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Marília.

Eu tomei um pouco de água sentindo minha garganta agradecer e acabei virando a garrafa, tava me sentindo melhor, porém, ainda doía, e provavelmente era fome. Mas eu não queria comer nada, eu não queria me mostrar mais vulnerável do que eu estava.

Então fiquei tomando água devagar, a porta abriu e a Eloísa entrou com um pacote de treloso na mão, ela soltou minhas mãos e colocou a treloso do meu lado, junto com uma garrafa de água.

Eloísa: Você não precisa se matar, ainda tem altas coisas pra fazer. Além disso tá perto de você ir embora daqui...— Encarei ela.— Os meninos confirmaram que pode ser lá.

Mari: Vai você e cada um dessas pessoas pra merda.— Encarei ela.

Eloísa: Eu não queria te machucar, você é legal. Eu não tinha a intenção de encostar em você, até tentei fazer com que você não precisasse passar por isso, que ficasse do nosso lado.

Mari: Trair meu pai? Olha, eu sei que o seu nível de caráter é baixo, mas o meu não chega nem aos pés disso.— Ela soltou uma risada fraca.

Eloísa: Trair quem não tá nem aí pra você? — Fechei ainda mais a cara pra ela.— Marília, ele acabou de dar uma entrevista e nem citou você, a única coisa que ele falou era que queria o Dadinho morto! Ele nem se quer mandou alguém te procurar cara.

Mari: Isso diz mais sobre ele, do que sobre mim! Eu sei quais são meus princípios, posso odiar meu pai mas não vou ajudar imundos como vocês.— Falei como se não doesse.

Como se eu já não soubesse que ele não estava se importando, porque eu sabia, mas não queria acreditar, e o que veio foi a confirmação disso...

Eloísa: Eu tenho tantos problemas quanto você pra lidar. Me desculpa por ter enganado você esse tempo todo, você é uma pessoa maneira. Mas eu preciso sobreviver também, eu tô sozinha nesse mundo, você também tá, sabe disso né?! Eu posso te ajudar.

Marília: Vai pro inferno.— Falei cansada.

Olhei pro pacote de treloso e eu estava esperando ela sair pra poder comer, Eloísa apenas ficou parada me olhando por um bom tempo, até Dadinho entrar e me olhar.

Dadinho: Solta ela, a informação tava certa.— Encarei ele.— Ela ainda fica, mas não precisa amarrar.

Eloísa; Os meninos já fizeram o corre? — Falou me soltando animada.— Eles estão bem?

Dadinho: Parece que o Gl levou tiro, mas o que era meu eles pegaram de volta.— Senti o alívio com minhas pernas livres e murmurei baixo.

Eloísa deu um pulo saindo daqui e foi embora da minha vista, Dadinho tava parado me encarando e eu virei o rosto pra ele. Ele trancou a porta e saiu me deixando sozinha, me estiquei rápido pegando o biscoito orecheado e enfiei na boca, sentindo que a casa mordida meu corpo se renovava.

Tentei me levantar pra andar um pouquinho mas minhas pernas doíam, então fiquei balançando os pés pra poder me acostumar com isso, e pensar na melhor forma de fugir daqui.

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