Capítulo 71

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Eu: E o travesseiro?

XX: Perdão?

Eu: O travesseiro, para sufoca-la até a morte. – ele riu.

XX: Desculpa isso foi anti ético.

Eu: Dá vontade viu. Obrigada doutor.

XX: Qualquer coisa, aqui está meu cartão só me ligar. Ela retorna aqui em cinco dias para avaliar as queimaduras.

Eu: Ok. Obrigada. – logo ela veio. Só uma olhada minha e ela foi aniquilada. – Vamos. – fomos para o carro, passei na farmácia comprei tudo que o médico passou e fomos pra casa.

Maya: Não vai me deixar na vovó?

Eu: Na vovó? Pra ela te tratar com denguinho, com amorzinho, fazendo tudo que você quer? Mas nem pensar Maya.

Maya: Minhas coisas estão lá.

Eu: Você tem roupa demais. – chegamos em casa bem rápido. – Você vai limpar seu estúdio, seu quarto, seu closet que já está uma zona de novo. Vai estudar, e sua viagem em outubro? Pode esquecer. Você não sai naquele portão por 7 dias. Me dá seu telefone, seu ipad e seu notebook.

Maya: Mãe...

Eu: Não tem mãe. Você tem noção do que você fez Maya? 60 mil reais mais ou menos o prejuízo da sua arte.

Maya: Mãe...

Eu: Chega ok? Vai fazer o que eu te falei. Tira esse uniforme e vai fazer o que tem que fazer e depois abra o e-mail que a escola vai mandar um trabalho pra você e os incendiários fazerem.

Maya: Tá bom. – ela subiu.

Joana: Meu Deus, o que aconteceu?

Eu: Botou fogo numa sala... – contei a ela. – E a senhora e qualquer um dessa casa estão proibidos de ajuda-la ok? Ela vai se virar sozinha.

Joana: Dona Priscilla, ela está queimada.

Eu: Não é pra tanto Joana. Eu tive queimaduras de segundo e terceiro grau em 50% do meu corpo e ainda estou fazendo cirurgias. Ela não aprendeu com meu acidente e causou um que poderia ter queimado a escola toda. Não quero que a ajude. Ela vai se virar. - Fui para o meu escritório trabalhei um pouco e nem vi a hora passar. Logo o que aconteceu virou assunto na internet, e por serem menores de idade, não divulgaram nomes, nem fotos. Só que alunos do Colégio Suiço Brasileiro colocaram fogo na sala de ciência. Para piorar meu dia, a avó dela ligou. – Era só o que me faltava. – suspirei e abri a chamada de vídeo dela.

Mikaella: Priscilla, tudo bem?

Eu: Sim e você?

Mikaella: Estou bem – sorriu – Eu liguei pra saber sobre a viagem da Maya, que dia ela vem, quanto tempo ela vai poder ficar.

Eu: Ela não vai Mikaella.

Mikaella: Como assim? Já tínhamos conversado sobre isso.

Eu: Ela está de castigo pra sempre, então ela não vai.

Mikaella: O que ela fez?

Eu: Ela explodiu metade da sala de ciências no colégio hoje... – contei a ela.

Mikaella: Oh my God... Não é possível.

Eu: Eu também achei que não seria possível, mas ela fez isso. Então como uma das punições dela, ela não viaja.

Mikaella: Poxa, eu combinei tanta coisa legal pra gente fazer. Jarod está tão empolgado.

Eu: Sinto muito – na verdade eu não sentia – Mas ela precisa arcar com as consequências dos atos dela. Após o natal ela tem férias novamente até o final de janeiro, se ela quiser ir, ela vai e passa o mês todo com vocês. Mas em outubro ela não vai.

Mikaella: Priscilla, não temos culpa disso. Combinamos isso tudo... – tentava justificar e eu desliguei a chamada. Eu já estava nervosa demais pra discutir com essa insuportável.

NATALIE NARRANDO...

Eu não atendia as chamadas dela, eu não falava com ela mais. Eu sentia tanta saudade que doía. Eu estava deprimida, mas eu não podia coloca-la em risco. Não podia colocar Maya em risco. Priscilla me mandava mensagem quase todos os dias e eu lia e chorava. Eu queria responde-la, eu queria dizer que a amava, mas eu não podia. Era para o bem dela e de Maya. E por falar em Maya, ela menstruou pela primeira vez, eu sorri quando li, ela estava se sentindo muito diferente das amigas porque ela tem 14 anos e nunca tinha menstruado enquanto todas as amigas já viveram isso. Eu seguia trabalhando na vinícola dos meus pais e aos finais de semana na loja de vinhos. Eu tentava ocupar minha mente em 100%. Num sábado na loja um homem entrou perguntou de vinhos, que ele queria experimentar, e bateu um longo papo comigo. Eu achei estranho, nenhum cliente conversava tanto assim, e ele era carioca. Depois de alguns dias comecei a nota-lo sempre. Eu o via praticamente todos os dias em algum lugar da cidade e comecei a me sentir incomodada com isso. Comecei a me sentir perseguida. Depois disso notei que um carro preto de vidros escuros sempre passava em frente a loja e a casa dos meus pais também. Eu fiz várias fotos e vídeos ao longo da semana e mostrei aos meus pais que ficaram muito preocupados comigo. Eu enviei para os telefones deles, para caso acontecesse algo comigo. Eu fui para o Sul, eu abandonei a mulher da minha vida pra nada acontecer com ela e a família dela e comigo e agora acho que estou sendo perseguida aqui. Recebi mais mensagem da Pri contando que a Maya explodiu o laboratório da escola, e ela estava uma fera e a proibiu de viajar nas próximas semanas, já que ela iria para NY passar a semana do saco cheio com os avós. Eu queria conversar, mas eu não queria coloca-la em risco. Eu a amava tanto que doía.

10 DE OUTUBRO

Tem mais de um mês que eu vim para o Sul, e eu já estava deprimida por não ter contato com a Pri, por não estar ao lado dela. Eu recebi uma mensagem dela dizendo que Mariela a convenceu de deixar Maya viajar, para evitar confusões maiores. Eu estava fechando a loja, era tarde, tinha feito balanço então sai bem tarde, era mais ou menos 21 horas. Eu já tinha ligado para o meu pai me buscar e ele já estava chegando. Quando ele chegou, ele desceu do carro, me ajudou a fechar a loja e quando íamos para o carro ele levou uma coronhada e caiu desmaiado.

Eu: PAAAIII... – quando fui acudi-lo eu levei uma pancada na cabeça também e tudo ficou escuro. Eu acordei eu estava amarrada num quarto. O lugar era limpo, mas não tinha muitas coisas. Parecia um quarto improvisado. Tinha uma cama, uma cômoda e um uma porta que parecia ser um banheiro. Quando olhei em volta tinha um homem encostado na porta. – Quem é você? Ai... – gemi pela dor na cabeça.

XX: Achou mesmo que fugiria do Jonny gatinha? 

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Por hoje é só... Boa noite e até amanhã...

Marcas do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora