• Fernando •
Olhei o jornal e vi a minha foto com Maiara em destaque na coluna social. A jornalista comentou a escolha do vestido, dizendo que ela era linda e foi um dos alvos da noite por ter comprado o namorado solteiro por um milhão, com o avô aumentando os rumores de um possível casamento nos próximos meses. Foi mencionado meu casamento com Mikelly e o tempo de separação, informando que ela também estava na festa e desacompanhada.
Eles também tinham um histórico de Maiara, mas nada relevante, mencionando sua carreira e trabalhos, além de, claro, ser filha de Marco César. Guardei o jornal na minha pasta, ainda rindo da ligação do meu avô. Ele estava muito idoso e se sentia no direito de falar o que bem entendesse. Ele gostava da Maiara. Já a minha avó, gostava de tirar a Maiara do sério.
Amanda me entregou uns prontuários para assinar rapidamente. Despedi-me, olhando em meu relógio e constatando que estava há meia hora atrasado do horário que prometi a Maiara que estaria em casa. Ela conseguiu sair duas horas mais cedo do hospital para poder preparar o jantar e eu disse que a ajudaria quando percebi que ela estava no modo organização total e cheia de listas.
Nós precisávamos ir ao mercado, mas eu dei uma fugidinha na hora do almoço para poder comprar todas as coisas que ela listou detalhadamente, com gramas e marcas. Muito chata, porra. Marco César adorava carne, então, ela faria uma entrada com filé mignon e o jantar com alcatra na pressão e molho de amêndoas, legumes cozidos, purê de batata e salada.
Entrei em casa, deixei minha pasta no quarto e desci novamente, lavei as mãos no banheiro e beijei sua bochecha. Ela estava preparando as entradas com um vestido preto, salto alto e os cabelos presos em coque. Pediu que colocasse a mesa com pratos, talheres e taças para vinho, copo para suco, taça de água. Arrumei do jeito que a minha mãe sempre ensinou, dobrando os guardanapos com cuidado.
Maiara: Será que devemos servir as entradas na bandeja ou deixar na mesinha de centro com taças de licor e assim cada um se serve à vontade? O que foi? Estou bem?
Fernando: Acho que podemos servir primeiro e depois deixamos à vontade na mesa.
Maiara: Deixou alguma coisa espalhada lá em cima? Vou mostrar a casa ao meu pai. Viu só? Estou tentando. — Ela sorriu e deu uma voltinha. O temporizador do forno apitou. — Entradas prontinhas. Escolhe o vinho?
Eu deveria ter dito que ela não precisava tentar demais porque iria explodir bem rápido. Considerei tirar as facas da mesa. Coloquei o aparador de bambu na mesinha e separei o licor de framboesa no aparador ao lado das taças. Maiara veio e arrumou tudo do jeito dela. Revirei os olhos e peguei o controle da TV. Escolhi uma lista de reprodução tranquila, que começou a tocar, e para irritá-la, dancei ao seu redor e ganhei uma porrada com o socador de alho no braço, pelo qual revidei com um tapa em sua bunda.
Ela gritou e tentou me morder. Paramos nossa guerra com o som do interfone tocando.
Maiara: Você desce e abre o portão. Meu pai vai fazer uma inspeção na garagem e eu só puxei o carro para frente para esconder as roupas que ainda não avisei à sua mãe que ela pode vir buscar para levar para a passadeira. — Ajeitou a roupa bem rápido. — Vai.
Desci a escada correndo e abri o portão para Marco César, Suellen e a filha. Cumprimentei a todos e os conduzi para a escada. Maiara estava na porta, sorridente, agarrou o pai e fez o progresso de estender a mão para cumprimentar as demais.
Marco César: Então aqui é o seu lugarzinho feliz? É enorme, muito maior do que nas fotos! — Marco César comentou, olhando ao redor. — O que significa esse quadrinho?
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Todas as coisas que eu sonhei
FanficMaiara Carla Pereira estava perdida em um mar de amargura. Traída da pior forma por duas pessoas que muito amava, ela se muda para São Paulo disposta a começar uma nova vida, comandando toda ala da pediatria de um dos melhores hospitais do país. Mui...