Eu: Hei... – sorri de leve.
Pri: Oi... – sorriu de leve. – Como a Maya está?
Eu: Ótima. Está dando de mama para o pequeno. Catarina está com ela não se preocupe. Como você está?
Pri: Eu estou bem, mas achei que estava sofrendo um infarto.
Eu: O médico explicou o que houve?
Pri: Sim.
Eu: Agora precisa desacelerar ok?
Pri: Eu vou fazer isso, minha filha está bem, meu neto está bem, a tristeza parece longe de nós.
Eu: Sim. Você precisa se cuidar amor. Você é jovem tem dois filhos pequenos, precisa ficar bem ok?
Pri: Eu vou ficar e vou me cuidar não se preocupe... Deita aqui comigo um pouquinho vai... – eu deitei com ela.
Eu: Vovó Priscilla... – comecei a rir.
Pri: Estava demorando né vovó Natalie – riu.
Eu: Eu sou muito jovem e gostosa pra ser avó, mas acho que vou gostar disso. Já estou gostando. Ele é muito fofinho.
Pri: Sim, ele é. Eu também estou gostando de ser avó. A gente vai estragar ele, e a Maya não vai gostar – rimos.
Eu: Ela vai ver o que sua mãe fazia com você. Avó é mãe com açúcar.
Pri: Pois é... Parece que o jogo virou não é mesmo? – rimos.
Eu: Boba... Eu te amo...
Pri: Eu te amo. – Maya quando soube ficou assustada foi ver a Pri, mas estava tudo bem. Priscilla recebeu alta a noite e foi dormir em casa com as crianças para descansar e Catarina ficou com Maya no hospital. No dia seguinte Maya recebeu alta as 14 horas. As primeiras noites com o João em casa foram intensas, ele mamava muito e trocava o dia pela noite, Maya estava destruída. Catarina dormia algumas noites lá para ajuda-la, eu e Priscilla ajudávamos também, e ela recusava ter enfermeira ou babá. Ela chorava muito no começo também porque ficava pensando como o Otávio reagiria, como ele faria com o bebezinho, como seria a vida deles. Aos poucos as coisas foram chegando no eixo. A família americana ajudava muito também. Meu aniversário chegou e eu quis só um almoço em casa, o João era muito novinho, não queria uma festa nem muita gente em casa, era só família mesmo. Já teríamos agitação o suficiente no natal. Na véspera de natal aquela casa estava uma loucura, todo mundo querendo cozinhar, todo mundo querendo dar palpite. Priscilla desistiu de entender a guerra criada na cozinha e foi nadar, ela estava irritada então ela foi fazer o que gosta, nadar. No fim da noite foi uma mistura de natais, brasileiro e americano, mas que deu tudo certo.
Eu: Eu juro que se a gente tiver que fazer isso mais um ano, eu peço o divorcio e sumo dessa família e dessa casa pra sempre. – falei me jogando na cama.
Pri: Eu saio dessa casa por esse mar a nado. Eu não dou conta disso mais um ano. Pelo amor de Deus, que loucura que foi essa?
Eu: Nem fala...
3 ANOS MAIS TARDE...
Três anos se passaram e nesses três anos muita coisa aconteceu. Maya voltou para os EUA quando João fez 1 ano. Ela o levou e Priscilla ficou até doente. Ela precisava terminar a faculdade. Ela ficou lá por mais um ano e meio, formou e voltou para o Brasil. João é um espoleta, lindo, carinhoso, que nos deixa de cabelos em pé as vezes, mas que amamos muito. Ele acaba de fazer 3 anos e já está na escolinha. Fala pelos cotovelos. Quando ele está comigo e com a Pri, é vovó o dia inteiro... Vovó eu quero agua, vovó eu quero mamadeira, vovó eu quero colo, vovó eu quero fazer coco, vovó eu to com fome. A Priscilla larga tudo pra fazer a vontade dele e dos filhos. Maya trabalha com a gente e ainda mora com a gente, mas quer morar sozinha, está em busca da casa perfeita, e Priscilla é obvio está torcendo para ela não encontrar, eu dou risada disso, porque ela não corta esse cordão umbilical invisível nunca. Estamos passando por um momento de ciúmes em casa, porque temos um novo membro na família... Maitê, nossa filha. Conhecemos Maitê a 1 ano em uma das cidades em que a Priscilla tem mineradoras. A família dela estava morando numa zona de risco e ilegal e não queriam sair de lá por nada, nem com a Priscilla dando a casa para eles e a indenização por mais que eles tenham invadido o local e não tivessem direitos. Era uma família de refugiados sírios que estava fugindo de onde moravam por perseguição de fazendeiros onde encontraram emprego e os escravizaram, e foram parar nesse lugar depois de semanas pegando carona. Priscilla pediu psicólogos para conversarem com os dois casais, para convencê-los a irem para a área de segurança, mas foi em vão. Maitê era uma bebezinha de 3 meses apenas. Menos de um mês depois, recebemos a noticia de quem os 4 adultos da família, que eram os pais da bebê e os pais da moça, foram mortos por capangas da fazenda, foram encontrados e não sabemos como. Priscilla quase foi parar no hospital de tanto susto. Soubemos que a menina foi levada para o hospital da cidade e ia para um abrigo. Passaram algumas semanas a procura da família dela e não encontraram ninguém então ela entrou no sistema de adoção. Ela era linda e nós duas nos apaixonamos por ela. Priscilla e eu decidimos entrar na justiça e pedir a guarda da Maitê e conseguimos depois de dois meses. Maitê chegou na nossa casa com quase 7 meses, ainda abaixo do peso, o que fez com que ela passasse uns dias internada, sem nenhuma vacina e sem nenhum documento. Aos nove meses ela era Maitê Smith Pugliese, nossa filha...
Os gêmeos a receberam muito bem, e se dão bem com ela, mas o João morre de ciúmes dela. Hoje ela tem 1 ano e 3 meses e completa nossa felicidade. O pai da Pri não reconhece mais ninguém, nem mesmo a Patrícia. Ele tem enfermeiros 24 horas e é muito raro quando ele reconhece a Patrícia. Infelizmente esse era o mal da doença. Eu e a Pri estávamos tão cheia de coisas a fazer nos últimos anos que não viajávamos nem comemorávamos nosso aniversário de casamento como se deve a alguns anos. Dessa vez decidimos passar um final de semana só nós duas. Maya cuidaria das crianças por nós com ajuda da babá e da mãe dela caso fosse preciso.
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Marcas do Passado
FanficNatalie Kate Smith, 34 anos uma mulher que perdeu tudo por causa de um casamento fracassado e cheio de brigas com Tiago Deam que tem sua idade e hoje está preso por tráfico de drogas. Ela não imaginava que seu marido era um dos maiores traficantes d...