Marcas do Passado

Capítulo 25

 Na manhã seguinte tomei café, tomei banho e fui ao médico de novo, meus exames estavam ótimos então manteríamos a data para a minha cirurgia. Fui encontrar minha filha para almoçar, fiz umas compras com ela também a gente vai embora no dia seguinte bem cedo. Fui falar com o Alberto e ele disse que a Natalie não tinha ido embora ainda, mas não estava saindo do quarto para nada além de fazer as refeições. Eu resolveria isso no Brasil. A noite fui jantar na casa da Mariela. Eram apenas ela, os três filhos, o marido, eu e a minha filha. Depois do jantar as meninas foram para o quarto e eu fiquei conversando com a Mariela e o Josh. – Mariela, a sua mãe me procurou como você já deve saber. E ela me disse que sabe do paradeiro do pai da Maya e me ameaçou com isso.

Josh: Pelo amor de Deus Mariela, sua mãe está totalmente desequilibrada.

Mariela: Meu Deus... O que ela disse Priscilla?

Eu: Que ela sabe onde ele está... – contei tudo a ela como foi nossa briga.

Josh: Esqueceu de mencionar que além de ter encontrado ele, o encontrou numa clinica de reabilitação. Que ele é um viciado e heroína, um agressor, e um criminioso que tentou matar a ex mulher dele e o filho que tem com ela botando fogo na casa deles. Quando eu acho que a Mikaella não vai me surpreender mais, ela consegue. – Josh sempre detestou a Mikaella.

Eu: Meu Deus.

Mariela: O que o Josh disse é verdade. O Keaton está numa clinica de reabilitação. O advogado da família dele conseguiu o beneficio da duvida a ele, o que pra mim é um absurdo tendo em vista o que ele fez com a ex mulher e o filho de cinco anos. Ele foi pra essa clinica e tem que ficar lá por três anos. Ele sai no ano que vem. A mamãe é doente, ela não pode te ameaçar com isso. Ela está fazendo o que ela sempre faz, tentando ganhar no grito.

Eu: Eu gravei toda a nossa discussão, já passei para o meu advogado. E vou enviar pra você também, não vou colocar para tocar aqui não quero que a Maya saiba de nada disso.

Mariela: Faz bem. Priscilla, eu amo minha sobrinha. Josh e eu queremos que ela participe da nossa vida assim como queremos participar da vida dela. Por favor, o que quer que meus pais estejam tramando, não a afaste de nós. – pediu com os olhos marejados. Meu coração doeu, porque ela sempre deu muita força a mim e a Malena.

Eu: Mariela, eu jamais faria isso com vocês. Eu sei que amam minha filha, eu sei que ela ama vocês. Ela sempre vem contando que vocês ligaram que mandaram mensagem. Ela se sente tão amada pela pequena parte da família da mãe dela. Eu nunca vou tirar isso dela. Mas eu vou pedir um mandado de restrição contra seus pais se eles continuarem com essas loucuras, ainda mais nesse período que vou passar aqui e ela vai ficar 30 dias aqui comigo, por favor, não deixe minha filha perto dos seus pais.

Josh: Eu não deixo nem meus filhos perto deles porque eu não confio Priscilla que dirá nossa sobrinha.

Eu: Eu não veria problema algum se eles quisessem participar da vida dela, serem avós, serem presentes pra ela a conquistarem. Eu nunca tiraria isso deles, e vocês me conhecem o suficiente para saberem que eu jamais faria algo assim. Mas eles querem impor uma situação absurda, eles querem que as coisas aconteçam numa queda de braço, eles querem exigir amor da parte da Maya, eles querem obriga-la a ter simpatia e amor por eles, sendo que eles nunca cultivaram isso nela. – conversamos muito, combinamos sobre a arrumação do apartamento pra mim e eles mais uma vez insistiram para que eu ficasse na casa deles. Eles moram no Upper East Side também, num tríplex muito luxuoso e de muito bom gosto. Fomos até o apartamento que é por direito da minha filha agora. Não precisava fazer nada nele, só mobiliar, decorar. Mariela cuidaria disso pra mim. Nos despedimos e fomos para o hotel. Quando entrava no meu quarto o doutor Alberto saia do quarto da Natalie ajeitando a roupa e sorrindo. Ela foi até a porta e entregou o cinto dele a ele. Eu não estava acreditando naquilo. Ela dormiu com ele? quando ela me viu, seu sorriso se fechou na hora. Os dois me cumprimentaram, eu respondi.

Eu: Boa noite. Vamos sair amanhã as 8:30 do hotel. – entrei e bati a porta. Eu fiquei com raiva. Eu não estava acreditando naquilo. Eu não dormi um segundo a noite toda. As cinco da manhã tomei banho, me troquei, arrumei minhas malas, a Maya bateu no meu quarto pra pegar a mala que ela tinha comprado e deixado lá, tinha muita coisa pra levar. A gente desceu as 7:45 para tomar café da manhã. Natalie não falava comigo e nem doutor Alberto. Se eu pudesse jogaria os dois no meio do oceano. 10 horas de voo com esses dois. Paguei as taxas extras do hotel fomos para o aeroporto logo nosso voo foi liberado. Saímos as 9:50 e chegamos no Brasil as 20:50. Meu motorista estava nos esperando. Ele deixou doutor Alberto em casa primeiro. – Vai ficar aqui com o seu namorado Natalie ou vai pra sua tia? Hoje é sábado. – ela fechou a cara pra mim e o Alberto ficou muito sem graça.

Nat: Eu vou pra sua casa senhora. Meu carro está lá. Depois eu venho pra minha tia.

Eu: Ok. Vamos Paulo. – fomos pra casa, descemos as malas. – Pode tirar folga na segunda feira ok?

Nat: Sim. Obrigada.

Eu: Imagina. Bom final de semana.

Nat: Pra senhora também.

Eu: Não será tão boa quanto a sua. – subi com as minhas malas.