Marcas do Passado

Capítulo 9

Pouco antes da menina ir embora minha filha veio falar comigo.

Maya: Mãe?

Eu: Oi filha? – ela entrou e fechou a porta.

Maya: Está melhor?

Eu: Sim. – sorri de leve – Desculpa ter assustado você.

Maya: Me assustou mesmo.

Eu: Sinto muito por isso.

Maya: A Sabrina quer conhecer você.

Eu: Filha...

Maya: Mãe, ela sabe que você tem marcas pelo corpo, ela não vai se assustar com você, para com isso. Eu quero trazer meus amigos aqui, e não quero que fique escondida nesse quarto. – eu suspirei.

Eu: Tudo bem filha... – aquilo não me deixava nada confortável. Ela logo voltou com a amiga.

Maya: Sabrina essa é a minha mãe Priscilla Pugliese.

Sabrina: Oi dona Priscilla muito prazer. – apertou minha mão – A Maya fala muito na senhora. – sorriu.

Eu: O prazer é todo meu querida. – sorri – Tomaram café?

Sabrina: Já sim. Meu motorista está vindo me buscar.

Eu: Volte mais vezes aqui ok?

Sabrina: Obrigada. - ela me abraçou e ela foi embora.

Maya: Viu só, não foi difícil.

Eu: Sabe que isso me deixa desconfortável.

Maya: Se não enfrentar, não vai mudar nunca mãe. Vai viver escondida dentro dessa casa, parecendo um vampiro que só sai a noite.

Eu: Vamos brigar de novo Maya? Vai falar que sou uma péssima mãe de novo? – falei irritada...

Maya: Eu vou tomar um banho. – saiu do meu quarto.

Eu: Volta aqui Maya. – ela saiu andando e batendo porta. Eu não tinha controle algum sobre ela. Na hora do jantar eu desci, sem me esconder. Jantei com a minha filha, ela não falava nada e não parava de mexer no celular e isso me irritava muito nela, mexer no telefone enquanto a gente estava na mesa comendo ou quando estávamos conversando. – Pode largar o telefone um pouco filha? Conversa com a mamãe um pouco? Me conta como foi seu dia?

Maya: Foi bom mãe. A gente definiu algumas coisas para o evento da escola amanhã.

Eu: O sarau?

Maya: Como sabe?

Eu: A senhorita Smith me contou. Que musica você vai tocar?

Maya: Someone Like You da Adele.

Eu: Uau... Essa musica é linda. É a musica que a mamãe mais gostava.

Maya: É. Por isso escolhi cantar ela. – sorriu de leve. – Sente falta dela mãe?

Eu: Muita. Da alegria dela, da companhia, das loucuras. – ri de leve. – Ela faz muita falta o tempo todo.

Maya: É, faz mesmo. A gente pode ir no cemitério um dia desses levar umas flores?

Eu: Quer fazer isso?

Maya: Sim. Eu nunca mais fui lá.

Eu: Sim, podemos.

Maya: Mãe... Me desculpa pela briga. Eu não penso nada daquilo, eu só fiquei nervosa. – falou sem jeito.

Eu: Doeu ouvir tudo aquilo filha. Mas eu te desculpo sim.

Maya: Amanhã vou comprar as tintas para pintar meu cabelo e tirar essa cor, ou vou no salão e peço para pintar de preto de novo.

Eu: Não precisa pintar. Você gostou?

Maya: Sim, eu amei – sorriu.

Eu: Você ficou linda. Mas filha, eu não quero que faça coisas sem falar comigo. Você ainda tem 13 anos. Não quero que tome atitudes, principalmente relacionadas ao seu corpo e ao seu cabelo, sem falar comigo, sem perguntar se pode ok?

Maya: Tudo mãe, eu não vou fazer mais sem te pedir. – terminamos o jantar, tomamos um sorvete de sobremesa e subimos. – Vai pra piscina mais tarde?

Eu: Não. Vou começar uma série policial, Chicago PD.

Maya: Posso ver com você?

Eu: Claro amor. – sorri.

Maya: Vou escovar os dentes e colocar meu pijama. – ela foi. Eu escovei os dentes, passei meus cremes, coloquei um pijama, tomei meus remédios deitei e liguei a TV. Logo ela veio e deitou comigo. A muito tempo eu não fazia isso com a minha filha, fica abraçada vendo uma série. Ela dormiu no terceiro episodio eu desliguei a TV a ajeitei na cama e fiquei fazendo carinho nela.

Eu:Eu te amo tanto minha filha... Tanto... –distribui beijinhos no rosto dela e a cobri. Eu desci para pegar água para omeu frigobar que não tinha mais. Cheguei na cozinha tinha só uma garrafa nageladeira então fui ver onde tinha fardinho de garrafinhas. Como eu não estavaencontrando resolvi perguntar para a senhorita Smith.