Capítulo 50

608 55 12
                                    

• Maiara •

Passar o dia com meu pai foi maravilhoso. Ele assou diversos tipos de carne e comi mais do que estava acostumada porque a fome era maior que tudo. Duda comeu bastante e ficou brincando quieta no meu colo por um tempo, me permitindo comer. Eu sabia que estava assim devido ao sono e logo ela mostraria que tinha pulmões funcionando para toda a casa ouvir. 

Ajudei a limpar a mesa, lavei a louça e sorri ao ver meu pai tentando niná-la. Ele conseguiu depois de quase uma hora sem cansar. Ela dormia comigo em menos de quinze minutos, mas ele queria tentar porque iria tomar conta dela. Eu não sabia como faria, contanto que deixasse minha filha viva e alimentada, estava ótimo. 

Marco César: Ela demorou, mas eu venci.

Maiara: Fernando a faz dormir em dois segundos, comigo ela quer mamar e conversar ao mesmo tempo. Com ele é uma passeada no corredor ou dentro do quarto mesmo. 

Depois da soneca, começou a chover e não deu mais para ir ao parque, por isso, fomos ao shopping. Joaquim não gostava de brincar no playground, então, meu pai o levou para uma loja de brinquedos, onde compramos várias coisas para Duda enquanto ele escolhia o que queria. Nós sabíamos que Joaquim não iria encontrar nada ali, mas era importante dar a oportunidade. 

Com Duda no colo, eu o levei para uma loja de artigos científicos e achamos várias coisas do interesse dele, ele escolheu e meu pai os comprou. Os dois foram ao cinema sozinhos e eu mergulhei em algumas compras de roupas novas pra mim, para Duda, para Fernando e um presente de aniversário para Tati.

Fernando respondeu a minha mensagem de biquíni com vários olhinhos arregalados e depois enviou fotos do primeiro dia. Fiquei um pouco enciumada com uma médica bonita ao lado dele e dei uma resposta um pouco seca.

Maiara: Oi, amor — atendi animada para compensar o furo.

Fernando: Está tudo bem?

Maiara: Está, sim, por quê? Estou no shopping com Nete. Ela está experimentando roupas e eu estou sentada com Duda porque já comprei muito. E você? O que vai fazer agora?

Fernando: Vou a um jantar com os demais palestrantes e alguns professores da universidade.

Maiara: A médica também vai? — Deixei escapar e bati em minha testa. — Deixa pra lá — murmurei, ouvindo Fernando gargalhar.

Fernando: Eu sabia. Eu te conheço. Ela vai, mas isso não é importante para mim.

Maiara: Estou com saudades.

Fernando: Eu também. Tenho que ir, mais tarde ligarei por vídeo para ver vocês duas. Amo vocês.

Maiara: Também te amamos, divirta-se! 

Meu pai nos levou para jantar em um lugar incrível e Duda dormiu no carro na volta para casa. Subi com ela para o quarto, para aproveitar e descansar também. Fernando ligou e nós conversamos na cama, mostrei Duda dormindo para ele e falamos algumas sacanagens um para o outro. Tudo começou porque ele queria que eu mostrasse meus seios e neguei com uma risada, então ele mostrou seu pênis bem animado na cueca e eu ri, cobrindo a minha boca para não acordar Duda do outro lado do quarto. 

Ele reclamou que estava sozinho, olhando para minhas fotos e tive vontade de bater nele. Ficamos conversando até o sono chegar e encerrei a chamada quando o vi completamente adormecido na tela. Dormir sozinha sabendo que ele não estava tão próximo quanto no hospital foi complicado. 

Com o sol de volta, meu pai insistiu em passearmos o dia todo e eu fiquei esgotada. Duda estava ligada na tomada, gritando e falando a sua língua de bebê, querendo conversar e eu não conseguia prestar atenção. Ela conseguiu acabar com as minhas energias, coisa que o hospital demorava dias para consumir. Usei alguns truques para deixá-la sonolenta e ela dormiu depois de horas. 

Todas as coisas que eu sonheiOnde histórias criam vida. Descubra agora