Eu: Obrigada senhorita Smith. Se não fosse a senhorita esse dia não teria acontecido.
Nat: Imagina dona Priscilla. – sorriu – Ela ficou muito feliz, a senhora também, então eu estou feliz. – sorriu lindamente. Que mulher bonita.
Eu: Boa noite.
Nat: Boa noite. – ela foi dormir e eu subi tirei aquela maquiagem tomei um banho, tomei meus remédios e deitei. Foi um bom dia, eu não fazia isso a muito tempo eu estava insegura, mas no fim deu tudo certo. Minha filha estava feliz, eu estava feliz. Resolvi não conta da bisavó dela ainda, não queria estragar a felicidade dela. Peguei um porta retrato com a foto da Malena.
Eu: Nossa filha estava incrível hoje. Acho que você se orgulharia. Me perdoa por tudo, me perdoa pelo que fiz com você. – dei um beijo na foto e coloquei no lugar. A noite tive um sonho muito estranho.
Sonho
Eu estava na minha casa e estava sem mobília e tudo muito claro. Meu corpo doía muito então eu fui para a piscina e a piscina estava vazia. Eu olhei em direção ao mar e o mar não existia, era um deserto total. Eu entrei na casa chamando pela Maya.
Eu: Maya... Filha? Maya... – entrei no quarto dela e no lugar dos moveis dela tinham moveis de bebê. Eu cheguei no berço e não tinha bebe nenhum, mas aqueles não eram moveis dela nem de quando ela era pequena. Eu peguei um porta retratos e Maya parecia mais velha com um rapaz junto com ela e um bebê no colo lindo era um menino. Minha filha tinha crescido. Quando tempo tinha passado? Eu entrei no meu quarto abri uma gaveta e tinham fotos e duas delas eram dos meus pais. Mas não eram fotos comuns, eram fotos de obituários. Eu não enxergava a data, mas meus pais estavam mortos. Eu senti uma dor horrorosa. Eu sai do quarto e voltei para o jardim, fui até o portão e estava trancado com correntes enormes. Olhei para a minha casa e ela estava toda envelhecida e realmente parecia um mansão mal assombrada. Eu voltei para a área da piscina e sentia dores no meu corpo, desejando água para aliviar a pressão do meu corpo. Até que vi uma pessoa passando do outro lado dos arbustos. Era a senhorita Smith.. Eu fui até ela. – Senhorita Smith... Senhorita Smith... – ela parecia não me ouvir, era como se eu não tivesse viva ou eu tudo ali fosse uma grande ilusão.
XX: Priscilla? – eu conhecia aquela voz. Eu olhei pra trás imediatamente e o sol por alguns instantes me cegou.
Eu: Malena... Ai meu Deus – eu a abracei forte. O corpo dela estava diferente, não era mais o mesmo. Ela não me acolhia. – O que está acontecendo? – ela estava séria – Por que está assim? – ela estava tão séria como eu nunca a vi antes. - Porque a casa está assim? – olhei em volta e através dela - Por que a piscina está vazia o mar não existe e a casa está desse jeito? Por que você está triste?
Malena: São tantos porquês não é? – falava ainda séria e calma.
Eu: Eu não entendo. – ela andava até um balanço e se sentou.
Malena: Você está perdendo tempo Priscilla. Isso tudo é ação do tempo.
Eu: Do que está falando? Ai... Meu corpo doi... eu preciso da agua da piscina eu preciso mergulhar. – falava sentindo dores.
Malena: Não. Você não precisa. Essa dor está mais na sua cabeça do que seu corpo. Essa dor está no seu peito, porque você carrega uma culpa que não é sua e essa culpa não me deixa em paz. Essa culpa te afasta das pessoas que você ama. Essa culpa te afasta da nossa filha, da sua família, e de amar novamente, de ser amada novamente. Você tem um amor prontinho para você, para ser tão incrível quanto o nosso foi. Mas você precisa se abrir pra isso. Pare de se esconder. Essa casa virou sua prisão. Você não tem culpa de nada Priscilla. Tira esse peso de você.
Eu: Eu não quero amar mais ninguém, eu amei você e eu amo você.
Malena: Eu sei Priscilla. Mas eu não estou mais aqui. Eu não vivo mais nesse plano. Você precisa seguir com a sua vida. Você é jovem e merece a felicidade. O que vivemos foi perfeito e eu cumpri minha missão na terra e parti. Tire essa culpa de você. Ela não é sua. Pare de se esconder por trás desses muros, pare de se esconder das pessoas que te mantem segura aqui dentro, que mantem sua casa limpa, que faz sua comida, que cuida da sua roupa, que cuida de você com todo carinho. Você é uma pessoa maravilhosa que construiu um império e está vivendo uma prisão emocional dolorosa. Saia dessa casca que você criou em volta de si, essa não é a Priscilla que eu conheço e com quem eu dividi minha tenra vida e quem eu confiei a vida da minha filha. O amor está perto de você. Só precisa abrir as cortinas, as portas, os olhos, o coração.
Eu: Eu não quero esquecer você, eu não quero amar outra pessoa, eu não quero trair você. – ela riu.
Malena: Você não vai fazer isso. Você não vai me esquecer, não vai me trair. Eu te amo e você me ama e isso será eterno no seu coração e no meu. Mas agora precisa seguir sua vida. Precisa olhar para você com mais carinho. Tenho que ir.
Eu: Não vai. Fica mais um pouco...
Malena: Meu tempo acabou. Seja feliz Priscilla. Felicidade e amor não é pecado. – ela sumiu e eu senti uma dor imensa e acordei.
FIM DO SONHO...
Meu corpo doía absurdamente. Levantei fui até o quarto da minha filha e ela dormia tranquila. Apaguei o abajur que ela deixou aceso e desci. Fui até a cozinha fiz um chá pra mim abaixei a cabeça na mesa e comecei a chorar. Eu nunca tive um sonho tão vivido assim com a minha mulher. Tão claro, tão limpo e que eu me lembre de tudo. Eu chorei descontroladamente até que ouvi uma voz.
Nat: Dona Priscilla?
Eu: Me deixa sozinha senhorita Smith. – falei nervosa e soluçando.
Nat: Não. Me desculpe senhora, mas não vou fazer isso. – puxou a cadeira e se sentou do meu lado.
Eu: Atrevida.
Nat: Sim eu sou mesmo. A senhora está chorando está tremendo. Eu posso ajudar? Esquece um pouco essa hierarquia, não tem ninguém nos vendo, somos só nós duas.
Eu: Me abraça... Só... me... abraça... – soluçava e ela me abraçou. O abraço dela me completou de uma forma que eu não sabia explicar. Eu senti isso só com a Malena. Ela fazia carinho nas minhas costas e sussurrava que estava ali e que tudo ficaria bem.
Nat: Está tudo bem, vai passar eu estou aqui. Respira devagar... – eu não sei quanto tempo morei naquele abraço. Logo me soltei dela. – Está mais calma?
Eu: Sim... Obrigada – sequei meu rosto como eu podia. – Desculpa te acordar.
Nat: Não me acordou. Eu perdi o sono e vim fazer um chá. Quer alguma coisa?
Eu: Não obrigada, eu vou me deitar. – me levantei. – Boa noite.
Nat:Boa noite. –eu subi e me deitei de novo. Não dormi quase nada.
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Parece que há uma aproximação acontecendo...
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Marcas do Passado
FanfictionNatalie Kate Smith, 34 anos uma mulher que perdeu tudo por causa de um casamento fracassado e cheio de brigas com Tiago Deam que tem sua idade e hoje está preso por tráfico de drogas. Ela não imaginava que seu marido era um dos maiores traficantes d...