Capítulo 109

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Quando foi se despedir de Mikaella a vi tendo uma conversa um pouco exaltada e Jarod tentando se desculpar. Eles logo entraram no carro e foram embora. Priscilla voltou sem dizer nada e tentando disfarçar o nervosismo. Logo nos despedimos de todos e fomos embora. Maya estava distraída no celular, Priscilla parecia que arrancaria o volante a qualquer momento.

Eu: Está tudo bem amor?

Pri: Sim. Vai lá pra casa?

Eu: Sim. – chegamos na casa, Maya deu boa noite e subiu. Priscilla foi para o escritório dela e logo depois saiu.

Pri: Já vou subir.

Eu: Eu já estou indo.

Pri: Tá... – ela subiu. Peguei meu telefone e tinha uma mensagem da Mariela.

Priscilla e minha mãe brigaram. O casamento de vocês acontecerá em breve, peço que não a convide. Para o bem da relação de vocês. Beijos, Mariela.

Subi e a Priscilla escovava os dentes. Eu me troquei e entrei no banheiro, escovei os dentes também e logo sai. Ela já arrumava a cama e deitava.

Eu: Quer conversar?

Pri: Mikaella não fará parte da nossa vida enquanto ela não aprender a ser gente. Ela está proibida de chegar perto de mim. Por respeito a minha filha e ao amor que a minha filha criou por ela, eu vou permitir que Maya conviva com ela, mas eu não estendo essa cortesia a ela na minha vida e na minha família enquanto esse comportamento imbecil dela não mudar. O que ela quiser tratar sobre Maya ela fala com meu advogado ou Jarod que parece ser o único com uma gota de decência entre os dois, entra em contato comigo. Eu não quero ouvir a voz dessa mulher mais. A Malena morreu, e é uma merda isso. Ela era o meu amor, a pessoa que eu amei mais que a mim, a mãe da minha filha e eu me culpo todos os dias pela morte dela, eu ainda tenho marcas desse passado não tão distante assim no meu corpo, na minha mente e na minha alma, e ela faz questão de arrancar as cascas dessa ferida, pra me fazer sangrar de proposito. Ela tenta tirar a culpa de ter sido um lixo como mãe e de ter falhado muito como ser humano de cima dela e coloca em mim. O incomodo dela em me ver reconstruindo minha vida, criando uma nova família para mim, para Maya como se isso fosse apagar a Malena da nossa vida, coisa que ela fez por anos até o dia da morte da filha dela, é nojento. – já chorava com raiva.

Eu: Amor, fica calma, não vale a pena. Ela não vale a pena. Faça isso, fique longe dela e vamos ser felizes. Ela que fique com a amargura e arrogância dela pra lá – dei um selinho nela. Ela não parava de chorar. Priscilla estava cheia de sentimentos, e sabia que parte daquilo era culpa. Me doía saber que ela carregava uma culpa enorme que ela não tinha, que ela não precisava carregar, mas Mikaella fazia questão de ativar esse gatilho nela. A gente deitou na cama e eu a abracei forte. Ela chorou muito, ela estava com raiva, estava sentida, e eu não podia fazer muita coisa, apenas deixa-la sentir tudo o que ela queria sentir. Ela precisava disso. Ela adormeceu depois de chorar muito. – Eu te amo, e você vai ficar bem meu amor. Vamos ser muito felizes, vamos ter uma família muito linda. Isso tudo vai passar, e nada disso vai impedir que sejamos felizes ok? – falava baixinho beijando o rosto dela. Logo eu adormeci também. Pri passou o resto da semana bem sentida e calada. Ela se fechou um pouco por causa disso tudo e eu a deixei no canto dela, não queria invadir, mas achei importante que ela contasse a Maya o que houve, e Maya ficou muito chateada com a avó. Na semana seguinte Priscilla estava bem, mas quase matou foi a mãe dela com a conta da festa da Maya. Mais de um milhão e meio na festa de 15 anos da Maya que foi espetacular, mas foi muito dinheiro numa festa de 15 anos. Patrícia ouviu um sermão da montanha da Priscilla por conta da festa. Mas ela deveria imaginar com tantas flores, com tanto luxo na festa. Copos dourados reluzentes, taças de vidro com detalhes dourados com um M em alto relevo e svarowsky, algumas das lembranças eram chinelos personalizados, nécessaires com esmaltes da Dior, carregadores portáteis para celular personalizados, vela perfumada, cheirinho de ambiente personalizado com fragrância exclusivamente criada para ela. Cada cento de bombom daquela festa, cada doce, deveria custar meu salario do mês e eu nem ganho pouco. Depois do surto da Priscilla, fomos discutir nosso casamento. Priscilla deixou claro que não queria um evento apoteótico como foi a festa da Maya que saiu em todas as revistas e sites mais importantes do país. Era um casamento para poucas pessoas, intimista, romântico e o principal de tudo que ficaria claro no convite... Proibido fotos e filmagens da cerimônia. Pensamos em vários lugares para lua de mel e acabamos não chegando a acordo algum então Priscilla decidiu por nós duas. Iriamos para um lugar bom romântico e pitoresco no Brasil mesmo e seria surpresa para mim. Eu gostei da ideia. 

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