Liguei para o Paulo novamente e ele foi me buscar. Fui pra casa da minha mãe, ela estava em casa no telefone como sempre, resolvendo coisas da empresa dela. Meu pai não estava e a minha filha estava no quarto. – Oi amorzinho.
Maya: Oi mãe – sorriu. – Que surpresa. – me abraçou.
Eu: Eu fui ver a tia Marina.
Maya: Isso é mais surpresa ainda.
Eu: Que história é essa de acampamento?
Maya: É um acampamento para crianças carentes e em lares temporários ou aguardando processo final de adoção. Agora que tenho 14 anos posso ser serva, tipo uma conselheira. Todos do grupo de oração jovem participa. Então perguntaram se eu gostaria de participar, principalmente por eu ser filha de duas mulheres, porque alguns são adotados ou estão aguardando finalização de guarda de casais homo afetivos e alguns ainda não entendem bem como é viver numa família dita como não tradicional pela sociedade hipócrita.
Eu: Entendi... Se você quer participar filha, eu autorizo, a vovó já assinou?
Maya: A vovó está no telefone a 84 anos mãe.
Eu: Me dá, deixa assinar. – ela me deu, eu li o termo e assinei. – Precisam de alguma coisa, alguma doação, alimento?
Maya: Eu falei com o vovô e ele vai ajudar com o transporte, a secretária dele já viu com a empresa que vai levar e buscar. Mas ajuda é sempre bem vinda.
Eu: Tem alguma conta bancária que eu possa enviar dinheiro?
Maya: Tem. – pegou o telefone dela e me mandou. – Ela é a responsável pelo acampamento, o nome dela é Regina. A filha dela é coordenadora do grupo de oração jovem e a Regina é assistente social e advogada.
Eu: Ah tá... – ela me contou como era, ela estava tão empolgada. Eu amava isso na minha filha, ela amava estar presente, ajudar. E ela andava bem rebelde nos últimos tempos e depois que ela começou a ir a esse grupo, fez novos amigos, ela melhorou bastante, não é mais aquela garota que bate boca por tudo como ela era antes. Ela tinha seus rompantes clássicos de uma adolescente, mas nada como antes. Eu acabei jantando com meus pais e minha filha, eu dispensei o Paulo para não ficar tarde para ele e meu pai me levaria pra casa. Eu cheguei em casa por volta de 22 horas. Estava tudo desligado, a Natalie estava em casa, o carro dela estava lá. Eu subi tomei um banho, escovei os dentes, hidratei meu corpo tomei meus remédios e desci. Fui até o quarto dela, bati na porta e ela não respondeu, então eu abri.
Eu: Natalie? – ela estava dormindo toda encolhida. Eu me aproximei, coloquei a mão na testa dela e ela estava com febre. – Amor... Amor... – ela não abria os olhos só gemeu. Eu subi peguei um antitérmico e um termômetro. Ela estava com quase 40 de febre. Peguei água para dar a ela o remédio. – Amor acorda, precisa tomar esse remédio. – ela abriu os olhos devagar, tomou o remédio e deitou de novo sem dizer nada. Eu fiz uma compressa nela, para ajudar a febre passar. Ela não estava demonstrando gripe ou resfriado porque ela estava com essa febre toda, ela estava bem aparentemente quando eu sai. Não estava entendendo. Quando a febre dela melhorou eu deitei ao lado dela. Demorei um pouco a dormir. Acordei por volta de 4 da manhã com ela falando.
Nat: Não... Não podem solta-lo, ele é um criminoso, ele não pode sair da cadeia. Por favor, ele vai me matar, eu sinto isso. – falava e chorava.
Eu:Natalie... –acendi a luz – Natalie... Fala comigo...– ela estava delirando. Tinha algo errado.
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Marcas do Passado
FanficNatalie Kate Smith, 34 anos uma mulher que perdeu tudo por causa de um casamento fracassado e cheio de brigas com Tiago Deam que tem sua idade e hoje está preso por tráfico de drogas. Ela não imaginava que seu marido era um dos maiores traficantes d...