Capítulo 126

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Mikaella tinha sumido e logo apareceu.

Mikaella: A transferência dela foi aprovada, vai acontecer em uma hora e vai ser bom ela estar dormindo.

Eu: Que bom. Onde estava?

Mikaella: Fui falar com os pais do Otávio. Eu e Jarod vamos arcar com o embalsamamento do corpo e com traslado para o Brasil. Disponibilizamos nosso jatinho para que os pais pudessem voltar com mais privacidade e conforto. Estávamos acertando tudo, e Jarod foi leva-los até a funerária para acertar tudo.

Eu: Obrigada por isso. Obrigada por fazerem isso por eles.

Mikaella: Otávio era um bom rapaz, amava minha neta, com certeza seria um ótimo pai, e é o mínimo que podemos fazer pela família dele. Quer ir pra casa descansar um pouco? Eu fico com ela.

Eu: Ela dormiu agora com a medicação, depois que ela já estiver no outro hospital eu vou em casa tomar um banho, obrigada. – logo tratamos a transferência, eu fui de carro até lá e Mikaella foi na ambulância com ela. Ela foi instalada num apartamento bem reservado, Mariela apareceu lá bem na hora e pediu para que os médicos a virassem do avesso. Ela estava muito desconfiada do outro hospital. Confirmaram quase tudo do outro hospital. Minha filha acordou com cólica então chamamos o médico, como no relatório médico constava que ela estava em processo de expulsão de um feto, a enfermeira da obstetrícia fez uma ultra pra ver como estava. Ela mexeu bastante o aparelho na barriga de Maya.

Mariela: Está tudo bem?

Maya: O que foi?

XX: Só um momento, vou pedir a doutora Howard vir até aqui... – ela se retirou e logo a médica veio com ela e continuou olhando. Ou eu estava muito exausta e vendo coisas, ou aquilo era um milagre diante dos meus olhos.

XXX: Maya de quantas semanas você disse que estava?

Maya: 6 semanas... Por que?

XXX: Chegou a fazer alguma consulta médica?

Maya: Não só um teste de farmácia e uma ultra que eu paguei numa clinica particular dessas de maternidade.

XXX: Eu vou fazer uma ultra um pouco incomoda tá, então relaxa. – ela pegou outro aparelho e colocou dentro da minha filha. – Meu Deus...

Eu: O que foi?

XXX: Escutem – colocou o som e aquele som ecoou por todo o quarto. Era um coração muito forte batendo.

Maya: Isso... Isso...

Eu: É o coração do bebê.

Mikaella: Meu Deus.

Mariela: Eu sabia que tinha algo de errado. – ria e chorava.

XXX: Maya, você não perdeu seu bebê. Por um milagre e apesar de toda agressão, seu bebê está vivo e o coração dele está batendo muito forte. Na ultrassonografia tradicional não dá para ouvir o coração dele com essa idade gestacional, por isso fiz essa transvaginal. Seu bebê está ai, e está vivo.

Maya: Meu Deus... – colocou as mãos no rosto chorando muito. Era um pedacinho do Otavio. Eu apenas abracei minha filha. Que se dane a faculdade, ela termina depois ou faz no Brasil. Eu vou ser avó... Mariela não estava desconfiada atoa. O aborto que nunca concluiu, tinha algo errado e era isso. O hospital anterior não deu a devida importância a isso. Minha filha continuava grávida. Eu fui em casa tomei um longo banho estava exausta. Já era noite, a médica deu um remédio pra Maya dormir então ela dormiria a noite toda. A deixamos sem acompanhante para descansarmos, e eu iria para o hospital bem cedo. Eu pedi algo para jantar e logo chegou. Eu comi escovei os dentes e fui ligar pra Natalie. Eu não falei com ela desde que cheguei.

INICIO DA CHAMADA DE VÍDEO...

Nat: Oi amor... Já estava aflita sem noticias.

Eu: Oi amor – suspirei – Está tudo bem com você? Com as crianças?

Nat: Estamos bem. Ayla está com um pouquinho de febre está aqui mamando do meu lado, ou melhor está segurando a mamadeira só, já dormiu – me mostrou.

Eu: Oi minha vida, a mamãe te ama... Por que ela está com febre? – falei baixo.

Nat: Tomou vacina hoje, está chatinha. Espera um pouco, vou coloca-la na cama dela e a gente conversa direito.

Eu: Tá bom. – ela foi e voltou dois minutos depois.

Nat: E então amor, como vai tudo por ai?

Eu: O Otávio faleceu hoje de manhã.

Nat: Ai meu Deus... – começou a chorar. – E como a Maya está com isso tudo?

Eu: Uma bagunça. Ela foi para o Mount Sinai, por insistência da Mariela que não estava gostando do hospital que ela foi atendida, ela foi transferida no fim da tarde. Ela começou a reclamar de cólica, e como ela teve sangramento e contou que estava grávida, fizeram uma ultra de qualquer jeito e julgaram que ela estava sofrendo um aborto e esperariam o corpo dela expulsar o feto sozinho. Quando ela sentiu a cólica a enfermeira fez a ultra por um bom tempo, foi chamar a medica que fez outra ultra nela mais especifica e adivinha só?

Nat: O que?

Eu: Vamos ser avós... Maya não perdeu o bebê por incrível que pareça e apesar de toda agressão sofrida. O bebê está vivo. O coração dele ecoou pela sala amor – comecei a chorar – Forte e perfeitinho. Agora minha filha está num misto de sentimentos, porque o pai do bebê dela e a pessoa que ela ama acabou de morrer, e ela que antes estava se conformando com a perda do bebê, agora perdeu o namorado e está esperando um filho dele.

Nat: Amor... Calma. Eu queria tanto estar ai e te abraçar. Eu vou para NY assim que possível, minha mãe disse que vem para o Rio ficar com as crianças, nem que seja para eu ficar dois ou três dias com vocês. Calma...

Eu: Eu não sei o que fazer Natalie, eu não sei como confortar minha filha, porque quando eu perdi a pessoa que eu amava eu virei uma ostra e eu sei o quanto dói e eu estou com medo dela fazer isso e não conseguir sair dessa sombra. – eu estava nervosa.

Nat: Priscilla, olha pra mim... Vai ficar tudo bem. Vamos cuidar dela. Primeiro precisam decidir o que vai ser feito, se ela vai voltar ao Brasil e trancar a faculdade, se ela vai ficar ai e ter o bebê ai. Uma coisa de cada vez amor. Desesperar não vai ajudar. – conversamos por mais de uma hora. Eu dormi, estava exausta.

FIM DA CHAMADA DE VÍDEO...

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