• Fernando •
06 de maio — SIM! Eu amo você!
Toda vez que parava em frente à geladeira e via o bilhete, tinha vontade de agarrá-la novamente e fazer outra festa. Ela não só disse sim, como colocou a aliança e escolheu a data. Provavelmente, tinha a lista de convidados também. A primeira vez que li, foi há dois dias, o primeiro dia de Duda em casa, quando tivemos uma manhã agitada para podermos descansar à tarde. Maiara pediu que eu descesse e fizesse a mamadeira. Eu fui, sonolento, também com fome e parei, tentando entender o que diabos significava aquilo escrito na geladeira.
Fiz a mamadeira me sentindo zonzo.
E só quando estava subindo a escada foi que entendi. Ela aceitou. Disse sim e marcou a data!
Foi simplesmente um surto. Cheguei no quarto alterado e ela estava rindo. Eu me joguei em cima dela, ganhando uma gargalhada e um gritinho. Beijei-a de forma indecente para fazer com uma criança no quarto, mas eu não me importava. Beijei a mão dela com a aliança repetidas vezes. Maiara ficou rindo até cair em um choro emocionado, que fez com que Duda chorasse também. Nós voltamos a fazer uma festa, comemorando e mostrando a bebê que estava tudo bem, até que ouvimos uma risadinha do nosso lado.
Duda deu a primeira risada conosco, que não foi tímida e nem rápida. Maiara deu um salto na cama e gritou para pegar o celular e eu, fui correndo, quase tropeçando. Duda achou incrível a bagunça, continuou gargalhando enquanto a gente ria e pude filmar, porque se um dia viesse a esquecer, poderia ver novamente. Rezava para que nunca esquecesse o primeiro dia de felicidade da minha menininha.
Nós não saímos da cama naquela noite. Pedi pizza e Duda jantou papinha, que dessa vez Maiara colocou pedaços pequenos de cenoura. Foi importante ficarmos sozinhos nos últimos dias e atingi a tolerância dos nossos pais em nos deixar quietos. Trabalhei meu turno normalmente e iria ficar um tempo sem pegar grandes plantões, porque o hospital estava me perseguindo com as horas extras.
Abri a geladeira e tirei os ovos para fazer a omelete que a minha noiva manhosa pediu para o café da manhã. Duda ainda estava dormindo em seu berço, a primeira noite foi bem difícil, ela acordava a cada hora e chorava quando não nos via. No dia seguinte, Maiara disse que a deixou o dia inteiro no quarto, brincando, lendo historinhas e na hora da soneca, colocou-a no berço e ela ficou. Funcionou e ela só acordou uma vez no meio da madrugada e depois, às seis horas em ponto.
Adaptar um bebê em casa era mais difícil do que os livros diziam. Maiara e eu estávamos com olheiras, cansados, preocupados e um tanto divertidos com as descobertas.
Nete nos enviou uma cadeira alta, berço portátil e um canguru. Ela também aproveitou para comprar pequenos biquínis e maiôs bonitinhos e fraldas para piscina. Sorte a nossa termos uma família participativa, porque mesmo sendo médicos e ela especificamente uma pediatra, ficamos um pouco perdidos em ter um bebê vinte e quatro horas por dia dependendo de nós.
Ouvi Duda chorar do berço e Maiara saiu do quarto, de camisola, bocejando com os cabelos completamente em pé e embolados de um único lado.
Bati os ovos, olhando-a se inclinar para tirar Duda do berço e tive a visão de sua bunda sem calcinha. A noite anterior foi feliz de muitos modos: não só porque a criança dormiu o tempo todo, mas também porque pudemos ter o nosso primeiro sexo de noivado. Foi ainda mais gostoso. Ainda não tínhamos dado a notícia a ninguém.
Maiara desceu com Duda, as duas estavam com o cabelo descontrolado e olhei meu próprio reflexo, constatando que também tinha o meu de pé.
Maiara: Estou com muita fome — Maiara murmurou e colocou Duda na cadeirinha alta, dando-lhe o patinho para que ela mordesse. Pegou uma banana e amassou.
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Todas as coisas que eu sonhei
Fiksi PenggemarMaiara Carla Pereira estava perdida em um mar de amargura. Traída da pior forma por duas pessoas que muito amava, ela se muda para São Paulo disposta a começar uma nova vida, comandando toda ala da pediatria de um dos melhores hospitais do país. Mui...