Capítulo 132

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NATALIE NARRANDO...

Tudo aconteceu nesses últimos anos... Maya se mudou para NY para estudar, Otávio foi junto. Nossos bebês cresceram, Priscilla e eu trabalhamos bastante. Meu sogro está piorando muito rápido e agora boa parte das vezes não reconhece nem a minha sogra. Priscilla e a família da Malena se dando muito bem, Mikaella e Jarod viraram os super avós e estão se dando bem com a Pri e comigo também. Compraram uma casa no Rio, uma senhora mansão... A casa em que moramos é um barraco perto da casa que compraram em um condomínio no Leblon, tudo isso para ficarem quando vierem ao Brasil. Maya e Otávio estavam planejando ficarem noivos, Pri ficou meio estranha com isso por acharem os dois muito novos, mas ao mesmo tempo entendia os dois e os dois se davam muito bem. Um susto gigantesco mudou os rumos das nossas vidas... Maya não morava no apartamento dela no Upper East Side ela morava num apartamento perto da Columbia onde ela estuda com o Otávio. Os dois saíram para caminhar e a intenção era caminhar no Central Park, como ficou longe, decidiram voltar no meio do caminho e foram assaltados e violentamente agredidos. Priscilla correu para NY e eu fiquei com o coração na mão. Maya estava grávida e supostamente tinha perdido o bebê, e depois de uma transferência de hospital foi descoberto que por um milagre talvez, apesar de toda agressão sofrida, todo o processo de medicação que ela passou no hospital, ela não perdeu a criança, mas infelizmente o Otávio não resistiu. Foi uma dor imensa, foi uma perda sem tamanho. Os pais dele, a família dele estava desolada no velório e no enterro. Eu fui acompanhada da Rafa, do meu cunhado Felipe e da minha sogra. Priscilla ficou em NY com Maya ela ainda não podia vir até passar pela consulta médica. Quando elas voltaram para o Brasil com a decisão de trancar a faculdade, foi uma forte comoção. Maya estava muito fragilizada e enfrentava uma grande depressão. Grávida, o pai do filho dela e amor da vida dela morto, sofreu uma grande violência física e emocional. Eu e Priscilla dávamos todo o suporte possível a ela, mas eu estava preocupada com a Priscilla. Ela estava forte demais, isso me assustava. Ela estava se mantenho uma rocha inabalável pra dar apoio a filha e não dá para ser forte o tempo todo. A viagem em família para Disney aconteceu, mas sem Priscilla e sem Maya. Fiquei triste pelas crianças que queriam a presença da mãe, mas entendi a Priscilla e a Maya nesse momento e poderemos ir no próximo ano ou nas próximas férias das crianças. Vamos ter um neto... Um menino. Eu estava feliz de ser avó. Maya era minha filha do coração eu a amava muito. Nos encontramos em Miami para as compras do enxoval e voltamos para o Brasil. No dia 20 de novembro João Otávio nasceu, perfeito, lindo e com pulmões de ouro. Nunca vi uma criança gritar tanto. Ele era a cara do Otávio, e por uma grande coincidência ou não, ele nasceu com o mesmo peso e tamanho do Otávio. Catarina estava muito emocionada e com mais saudade ainda do filho. Priscilla saiu do quarto dizendo que precisa sair por um momento, ela não estava bem eu vinha observando a algumas horas e ela parecia não se sentir bem a algum tempo. Eu fiquei ajudando Maya com a amamentação e depois de 30 minutos uma enfermeira me chamou.

XX: Dona Natalie, pode vir aqui um momento?

Eu: Claro. – olhei pra Maya – Já volto.

Maya: Tá – sorriu. Eu sai do quarto e encontrei a enfermeira e a Catarina.

Eu: O que houve?

XX: A dona Priscilla está sendo atendida na emergência. – meu coração disparou.

Eu: O que ela tem? – perguntei assustada.

XX: Ela não estava se sentindo bem. Estava com falta de ar, dor no peito, visão turva. Está sendo examinada na sala 04.

Eu: Ok eu vou até lá. 

Catarina: Eu vou ficar com a Maya.

Eu: Não conta pra ela.

Catarina: Pode deixar. – eu fui para a emergência e a Priscilla estava passando por exames ainda. Esperei mais 30 minutos e um cardiologista veio falar comigo.

XX: A senhora é a esposa da Priscilla Pugliese?

Eu: Sim, como ela está?

XX: Ela não estava se sentindo muito bem, e tinha alguns sintomas de que estava sofrendo um ataque cardíaco. Fizemos alguns exames, e ela tem cardiomiopatia Takotsubo, mais conhecida como síndrome do coração partido. São semelhantes ao ataque cardíaco, mas não é um ataque cardíaco.

Eu: Mas isso não acontece quando há emoções ruins?

XX: Geralmente sim. E nos últimos meses ela viveu intensamente situações conflitantes, sendo muito forte nesses momentos, então ela somatizou todas essas emoções de medo, perda, morte, depressão, e agora que tudo acabou bem, o corpo dela se manifestou.

Eu: E como ela está agora?

XX: Ela está na observação está na medicação. Ela teve isso quando sofreu o acidente de helicóptero, mas não levaram em consideração e pelo histórico colocaram como um ataque cardíaco em curso por conta do acidente, mas tudo indica que foi a cardiomiopatia.

Eu: E ela vai ficar bem?

XX: Sim, ela vai ficar bem. Ela pratica atividade física, e vamos passar um betabloqueador para ajudar. Ela só precisa de algumas horas de observação.

Eu: Ok, obrigada. Posso vê-la?

XX: Claro. – ele me levou até a observação, ela estava no soro e na medicação.

Marcas do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora