.

Rafa: Ela já acordou?

Celeste: Ainda não.

Rafa: Ok... Vem comigo Natalie. – fomos para a sala de jantar. – Precisa checar se está tudo na mesa. Café, suco, leite, água, frutas, ovos, bolo, ela ama bolo. A qualquer hora ela ama bolo. Ela se serve sozinha, não precisa ficar aqui. Os jornais é só coloca-los nessa bandeja que ela vai pegá-los... As cortinas são abertas quando chegamos pela manhã, as janelas também para circular o ar. E quando vamos colocar a mesa, fechamos tudo, inclusive as cortinas. Ela não transita pela casa com as cortinas abertas. O escritório dela é limpo duas vezes na semana pela manhã. Temos uma planilha num pequeno escritório que eu uso na área dos funcionários. Ela toca uma campainha sempre que vai descer, então ninguém fica na área ok? – eu estava achando aquilo coisa de outro mundo, sinceramente. Quando ela terminou de falar a campainha tocou. A gente saiu da sala de jantar e ela me levou para o escritório que usa. – Esse quadro tem todos os funcionários da casa.

Eu: Nossa... São muitos.

Rafa: Sim, são muitos. É uma propriedade gigante, então são muitos para limpar a casa, são muitos para cuidar da jardinagem e da piscina, são muitos seguranças. O motorista não fica aqui, ele só vem quando ela precisa fazer algum exame, caso contrário as consultas médicas dela são feitas aqui pelo médico dela. E quando a filha dela vem pra casa também não fica na cidade, ele a leva e busca no colégio. Maya é uma boa garota, mas está numa fase meio rebelde, ela tem 13 anos e acho que a rebeldia dela é um pouco somada com a ausência da mãe. A dona Priscilla não é muito presente, tipo, reunião de escola, festas de aniversário, e isso faz falta pra ela. Ela perdeu a outra mãe aos 10 anos e a mãe que ela vive é uma ostra, não tem convívios sociais mais. A dona Patrícia mãe da dona Priscilla tenta suprir, mas não é a mesma coisa né.

Eu:É verdade. –ela me explicou tudo sobre as contas, sobre o programa que ela usa para nãoesquecer nada e não era difícil mexer eu o conhecia. Ela me mostrou apropriedade, ou melhor, parte dela. Era enorme. 

Marcas do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora