Capítulo 18

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20 DE MARÇO... DOMINGO...

Minha filha estava na casa da Gavea, ia ficar lá até a festa e eu estava na cama da senhorita Smith. A gente tem ficado algumas vezes. Eu acho tudo isso muita loucura, mas eu gosto de estar com ela, de transar com ela, gosto da nossa troca. Durante a semana a gente tem uma postura de patroa e funcionaria e quando estávamos sozinhas, a gente se entregava livremente uma a outra.

Eu: Acha isso tudo loucura? Fazia carinho no braço dela e ela estava abraçada comigo.

Nat: Isso o que?

Eu: A gente... O que estamos fazendo.

Nat: Se arrepende?

Eu: Não. Mas será que estamos fazendo o certo?

Nat: Eu acho que sim. Eu sou livre, você também é. A gente gosta do que tem aqui do que fazemos. Eu gosto de estar com você, e você? Gosta do que estamos fazendo?

Eu: Muito. A cada dia mais. Eu acho que nunca me senti tão viva em 3 anos como agora.

Nat: Eu fico feliz por se sentir viva agora. – me beijou.

Eu: Vem comigo para os EUA?

Nat: Por que?

Eu: Preciso enfrentar aquela família horrorosa, preciso de apoio. Se não puder ir tudo bem eu entendo, mas vou me sentir mais segura se você for. Para todos os efeitos você vai a trabalho.

Nat: Tudo bem. Eu acho que a Maya desconfia da gente. – eu assustei.

Eu: Por que?

Nat: Ela está me fazendo perguntas. Se eu gosto de mulher, se eu tenho alguém, se eu me interessaria por você.

Eu: E o que você disse?

Nat: Eu disse que eu gosto de mulher, que eu fui casada com um homem, mas eu gosto de mulheres também e que estou aberta a me apaixonar por qualquer pessoa e que me interessaria sim por você que você é uma mulher muito bonita, atraente, inteligente.

Eu: Você praticamente entregou a gente pra minha filha né – eu ri.

Nat: Não. Mas acho que ela está me sondando. Seria ruim se ela soubesse?

Eu: Não. Eu acho que não né. As vezes eu acho que ela vai ficar chateada pela mãe dela, porque ela sente falta da mãe dela, mas as vezes eu acho que ela vai ficar feliz porque eu não vou estar sozinha. A Maya é uma bagunça Natalie – rimos – Coisa de adolescente. Ela cismou com a menstruação dela. A levei ao medico, ela fez exames e está tudo perfeitamente bem com ela. Mas ela está incomodada com o fato de que ela tem 13 anos e as amigas dela já menstruaram e ela não. Quando ela chega do nada com um "oh mamãe" super doce... Pode esperar que ela vem com alguma bomba ou situação inusitada. – ela riu.

Nat: Ela é maravilhosa.

Eu: É. Ela me enlouquece as vezes, mas ela é uma menina incrível. – Natalie virou o rosto e me beijou.

Nat: Vamos aproveitar nosso tempo vai. – sentou no meu colo.

Eu: Eu acho incrível... – ela parou de me beijar.

Nat: Você não fazia isso com a Rafa não né? – soltou essa do nada e eu dei risada.

Eu: Não Natalie. A Rafa e eu temos um tratamento formal diante dos empregados, afinal aqui é o trabalho dela. Mas nós somos amigas, muito amigas. A gente conversa todos os dias pelo celular, a gente só não mistura as coisas para que não faltem com respeito a autoridade dela aqui dentro da casa. Mas ela é só minha amiga.

Nat: Por que ela nunca me contou que são amigas?

Eu: Discrição? Sigilo? Rafa é muito leal. Eu tenho certeza que você não sabia nada sobre mim até vir trabalhar aqui.

Nat: É eu realmente não sabia.

Eu: Todos que trabalham comigo são muito fieis, por isso estão comigo a muitos anos. Eu nunca fui de me expor, por isso não sabem do meu acidente, não sabem da minha esposa, não sabem de nada. Detesto exposição. Eu tenho muito dinheiro Natalie, eu tenho um negócio muito cobiçado e caro e moro no Rio de Janeiro. Eu não quero colocar um alvo nas costas da minha filha e nem nas minhas costas.

Nat: Entendo...

Eu: Não vamos falar de mim. Vamos aproveitar o momento... – a beijei. Transamos mais duas vezes e eu subi para o meu quarto. A gente se tratava formalmente durante a semana, trocávamos olhares e sorrisos apenas. 

Marcas do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora