Capítulo 22

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PRISCILLA NARRANDO...

Aquela viagem estava horrível desde a arrumação da mala. Eu ainda não tinha conseguido falar com a Natalie, eu estava preocupada com essa viagem, em como minha filha seria tratada. Minha preocupação era Jarod e Mikaella, os pais da Malena. Eles eram ardilosos, e poderiam botar tudo a perder nessa leitura de testamento. Jarod foi desagradável desde que pisamos naquela sala e eu não esperava muito dele mesmo. Quando perguntou quem era Natalie eu joguei logo que Natalie era minha noiva, e ela me mataria por isso. Eu precisava tira-la do foco do incêndio, porque se eu dissesse que ela trabalhava para mim, os dois a hostilizariam de todas as maneiras, eu conheço muito bem os dois. Tratam empregados como lixo e fariam isso com ela para me deixar desconfortável, para deixar minha filha desconfortável, porque eles sabem o quanto odiamos esse tipo de atitude. Entramos para o escritório nos sentamos a leitura começou com explicações e questionamentos e logo chegou na parte dos netos. Minha filha era a única bisneta presente.

XX: Como minha neta Malena não se encontra mais conosco, o que seria dela passa a ser de sua primogênita Maya Stenfield que agora carrega também o sobrenome Pugliese. Fica determinado então a quantia de 10 milhões de dólares e 2 apartamentos no Upper East Side em Manhattan, podendo ela dispor deles quando desejar quando tiver maioridade para tal.

Eu fiquei surpresa. 10 milhões de dólares são nada mais nada menos que 50 milhões de reais. Assinei os papeis que eu tinha que assinar em nome da Maya. O dinheiro seria transferido para duas contas. Metade iria para a conta poupança de Maya no Brasil e a outra metade para uma conta que Malena e eu abrimos pra ela nos Estados Unidos. Logo a leitura acabou, ninguém questionou nada, afinal de contas, saíram todos muito mais podres de ricos que já são. Saímos de lá com a Mikaella dizendo que pegaria Maya no dia seguinte para passear e Maya falando que não iria. Maya deu um show de más respostas desde que chegou e ela não estava errada. Fomos para o hotel e a Maya não parava de chorar. Ela foi para o meu quarto, acho que ela estava tendo uma crise de ansiedade.

Eu: Filha está tudo bem ok? Já passou, fica calma. A tia Mariela quer ver você amanhã, ela sempre te manda mensagem, sempre te liga. Sai com ela, esquece seus avós. Aproveita e faça compras com a sua tia. Gaste o dinheiro que aquela velha te deixou. – rimos. – Eu te amo filha. – a abracei.
Maya: Eu te amo mãe... Mãe, porque disse que a Natalie é sua noiva? – droga tinha esquecido disso.

Eu: Sabe que seus avós amam hostilizar empregados, eles tem isso como um fetiche estranho de velhos americanos. Não queria que eles a maltratassem.

Maya: Mãe, você gosta dela não gosta?

Eu: Ela é uma ótima pessoa, é dedicada.

Maya: Entendeu o que eu perguntei mãe. Estou falando como mulher.

Eu: Ai Maya, nada a ver. – tentei desconversar. – Vamos descer para almoçar?

Maya: Vamos. Só vou trocar de roupa, estou cheirando a naftalina igual aquela casa. – ela foi se trocar. Eu precisava desfazer aquela confusão com a Natalie. A gente desceu para almoçar, Natalie almoçava com o doutor Alberto. Os dois riam de alguma coisa, pareciam bem íntimos. Aquilo não me agradou.

Eu: Podemos nos juntar a vocês?

Alberto: Claro... – coloquei meu prato, fui pegar um suco e voltei. Ficamos conversando trivialidades, doutor Alberto ia sair, ia a um shopping fazer algumas compras. – Eu estou indo a um shopping aqui perto fazer umas compras, alguém quer ir?

Nat: Eu vou.

Eu: Vai? – perguntei surpresa.

Nat: Sim... Só vou escovar os dentes e pegar minha carteira. – os dois subiram.

Maya: Mais um pouco você dizia "você é minha noiva e não vai". – riu. – Não está sabendo disfarçar dona Priscilla. – ria.

Eu: Cala a boca Maya. Ou seu corpo fica aqui mesmo nos Estados Unidos. – falei irritada e ela deu risada. Ela comeu sobremesa e eu também. A gente foi numa loja da Gucci ali perto e depois na Dior só nós duas. Compramos algumas coisas, depois fui na Balenciaga com ela e eu só ficava pensando na Natalie no shopping com meu advogado que era bem bonito por sinal e era separado. Quando voltamos para o hotel os dois se despediam no corredor e combinavam um horário.

Nat: Ok, as 19:30 estarei pronta. – ele foi para o quarto dele a Maya foi para o dela.

Eu: A gente pode conversar?

Nat: Precisa de alguma coisa?

Eu:Vem comigo... –ela entrou no meu quarto e eu fechei a porta. - Quero te pedir desculpas por ter mentido lá na frente deles, falando que você era minha noiva.

Nat: Eu não entendi direito o que foi aquilo.

Eu: Não sabe o quão hostis meus sogros podem ser e como pôde ver, eles não pouparam hostilidade desde que pisamos naquela sala. Foi uma maneira deles não atacarem você por você trabalhar pra mim, enfim... Desculpa eu não queria te constranger.

Nat: E o que a Maya falou disso?

Eu: Ela perguntou se eu gostava de você.

Nat: E o que você disse a ela?

Eu: Que sim que você é uma boa pessoa. Desempenha muito bem seu papel. – eu não ia quebrar meu orgulho.

Nat: Ah sim. Ok. Precisa de mais alguma coisa? Vou descansar um pouco, tenho um jantar logo mais. – ela estava me provocando ou era impressão minha?

Eu: Está saindo com meu advogado?

Nat: Eu não te devo satisfação da minha vida pessoal senhora.

Eu: Ok... – foi bem no meio da minha cara. Tenha um bom jantar com seu namoradinho – fui irônica.

Nat: Obrigada senhora Pugliese. Boa noite. – filha da mãe.

Eu:Boa noite... –ela saiu. – Maldita... – fiquei comraiva daquilo. Com muita raiva.

Marcas do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora