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Deco.

Falcão avisou que os cara iam chegar com as drogas e eu me levantei, o dia já tava claro e eu só conseguia ver por causa de uma janelinha. Tinha tirado altos cochilos sentado do lado da Marília, que tava deitada dormindo igual uma morta, mas assim que eu pulei da cama ela abriu os olhos se afastando.

Olhei de lado andando até a porta e quando ia sair lembrei de amarrar ela, qualquer vacilo que eu desse o Dadinho ia cair matando, e nem era pra cima mim!

Deco: Bora, rapunzel.— Falei pegando a corda.— Pra facilitar a tua vida.

Mari: Quando eu sair daqui, a primeira coisa que eu vou fazer é te amarrar.— Falou entredentes, encarei ela soltando uma risada e ela semicerrou os olhos.— Não estou falando disso, idiota.

Deco: Aceito de todas as formas.— Dei um tapa leve na coxa dela e ela me olhou.

Olhei pra ela me afastando e ela virou o rosto como sempre fazia, toda vez que eu tava saindo, ela virava a cara. Sai fechando a porta e sai da casa sem nem esperar falar com ninguém e fui pro morro na velocidade da luz, subi direto pra receber os bagulhos junto do Falcão que me ajudou a organizar a parada, coloquei ele e uns moleques pra ajeitarem o que faltava e fui saindo tranquilo.

Quando cheguei em casa, tava o bagulho vazio. Tomei um banho pra organizar minhas ideias e quando saí fui pra lojinha porque falaram que o Gl subiu pra cá. Encarei geral ali feio quando cheguei e fui atrás do maluco insuportável, me sentei com ele e com o Falcão e a gente foi discutir as possibilidades do bagulho ser certo.

E papo reto? Se isso tivesse qualquer erro, Marília ia tá fudida. A parte mais fudida também é que eu não ia fazer nada pra ajudar ela, e se eu me metesse, ia me fuder pior.

Tava organizando as paradas com os moleques, evitando o tempo todo trocar uma palavra com o Gl, porque cada minuto que passava eu tava mais perto de arrumar confusão e acabar com o bagulho.

O papo era que eu nunca ia entender, sempre considerei o maluco da melhor forma, sempre tive como um irmão mais velho, e papo reto? Era minha inspiração igual ao meu irmão de sangue. O bagulho dele mudado assim comigo me deixa bolado pra caralho, e o ódio que eu sentia nem era por nada que ele falava, era mais por ser ele quem falava.

Mas uma hora ou outra eu ia descobrir qual era o papo, o que aconteceu e onde essa parada ia dar.

Era Uma Vez Onde histórias criam vida. Descubra agora