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Deco.

Ih filho, era papo de maluco isso aí. Queria ter metido o pé quando não consegui comer ela, mas eu precisava comer essa garota ou eu ia ficar maluco, muito gostosa pra escapar e eu ia ser o primeiro a entrar ali, visão do paraíso.

Achava que ia meter hoje mermo, mas de qualquer forma ela tava nervosa, de qualquer jeito se derreteu pra mim fácil, era questão de tempo. Vesti minha roupa sem a blusa e fiquei esperando ela sair do banheiro, ela saiu enrolada na toalha e eu joguei o roupão dela nas costas dela.

Mari: Eu acho que tenho uma blusa que te serve, vou colocar a sua na máquina, seca mais rápido.— Falou abrindo o guarda roupa.

Ela jogou uma camisa preta em mim e eu nem precisei cheirar pra sentir o cheiro dela, ela me olhou curiosa e eu vesti a blusa, até que ficou maneirinho. Ela pegou a roupa indo até o banheiro e eu me levantei saindo do quarto, abri a porta e olhei em volta.

Tava escuro, mas tinha uns quadros na parede que me chamou atenção. Boto fé que era o pai dela que tava numa formatura, eu fui andando pra perto mas senti a mão dela na minha, me desviando dali.

Mari: Vamos, eu tô morrendo de fome.— Falou me puxando pra fora.

Desviei o olhar mas tenho a maior certeza que eu conhecia aquele cara de algum lugar. Eu me deixei levar por ela saindo da casa e ela foi até o elevador me soltando, encoste no cantinho e ela tirou o celular do bolso. Fiquei encarando o teto tranquilão até o bagulho abrir, entrou um casal e a Marília se ajeitou na mesma hora, olhou pra eles com maior cara de sonsa e deu boa noite.

Fiquei calado e quando abriu na portaria eu saí, ela saiu atrás e eu fui tranquilo e calmo até lá fora, encostei perto da minha moto e ela parou do meu lado.

Mari: Podemos ir pro mesmo lugar de ontem? — Me olhou igual criança.

Balancei a cabeça e estendi a chave da moto pra ela, que soltou uma risada. Ajudei ela a tirar a moto e subi na garupa, a gente passou quase dez minutos ali pra ela tomar coragem de sair, foi devagar parecia que tava andando. Achei que ela ia matar nós dois na primeira esquina, mas ela tava calma, tava conseguindo ir e controlar a moto, garota amassou. A gente foi pelas ruas de dentro que não tinha muito carro até chegar na lanchonete, encostei a moto e ela pulou animada.

Mari: Caramba, eu sou a melhor! — Falou sorrindo de orelha a orelha.— Obrigada.

Deco: Da próxima usa o acelerador pô, não tá de enfeite.— Gastei ela que fez cara feia e me deu as costas.

A gente sentou, fez o pedido e trocou pouca ideia, bagulho raso. Quando a comida saiu, eu senti meu celular tocando, olhei pra ele em cima da mesa e era dona Ana, me levantei e me afastei, atendendo ela.

Ligação.

Ana: Matheus, aonde você tá? — Falou com uma voz estranha e eu já desconfiei dos bagulhos.

Deco: Tô comendo, qual foi?!

Ana: Tá tendo invasão aqui, a polícia tá subindo atrás dos envolvidos no assalto. Não vem pra casa, pelo amor de deus meu filho.— Falou quase chorando.

Deco: Porra cara, se eu não subir Dadinho vai encher meu saco.— Falei passando a mão na cabeça.

Ana: Manda ele pra casa do caralho, eu tô pedindo pra você não subir, entendeu Matheus? — Na merma hora mudou a voz pra de braba.

Deco: Tá Ana, vou me virar por aqui.— Falei e logo desliguei.

Ligação.

Abri o grupo com os moleques e percebi que eles tavam falando sobre isso tinha quase uma hora, chegou mensagem do vermelhinho e eu abri "Dadinho tá maluco atrás de tu, tu tá fudido moleque."

Vermelhinho sabia que eu não tava no morro, Dadinho sempre me colocava na frente das invasões de lá, eu tava fudido mermo! Queria nem imaginar o esporro que esse maluco ia jogar cima de mim.

Voltei pra mesa e a Ana já tava quase terminando de comer, ela me olhou de lado e desviou o olhar. Mas de cara eu já vi que ela tava incomodada com algum bagulho, tava sem cabeça pra isso e peguei meu hambúrguer começando a comer. Quando terminei ela já tava quieta mexendo no celular e eu mexi com ela, fazendo ela me olhar.

Deco: Descer pra casa, bora.— Ela levantou na merma hora.

Paguei o bagulho e ela ficou me esperando, quando cheguei na moto joguei a chave pra ela e ela negou. Filha da puta me tirando maior oportunidade de sentir o perfume dela na maior marola.

Deco: Minha coroa saiu e levou a chave de casa, eu não trouxe a minha e ela tá na casa do caralho. Vou marolar na tua casa hoje maneirinho.— Falei puxando a moto e ela parou soltar a respiração, mudando a postura.

Mari: Não, nem te convidei.— Deu os ombros.

Deco: Não precisa, tu vai me deixar sozinho por aí pô? — Subi na moto e encarei ela.

Mari: Tá bem grandinho, dá pra se virar.— Subiu na garupa.

Olhei pra trás vendo ela me encarar com maior cara de sonsa e eu neguei, sai dali rapidinho pra casa dela e parei na portaria, ia meter o louco e subi pro morro mermo pra o esporro amanhã ser menor.

Mari: Vai pelo estacionamento.— Falou baixo.

Olhei pra ela que apontou e eu fui, ela abriu o bagulho e me mandou estacionar do lado do carro dela, só obedeci tranquilão e ela desceu da moto, tava descendo também quando meu celular começou a tocar, eu tirei do bolso e continuei em cima da moto.

Ligação

Gl: Eu vou te dar o papo uma vez, se tu não aparecer aqui agora, eu vou descer pra pista e vou até no inferno te encontrar.— Gritou, de fundo dava pra escutar os tiros.

Deco: Tá maluco? Vai se fuder. Te devo nada não, otario.— Quase gritei.

Gl: Jae, tu fala isso quando o Dadinho aparecer morto, porque sumido ele já tá.

Ligação.

Gl desligou na minha cara e eu tirei o celular do ouvido, coloquei no bolso e liguei a moto de novo.

Mari: O que tá acontecendo? — Falou me encarando de longe.

Deco: Depois nós se bate.— Falei saindo com a moto sem nem me preocupar com o rosto.

Saí dali e fui em direção ao morro na velocidade da luz, não tinha muita movimentação ali na entrada e eu subi direto pra lojinha onde ficava meus bagulhos, quando cheguei só tinha uns moleques na ativa e eu peguei as minhas paradas, indo atrás do vermelhinho que bateu comigo em pouco tempo.

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