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Marília.

Nossa! Que turbilhão de emoções eu sentia quando decidia fazer algo que está fora da minha rotina. Essa última semana tem sido tão "vivida." por mim, tão diferente que eu chego a estranhar.

Mas como era gostosa a sensação de paz, de liberdade... de calmaria!

Sem cobranças, sem ódio, sem brigas, sem guerra. Só paz, apenas eu vivendo como alguém normal, apenas eu sentindo o que é ser alguém normal, me fazia querer viver assim pra eternidade.

O vento batia no meu rosto fazendo todo meu cabelo voar, meu sorriso estava em eu rosto e eu observava as ruas. O Matias passando entre os carros, entre os sinais vermelhos, o que me fazia sentir medo e era uma sensação gostosa, porque se misturava com adrenalina.

Quando chegamos na praia eu pulei da moto igual uma criança, ele me encarou descendo da moto e eu fui pra areia, tirando minha sandália e indo em direção ao mar.

Deco: Tô sentindo que eu adotei uma criança e não tô sabendo.— Falou em tom de brincadeira, eu revirei os olhos e soltei um sorriso de canto, como eu estava em sua frente, ele não conseguia ver.

Me sentei na areia e ele sentou logo depois do meu lado, amarrei meu cabelo que já tava todo bagunçado e ele me encarou.

Deco: Achava que teu cabelo era liso pô, grandão igual no dia que eu te vi.— Dei os ombros.

Mari: Uso ele mais liso do que cacheado, não tenho muito tempo pra cuidar. Acho mais fácil ele liso durar por dias...

Deco: Achava que era impossível, mas tu fica mais linda com ele cacheado! — Falou olhando diretamente pro meu cabelo.— Mas pô, se acha não.

Mari: Obrigada, Matias. Saiba que eu só aceitei vir por conta que você estava de moto, não tenho interesse algum em algo mais.— Apontei e ele soltou um sorriso de lado.

Derreti ali mesmo, mas disfarcei me mantendo intacta.

Deco: Chama de Theus, pô.— Balancei a cabeça levemente, arqueando a sobrancelha.— Tá querendo me dizer que tu é interesseira e só tá de olho na moto?

Mari: Exatamente! — Sorri.— Não achei que seria tão fácil pra você entender.

Deco: Tá tentando me chamar de burro cara? Não tô entendendo esse teu papo, tá muito torto.— Passou a mão no cabelo.

Mari: Mas nem é tão burro assim, tá entendendo tudo que eu falo.— Brinquei e ele bateu no meu braço.

Deco: Fuma um? — Falou mexendo no bolso da bermuda, eu fiquei calada e quando ele tirou um cigarro diferente do bolso eu abri a boca levemente, fechei e ele me encarava. 

Mari: Se meu pai soubesse que você acabou de me fazer essa pergunta, você já estaria preso.—Falei encarando ele.— Não fuma isso perto de mim, faz favor.

Deco: E teu pai é quem? — Ele olhou pro cigarro e depois me olhou de novo.

Mari: De igreja, religioso, que acha que isso vem do diabo.— Ele soltou uma risada.— Te denunciaria e me mandava ser presa junto.

Era Uma Vez Onde histórias criam vida. Descubra agora