Capítulo 119

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As enfermeiras trouxeram as crianças para mamar eu fiquei com medo do que aconteceria.

Eu: Amor, as enfermeiras trouxeram os bebês para mamar, você quer tentar? – ela secou a lágrima que caia e virou o corpo para a porta. Ela estava de costas. Ela se sentou na cama, ajeitei os travesseiros, uma enfermeira pegou o Liam e deu a ela e ele logo pegou o seio dela. Ela deu um gemido de dor. Logo a outra enfermeira pegou a Ayla e colocou no outro seio. Eles mamavam direitinho, ela não falava nada, olhava pra eles de vez em quando, deixava algumas lágrimas caírem, mas não dizia nada. A psicóloga foi lá e observou de perto esse momento. Eu peguei um dos bebês o coloquei para arrotar.

Nat: Mãe pega aqui... – ela deu a Ayla pra minha sogra como se ela fosse uma bomba prestes a explodir. Arrumou a roupa e deitou virando as costas para todo mundo novamente. Eu suspirei, mas não disse nada. Os bebês arrotaram e dormiram, e colocamos nos bercinhos. Ela dormiu também e saímos do quarto.

Psicóloga: É necessário paciência... Ela inicialmente não recusou amamentar, isso é bom.

Eu: Vou precisar de enfermeiras.

Psicóloga: Aqui no hospital temos indicação, fique tranquila. Isso vai passar Priscilla. – conversamos um pouco.
Debora: Ela a poucos dias estava tão ansiosa e animada com a chegada das crianças.

Eu: Ontem ela estava calma, e quando chegamos no hospital ela já estava diferente. – conversamos longamente. Eu fui em casa, tinha esquecido algumas coisas pra mim, aproveitei tomei banho, e voltei. Meus sogros iam ficar lá em casa, Maya estava na casa dos meus pais. O dia se passou devagar. Natalie amamentava, não falava nada, não olhava pra eles direito. Vez ou outra os colocou para arrotar e os entregou para mim. A noite a Rafa chegou, e ela chorou muito quando viu a Rafa. Ouvi parte da conversa delas, onde ela dizia que não seria boa mãe que não conseguiria ser mãe dos bebês que não ia dar conta. Rafaela falou muitas coisas pra ela. Logo trouxeram os bebês para ela dar de mama.

Rafa: Oi coisinhas lindas da tia Rafa. Vocês são muito lindos. – pegou a Ayla. – Oi Ayla... Perfeitinha demais minha princesa. Chupando a mãozinha, deve estar com fome. Quer dar de mama agora?

Nat: Não tenho escolha tenho? – aquilo doeu. Ela a colocou no colo dela e Natalie deu o peito a ela. Rafa pegou o Liam e ficou ninando.

Rafa: Você é muito príncipe sabia? Você tem um amiguinho pra brincar chamado Theo. Ele é muito legal você vai gostar dele. – conversava com ele. Natalie deu um gemido.

Eu: Está tudo bem amor?

Nat: Um pouco de cólica por causa da sucção. Só isso...

Eu: A Rebeca disse que era normal no começo, mas vou pedir uma enfermeira para te dar alguma coisa.

Nat: Não precisa, está tudo bem – falou irritada.

Eu: Ok. – ela terminou de dar de mama pra Ayla e pegou o Liam. Ele mamou mais tempo que ela e logo dormiu. Rafa o fez arrotar eu troquei a fralda da Ayla e ela a do Liam.

Rafa: Eu vou pra casa. Se precisar de alguma coisa me liga ok?

Eu: Obrigada Rafa.

Nat: Obrigada. – sorriu de leve. Ela foi embora. Fiquei vendo meus filhos dormirem e a Natalie falou. – Está me achando um monstro não é?

Eu: O que? Claro que não, porque eu acharia isso?

Nat: Por que eu não consigo ser a mãe apaixonada que todos queriam e esperavam que eu fosse. – falava com mágoa e com uma certa raiva também.

Eu: Natalie você sabe o que você tem? A psicóloga já veio falar com você. E sem duvidas você está cheia de sentimentos ai dentro. Não quero brigar com você, não vou cair na sua pilha também. Eu entendo que você não esteja morrendo de amores pelos nossos filhos, que você esteja com medo, e com a cabeça a mil e sem saber o porquê disso tudo, e entendo também que isso vai passar e você vai ficar bem logo e saiba que eu vou estar aqui, por você e por eles. Vou pedir meu jantar, quer alguma coisa? Não comeu quase nada no jantar.

Nat: Uma taça de vinho. – eu a olhei incrédula – Eu sei que não posso beber. Só pede um suco de laranja e um misto quente pra mim antes que eles acordem. – suspirou.

Eu: Ok. – pedi meu jantar e pedi o suco e o misto dela. Não demorou muito e trouxeram. Ela comeu, escovou os dentes e deitou. Eu jantei sozinha e pensativa. Desejando que isso tudo acabasse logo. Ela estava hostil como nunca a vi antes e isso era assustador, ela não parecia a mesma pessoa que eu conheci. A psicóloga me explicou tudo isso. Eu tinha que ter paciência. Essas 48 horas no hospital foram intensas. Os bebês eram bem calmos e isso era incrível. Eu consegui contatos com enfermeiras que nos ajudaria 24 horas revezando horários a cada 8 horas. A pediatra receitou uma formula para os bebês caso a Natalie não conseguisse amamenta-los. O leite dela veio com força e isso a irritava por ficar vazando o tempo todo. Saímos do hospital na manhã do terceiro dia no hospital. Natalie carregava os dois nos braços e eu a empurrava na cadeira de rodas e a mãe dela levava os presentes, e as coisas dela e dos bebês. Colocamos todo no carro, eu coloquei as crianças no bebê conforto. – Pronta pra ir pra casa?

Nat: Sim. – sorriu de leve. Fomos pra casa e ela não falou nada o caminho todo. Chegamos lá e uma das enfermeiras já esperava.

Eu: Essa é a Lucia, ela é uma das enfermeiras que vai nos ajudar nas próximas semanas.

Nat: Muito prazer Lucia.

Lucia: O prazer é meu dona Natalie. – a gente subiu com as crianças.

Eu: Olha filho, esse é seu quarto e da sua irmã... – o Liam estava super acordado. – Gostou? – o coloquei no berço. – Vem minha princesa vamos conhecer seu berço cheio de bonequinhas? – peguei a Ayla. – O que você está achando hein? Está com soninho né? – dei um beijo nela.

Nat: Eu vou deitar.

Eu: Ok... – ela saiu do quarto. – A mamãe ama você viu. Ela só não está se sentindo muito bem. Logo isso tudo passa. – falei pra eles. Dei algumas instruções a enfermeira e fui para o meu quarto. Natalie estava sentada na poltrona da varanda. – Quer alguma coisa amor?

Nat: Não, obrigada. – respondeu sem me olhar. Eu não ia ficar muito em cima, por mais que eu a ame. Eu não queria pesar em cima dela. Ela precisa de tempo e eu vou dar esse tempo pra ela e fazer o que preciso fazer. Liguei para o Rodrigo disse que trabalharia de casa no sistema antigo que fazíamos até a Natalie melhorar. Eu cuidei dos meus bebês o dia todo. Eu os registrei antes de sairmos do hospital. Ayla Smith Pugliese e Liam Smith Pugliese. No fim da tarde na hora do banho foi um verdadeiro show. Não sei quem gritou mais, a Ayla ou o Liam. Ayla é bem calminha, mas a hora do banho não era muito legal pra ela. Eu dei o banho com a ajuda da Lucia e os vesti. 

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