15

25.9K 2.2K 1K
                                    

Deco.

Eu tava com uma fome do caralho esperando meu horário terminar pra bater uma comida dahora em qualquer lugar. Tava trocando uma ideia com o Pato quando meu celular tocou, olhei pra tela vendo que era a Eloísa e ela falou que queria conversar comigo.

Mandei ela fazer algum bagulho pra comer e eu só ia porque tava na intenção maior, sabia que era marola minha, mas aquela garota do prédio era muito gostosa, papo reto filho.

Nem sou de me meter nessas, de ir atrás de ninguém, mas me amarro quando vejo uma patyzinha, bagulho fica de verdade. E além de ser paty, marrenta pra caralho e ainda é morena? Dá não, diferente das que eu me amarro. Me perdi fácil e só vou parar quando levar pra cama.

Cheguei no prédio, o porteiro era outro e me olhou dos pés a cabeça, mas falou que já tinha sido avisado. Enquanto esperava o elevador fiquei ali igual criança querendo bater com ela, mas quando abriu tava cheio de criança gritando como se fosse a disney.

Entrei ali a força e parei no andar da Eloísa, já tava na tristeza caminhando pra porta dela quando antes mermo de eu chegar abriu. Fiquei sem entender e quando vi que a Eloísa tava com a morena do lado, o sorriso se rendeu fácil!

Você tá começando a me assustar, eu juro! — Ela falou antes mermo de eu pensar.

Deco: Tô no paraíso e nem precisei morrer.— Gastei vendo ela me olhar feio.

Eloísa: O que tá rolando aqui? — Falou me olhando.

— Esse garoto tá me perseguindo, eu vou ligar pra polícia.— Eloísa tomou o celular da mão dela que ela já tava discando, igual maluca.

Eloísa: Acho que aconteceu um erro de comunicação, ele é meu amigo. E tenho certeza que ele não iria te perseguir.— Olhou pra mim e desviou encarando a menina.

Deco: Pô, papo de sinceridade? Perseguiria fácil, tô até começando a pensar nisso mermo.— Passei a mão na nuca, encarando ela no serinho.

— Você é maluco! Eu vou embora, até depois.— Falou com a Eloísa e foi passar por mim, fui ficar na frente dela e ela chutou minha perna, me empurrando.— Maluco, doido!

Eloísa: Tchau, Mari. Qualquer coisa vem pra cá.— Falou negando com a cabeça.

Deco: Tchau, Mari.— Fiz questão de falar o nome dela e ela me ignorou, apertando o elevador.

Virei a cabeça olhando ela esperar e tava disposto a ficar ali, mas a Eloísa me puxou pra dentro e eu reclamei.

Eloísa: Ela não, só te digo isso! Nem em sonhos, não fode a vida de vocês dois assim.— Apontou.— Você acaba com a vida dela de verdade.

Ignorei ela quando senti o cheiro da comida e fui atrás da cozinha, ela podia ser uma safada ordinária, mas quando se tratava de cozinhar a mulher amassava firme.

Ela me deixou comendo e foi em algum lugar daqui, fiquei tranquilão comendo minha lasanha e ela voltou. Quando ela apareceu com o escapulário do Bryan eu ainda que parei e engoli a comida no seco, sentido minha garganta fechar.

Eloísa: No dia...— Começou a falar, mas parou com os olhos cheios de lágrimas já...— Da invasão, você sabe... O cordão torou, foi a primeira vez que ele tirou. Eu peguei e ajeitei, ia devolver quando ele chegasse em casa...

O escapulário do Bryan era algo sagrado pra ele, ele mesmo dizia que era a proteção. Quando ele comprou, levou até na igreja pra abençoar, quando colocou a primeira vez nunca mais tirou...

Eloísa: Acho que isso tem que ficar com você, vai te proteger como protegeu ele. Ele sempre disse que tudo que tinha era de vocês dois, então tá aqui! — Estendeu pra mim.— Até pensei no Gl, ou no pai de vocês... Mas é seu, nós dois sabemos.

Deco: Valeu.— Falei pegando da mão dela, ela sorriu limpando o rosto e se sentou.

Eloísa: Eu não tô aqui usando o dinheiro que ele deixou, eu tô fazendo um corre. Você sabe que eu gostava dele, de verdade.

Deco: Que corre? — Ignorei o resto pra não bater cabeça com isso.

Não sabia muito sobre essa parada de gostar, amor e essas loucuras. Mas tinha maior certeza que quando a gente se amarrava em alguém, não fazia as paradas que a Eloísa vem fazendo.

Eloísa: Sigilo.— Confirmei com a cabeça.

Terminei de comer brincando com o cordão nos meus dedos e quando matei minha fome me levantei pra ir embora, mas quando tava na porta eu encarei ela.

Deco: O número da garota...— Nem terminei de falar, ela me interrompeu.

Eloísa: Fica longe, é sério! Nem nos seus sonhos você tem que chegar perto dela, eu tô avisando de coração.— Olhei pra ela serinho, que cruzou os braços.

Lancei um jae e peguei o elevador, desci sozinho e sai do prédio encostando na moto, olhei pro cordão na minha mão e passei o polegar em cima, dei um beijo e coloquei no pescoço.

Mari: Brilha de longe.— A voz dela me assustou pra caralho, eu tava sozinho aqui mané.

Meti a mão na cintura na merma hora, quando vi que era ela descansei a mão mas ela me encarou.

Mari: Tá armado? — Falou séria.

Deco: Meu celular tá aqui, achei que ia ser tomado por assalto.— Falei ajeitando minha blusa.— E aí, Mari. Tá me seguindo?

Mari: Nem nos seus sonhos.— Resmungou.— Fui comprar chocolate.— Mostrou a barra que já tinha acabado.— Aí decidi dar tchau e pedi pra parar de ser maluco, fica aparecendo toda hora.

Deco: Qual foi cara, já te falei que não tô nessa de perseguir. Mas tu tá doidinha pra eu começar né? — Ela soltou uma risada.— Até parando os corre pra falar comigo.

Mari: Você é maluco, não canso de repetir.— Começou a andar.

Deco: Não tá afim de dar uma volta não? — Falei olhando ela, que só negou com a cabeça, puxei ela pelo braço e ela me olhou.— Copacabana é pertin!

Mari: Já que você sabe o caminho, é só ir.— Falou se soltando.

Deco: Quero ir contigo, maluca. Dar uma volta e tu me dar até outros bagulhos.— Ela fechou a cara totalmente.— Coe, pegadinha pô. Vamo na paz.

Mari: Não confio em você.— Negou.

Deco: Também não confio em tu, papo dez. Mas vamo se conhece mané, sem maldade.— Entendi a mão pra ela.— Matias.

Joguei nome falso mermo, depois de transar vou meter o pé e tem nem pra que querer saber meu nome mermo.

Mari: Marília.— Murmurou e me deu as costas.

Ia xingar ela de maluca mas vi que ela tava indo jogar o lixo, virei ajeitando a pistola na cintura e coloquei pra frente, subi na moto e ela veio caminhando lentamente. Ia começar a xingar ela de novo mas ela me encarou bem antes de subir na moto, eu olhei pra boca dela e ela virou o rosto, vindo subir na garupa reclamando o tempo todo.

Era Uma Vez Onde histórias criam vida. Descubra agora