Capítulo 32

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Quando entrei no meu carro no estacionamento do aeroporto fui checar meu celular tinha uma mensagem da dona Patrícia, mãe da dona Priscilla.

Senhorita Smith, preciso falar com você, mas não quero que minha filha saiba. Estarei na casa após a viagem dela, peço que me espere. Patrícia Pugliese.

Eu respondi...

Sim senhora Pugliese, estarei a sua espera. Natalie Smith.

Fui até a casa da minha tia, eu ia jantar com ela, cheguei lá era 20:40. Eu dei a ela de presente um dia num SPA que ela queria muito. E para a Rafa eu mandei entregar flores e uma cesta de café da manhã. Fui para mansão já era bem tarde, a casa estava toda escura, exceto pelo quarto da dona Priscilla, a luz estava acesa e ela estava passando pela janela. Acho que era aquela a imagem que as pessoas tinham quando podiam ver a janela dela. Uma mulher de longos cabelos e uma camisola longa preta passando pelas cortinas. Dava medo, de verdade. Essa vista só era possível do lado de dentro do portão que agora foi trocado e o muro era mais alto. Entrei no meu quarto tomei um longo banho vesti um pijama e quando sai, ela bateu na porta.

Eu: Entra... – ela abriu.

Pri: Boa noite. – sorriu de leve.

Eu: Boa noite. – sorri – Precisa de alguma coisa?

Pri: Não. Eu só vim agradecer o presente. Muito obrigada. – passou a mão no pescoço. Era uma correntinha em ouro, muito fininha com uma pequena estrela – Não precisava se incomodar.

Eu: Imagina. – sorri. – Espero que tenha tido um ótimo dia.

Pri: Um tanto dramático, mas foi um dia gostoso.

Eu: Por que dramático?

Pri: A mamãe chorou horrores porque eu viajo amanhã e vou ficar fora 2 meses, sendo que ela vai pra lá em breve, o papai achando que eu deveria fazer a cirurgia aqui, e a Maya falando que vai morrer sem a minha presença aqui como se ela não fosse pra lá daqui um mês. – riu.

Eu: É... Seu dia foi dramático. Como está com essa viagem?

Pri: Um mix de sentimentos – sentou na minha cama e eu me sentei do lado dela. – Dois meses fora daqui, um tempo longe da minha filha, uma cirurgia delicada e sozinha. – suspirou. – Mas ao mesmo tempo feliz porque eu sei que é para melhorar.

Eu: Priscilla?

Pri: Sim?

Eu: Quer que eu vá com você? – ela respirou fundo como se fosse responder e não disse nada só ficou me olhando.

Pri: Melhor não. – respondeu um tempo depois Eu não quero que me veja com o rosto inchado.

Eu: Priscilla que bobagem.

Pri: Melhor não... – se levantou – Eu vou dormir. Amanhã eu vou levantar cedo, meu voo é antes do almoço e eu tenho que tomar café da manhã com a minha filha para me despedir. Mais uma vez muito obrigada pelo presente.

Eu: Por nada.

Pri: Boa noite senhorita Smith.

Eu: Boa noite dona Priscilla. – ela saiu e fechou a porta. Eu suspirei. – Eu amo você. Eu não queria sentir isso, mas eu te amo muito sua cabeça dura. – deixei cair uma lágrima. Eu não dormi nada a noite toda. De manhã eu estava um caco, mas precisava trabalhar. A Celeste fez um café da manhã bem especial para ela. Dona Patrícia e senhor Roberto chegaram bem cedo também para tomarem café com ela. A despedida foi bem emocionante, a Maya chorou muito, ela estava preocupada com a mãe. Ela logo foi para o colégio e a dona Priscilla para o aeroporto com o pai dela. Eu apenas acenei para ela de longe, pude ver que ela deixou uma lágrima cair e eu não contive as lágrimas. Me recompus e fui até o escritório dela, a dona Patrícia estava me esperando. – Dona Patrícia?

Patrícia: Senhorita Smith... Entra.

Eu: Quer falar comigo?

Patrícia: Sim. Sente-se por favor. – eu me sentei e ela foi até a porta e a fechou, voltou para a mesa e sentou na poltrona.

Eu: Tem alguma coisa de errado? Eu fiz alguma coisa?

Patrícia: Fez.

Eu: Desde já, sinto muito. Mas o que eu fiz?

Patrícia: A pergunta na verdade deveria ser outra senhorita Smith... O que a senhorita não fez... – aquela conversa não estava fazendo o menor sentido para mim... 

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