Capítulo 127

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De manhã tomei um banho, peguei algumas coisas pra mim, e sai de casa. Fui até uma cafeteria e tomei café da manhã e fui para o hospital. Cheguei por volta de 8 da manhã. A enfermeira disse que ela ainda não tinha acordado, que dormiu a noite toda, que estão monitorando o bebê de perto e que ela faria um exame de sangue assim que acordasse e depois do café faria alguns exames a pedido do ortopedista, do clinico, do neurologista, para ver se estava tudo em ordem já que o outro hospital teve esse erro terrível em tempo de provocar um aborto nela, sendo que o bebê estava bem. Não demorou muito Mariela chegou com a Amber, as duas tinham ido ao apartamento pegar as roupas dela, e abrir o apartamento para os pais do Otávio. Eles estavam lá, pegando as coisas dele para voltarem ao Brasil em alguns dias. Meu coração estava dilacerado com isso, e eles precisavam saber do bebê. Mariela achou melhor não contar, disse que isso era algo que eu deveria contar a eles, ou a Maya. Maya não tinha condições alguma para isso. Ela acordou, fizeram o exame de sangue nela, a ajudaram a tomar um banho primeiro, ela tomou café, comeu pouco mas comeu melhor que no dia anterior. Logo foi para exames eu fui até o andar com ela, mas não poderia entrar. Mariela logo veio dizendo que os pais do Otavio estavam na sala de espera querendo vê-la. Eu desci para falar com eles.

Eu: Oi... – abracei a Catarina e depois abracei o João.

Catarina: Oi... Como ela está?

Eu: Está bem na medida do possível. Está calada, pensativa, ainda não conversamos direito, está fazendo alguns exames. – nos sentamos.

João: Pegamos as coisas do nosso filho lá, mas deixamos algumas coisas que talvez ela queira ficar. – secou a lágrima que caia. Seus ex sogros estão nos ajudando muito, a Natalie nos ligou, sua mãe também, muito obrigado por tudo que estão fazendo por nós.

Eu: João eu sei exatamente o que é perder alguém e sei exatamente a dor que a minha filha está sentindo. E eu sei que nada vai apagar essa dor de vocês, mas eu queria dar uma coisa a vocês. – peguei minha bolsa e peguei uma fotinho da ultra que pedi para a médica dela para dar a eles. – É para vocês.

Catarina: O que é isso? Era... Era o nosso neto?

Eu: Não... É o neto vocês. O bebê está vivo, e está bem. O outro hospital deixou passar de maneira grotesca isso achando que ela estava abortando, mas apesar de toda agressão sofrida, o bebê está vivo. – sorri de leve – Tem um pedacinho do Otavio vindo. – os dois se abraçaram e choraram. Eles não estavam acreditando. Era tudo que eles tinham do Otávio agora. – Vamos cuidar bem dela, e ter nosso netinho pra mimar bastante. – a gente riu.

Catarina: Vamos sim. – falou sorrindo emocionada. Eles ficaram ali até falar com a Maya e logo foram embora. O medico viu todos os exames, Maya estava com dores da costela fraturada, mas estava bem na medida do possível. Mas a obstetra não quis libera-la, queria monitorar de perto por mais 48 horas o bebê e ela por segurança. Esses dois dias foram muito intensos, foi uma montanha russa surreal. Maya tinha visitas três vezes ao dia de uma psicóloga que estava ajudando muito. Logo ela recebeu alta, fomos para o apartamento em Manhattan, um policial e o delegado foi pegar o depoimento dela no hospital e foi bem agitado esse dia, ela ficou bem nervosa. Natalie e minha mãe falava com ela várias vezes ao dia. Ela não queria ir até o apartamento que eles alugavam, então Mariela cuidaria de tudo, de tirar os pertences dela, e levar pra casa. Maya me chamou para conversar.

Maya: Mãe?

Eu: Oi amor? Precisa de alguma coisa? – entrei no quarto dela.

Maya: Eu quero voltar para o Brasil. – deixou cair uma lágrima. – Eu quero ter o bebê lá. Eu tranco a faculdade e volto quando eu puder. Se não for um problema para você, eu trancar a faculdade.

Eu: Minha filha, claro que não é um problema pra mim, de maneira nenhuma. Faz o que você achar melhor. Vamos cuidar desse bebezinho, cuidar de você, e quando se sentir preparada você volta pra cá, ou você faz faculdade no Brasil mesmo.

Maya: Eu não quero dar trabalho pra você e pra Natalie, eu vou comprar um apartamento pra mim.

Eu: Filha de maneira nenhuma, não quero você sozinha em apartamento de jeito nenhum. E não vai dar trabalho meu amor não pensa assim – a abracei.

Maya: Eu nem vou conseguir me despedir dele lá mãe. – chorava.

Eu: Eu sei amor... Eu sinto muito por isso, eu sei o quanto isso dói. Mas quando voltarmos, a gente vai até o cemitério, leva flores pra ele, leva pra sua mãe também, faz uma oração, manda celebrar uma missa bem bonita.

Maya: Quando vamos pra casa?

Eu: Você tem uma consulta em cinco dias, se estiver tudo bem, a gente vai embora no dia seguinte.

Maya: Tá... - esses dias se passaram e ela estava bem para viajar. Natalie não conseguiu ir para os EUA, e nem minha mãe por causa do meu pai. O jatinho já estava em NY a gente viaja a noite. Meus ex sogros nos convidaram para almoçar, Mariela, Aiden e suas famílias estavam lá. Estavam tristes da Maya partir, porque acostumaram a vê-la com frequência, mas entendiam que era o melhor pra ela naquele momento. Na hora de ir embora Mikaella ficou muito emocionada.

Eu: Ela vai ficar bem, ela está comigo, com a Natalie, com meus pais. Vamos cuidar bem dela você sabe disso, e vocês todos são muito bem vindos lá em casa quando quiserem e principalmente quando o bebê estiver para chegar, quero todos vocês lá ao lado dela.

Mikaella: Qualquer coisa, por favor, me avisa que eu vou o mais rápido possível pra lá.

Eu: Fica tranquila. Logo a gente volta para os EUA, para comprar o enxoval do bebê e fazemos questão da sua presença.

Mikaella: E eu faço questão de estar presente –nos abraçamos. Mikaella e eu nesses anos desenvolvemos uma boa amizade. Elapediu perdão a Natalie pelo que fez na nossa casa e conseguimos aparar asarestas que haviam entre nós. 

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