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Deco.

Pô filho, namoral... Nem parece que mais um mês tinha passado, que há três meses atrás eu tava ficando maluco da cabeça com a Marília, porque hoje ela já tava aqui me fazendo caminhar na praia de cinco horas da manhã.

Mas só porque depois de três meses ela tava tendo essa liberdade, e eu tinha prometido também, então tô nem maluco de vacilar e ser cobrado.

Como sempre eu tava sentado na areia observando o movimento, apesar de não tá tão ameaçado, não ia vacilar. O morro tava com o Gl e Falcão, eu tinha me afastado um pouco do corre e só tava fazendo o básico, mas de vez em quando eu me metia em umas paradas de pura loucura mermo.

Marília tava vindo na minha direção e eu só observando cada passo dela, olhava e imaginava até um cria meu ali. E da primeira vez que a gente transou, sem proteção e ela pensou nisso, a garota surtou falando que me mataria e mataria o bebê.

E há um mês atrás ela disse que colocaria o nome do meu irmão num filho, pra mim isso era bagulho de outro mundo.

Crescer com ela, poder me apoiar nela quando bagulho fica foda. E não tinha outra cara, eu já tava todo fudido é só conseguia ver um futuro com ela, qualquer coisa com ela.

Marília: Vou arrumar um segurança que goste de tomar banho de mar comigo.— Falou sentando no meio das minhas pernas.

Deco: Ele precisa tá vivo mermo? Porque pra tu ter outro, só morto.— Ela apertou meu rosto, beijando meu nariz.

Marília: Tão fofo com ciúmes, já pensou em começar uma terapia? — Falou debochando e eu puxei o cabelo dela.

Deco: E aí, bora meter o pé? — Ela fez cara feia.

Marília: Vamos almoçar aonde? — Falou amarrando o cabelo.

Deco: Escolhe.— Joguei a cabeça pra trás, sabendo que era minha pior fala.

A garota ia passar quase uma hora pensando pra poder dizer o mermo lugar de sempre, mas eu achava engraçado ver ela batendo cabeça procurando algum lugar melhor.

Depois da gente rodar por aí, cheguei no morro com ela pilotando a moto. Fazia pouco tempo que eu tinha voltado a ensinar ela e ela parecia uma criança toda vez, mas a gente chegou sem atropelar ninguém, por puro milagre.

Quando a gente chegou não tinha ninguém em casa, ela foi direto tomar banho e eu fui resolver o bagulho que o Gl tava me pedindo desde cedo em relação a lojinha, organizar os bagulhos. Fiz na velocidade da luz e voltei pra casa, tomei banho e me deitei com ela.

Já fui logo na marola, beijei o pescoço dela vendo ela segurar meu rosto e eu fiquei sentindo o cheiro dela ali, mas ela me puxou na maior safadeza, e quando eu vi, já tava metendo nela na maior saudade, porque a gente mal tava transando.

E como sempre era no pelo, sem proteção nenhuma. Era bagulho engraçado porque desde o começo foi assim, e até hoje ela não engravidou, porque nem remédio direito ela tomava. Só que agora, ela já tava tomando remédio pra caralho por conta das cirurgias ainda e nas últimas vezes nem se deu o trabalho de tomar anticoncepcional ou pílula.

Mas mermo assim, nenhuma suspeita, nem nada. Acreditava mermo que o bagulho aí acontecia como previsto, na hora exata.

Gozei dentro dela e me deitei do lado, sentindo ela me abraçar. Beijei o pescoço dela soltando o ar e me encaixei ali.

Marília: Eu realmente quero uma família com você, quero tudo de bom que nosso relacionamento tem pra oferecer...— Falou baixo.— Eu aprendi a amar sua mãe, mas queria iniciar algo mais nosso.

Deco: Quer sair daqui? — Falei me afastando dela, ela coçou a cabeça e confirmou.

Marília: Você nem precisa sair também agora, eu posso ficar morando sozinha e se uma hora eu engravidar, você vai morar comigo... Tô com dinheiro, mas obviamente não vou gastar porque você vai me dar uma casa.— Falou dando os ombros no maior convencimento.— Mas é isso que eu quero.

Deco: Esse bagulho é complicado.— Soltei uma risada fraca.

Não queria deixar dona Ana sozinha porque ela precisava desse bagulho, de qualquer suporte, e eu tava sendo pra ela há anos. Mudar uma parada assim era complicado pra caralho, pra mim e pra as duas...

No começo a dona Ana não gostava da Marília por implicância, depois foi porque percebeu que eu tava amarrado nela, e agora ela ia surtar quando eu metesse o pé daqui, o bagulho ia ser só confusão.

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