Capítulo 27

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• Fernando •

Olhei o jornal e vi a minha foto com Maiara em destaque na coluna social. A jornalista comentou a escolha do vestido, dizendo que ela era linda e foi um dos alvos da noite por ter comprado o namorado solteiro por um milhão, com o avô aumentando os rumores de um possível casamento nos próximos meses. Foi mencionado meu casamento com Mikelly e o tempo de separação, informando que ela também estava na festa e desacompanhada.

Eles também tinham um histórico de Maiara, mas nada relevante, mencionando sua carreira e trabalhos, além de, claro, ser filha de Marco César. Guardei o jornal na minha pasta, ainda rindo da ligação do meu avô. Ele estava muito idoso e se sentia no direito de falar o que bem entendesse. Ele gostava da Maiara. Já a minha avó, gostava de tirar a Maiara do sério.

Amanda me entregou uns prontuários para assinar rapidamente. Despedi-me, olhando em meu relógio e constatando que estava há meia hora atrasado do horário que prometi a Maiara que estaria em casa. Ela conseguiu sair duas horas mais cedo do hospital para poder preparar o jantar e eu disse que a ajudaria quando percebi que ela estava no modo organização total e cheia de listas.

Nós precisávamos ir ao mercado, mas eu dei uma fugidinha na hora do almoço para poder comprar todas as coisas que ela listou detalhadamente, com gramas e marcas. Muito chata, porra. Marco César adorava carne, então, ela faria uma entrada com filé mignon e o jantar com alcatra na pressão e molho de amêndoas, legumes cozidos, purê de batata e salada.

Entrei em casa, deixei minha pasta no quarto e desci novamente, lavei as mãos no banheiro e beijei sua bochecha. Ela estava preparando as entradas com um vestido preto, salto alto e os cabelos presos em coque. Pediu que colocasse a mesa com pratos, talheres e taças para vinho, copo para suco, taça de água. Arrumei do jeito que a minha mãe sempre ensinou, dobrando os guardanapos com cuidado.

Maiara: Será que devemos servir as entradas na bandeja ou deixar na mesinha de centro com taças de licor e assim cada um se serve à vontade? O que foi? Estou bem?

Fernando: Acho que podemos servir primeiro e depois deixamos à vontade na mesa.

Maiara: Deixou alguma coisa espalhada lá em cima? Vou mostrar a casa ao meu pai. Viu só? Estou tentando. — Ela sorriu e deu uma voltinha. O temporizador do forno apitou. — Entradas prontinhas. Escolhe o vinho?

Eu deveria ter dito que ela não precisava tentar demais porque iria explodir bem rápido. Considerei tirar as facas da mesa. Coloquei o aparador de bambu na mesinha e separei o licor de framboesa no aparador ao lado das taças. Maiara veio e arrumou tudo do jeito dela. Revirei os olhos e peguei o controle da TV. Escolhi uma lista de reprodução tranquila, que começou a tocar, e para irritá-la, dancei ao seu redor e ganhei uma porrada com o socador de alho no braço, pelo qual revidei com um tapa em sua bunda.

Ela gritou e tentou me morder. Paramos nossa guerra com o som do interfone tocando.

Maiara: Você desce e abre o portão. Meu pai vai fazer uma inspeção na garagem e eu só puxei o carro para frente para esconder as roupas que ainda não avisei à sua mãe que ela pode vir buscar para levar para a passadeira. — Ajeitou a roupa bem rápido. — Vai.

Desci a escada correndo e abri o portão para Marco César, Suellen e a filha. Cumprimentei a todos e os conduzi para a escada. Maiara estava na porta, sorridente, agarrou o pai e fez o progresso de estender a mão para cumprimentar as demais.

Marco César: Então aqui é o seu lugarzinho feliz? É enorme, muito maior do que nas fotos! — Marco César comentou, olhando ao redor. — O que significa esse quadrinho?

Todas as coisas que eu sonheiOnde histórias criam vida. Descubra agora