Capítulo 6

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• Maiara •

Verifiquei mais uma vez se não estava esquecendo nada e me emocionei com a mensagem de bom dia do meu pai, enviando-me sorte e bênçãos. A minha mãe era bloqueada em todos os aplicativos de conversa e redes sociais que possuía, então, ela me enviou uma mensagem de texto pedindo para não beber tanto café ou iria passar mal, desejou muito sucesso porque sabia que eu iria arrasar, vários corações e um eu te amo.

Respirei fundo e saí, acionando o alarme e seguindo confiante para o meu destino. Quando cheguei na recepção, onde passava o cartão do ponto e também onde era liberada a minha entrada na área restrita para funcionários, fui informada de que estava sendo aguardada na sala dos médicos. A recepcionista reforçou as informações do caminho. Peguei o elevador para o quinto andar, andei calmamente sabendo que estava sendo muito observada e subi dois vãos de escada, virando à esquerda. Bati na porta da sala e um "entre" suave foi dito.

Antes de reparar Lúcia eufórica à minha frente, observei a faixa de "bem-vinda" e a sala um pouco cheia.

Lúcia: Bem-vinda, querida! — Lúcia me abraçou e dei tapinhas desajeitados em suas costas. — Deixe-me lhe apresentar a todos, não fique tímida. Somos uma família. — Ela sorriu e me virei para Antônio pedindo socorro, mas ele apenas encolheu os ombros.

Lúcia era uma mulher incrível, a única dermatologista que tratou corretamente as rosáceas do meu rosto em três dias de conferência.

Lúcia: Essa é a doutora Roze Motta, a melhor cirurgiã plástica que eu conheço. — Apresentou-me uma mulher loira, linda, que me deu um olhar apreciativo. Minha reação me fez rir e ela riu também, esticando as mãos e me dando um aperto caloroso. Trocamos amenidades e sua voz era suave. — Ela quem colocou meus silicones. Não parece, não é? — Lúcia sussurrou e eu ri, mais sem graça ainda. — Você não precisa! — Deu de ombros.

Maiara: Ai meu Deus, Lúcia! — Respirei fundo, rindo.

Lúcia: Ah, esse é quase meu filho, um amorzinho, mas não caia nas cantadas dele, porque ele não vale absolutamente nada. — ela apontou para um rapaz loiro, de olhos azuis, que podia facilmente interpretar um Príncipe Encantado em filmes da Disney. — Doutor Diego. Ele pegou a minha mão, beijando-a gentilmente. Corei. Galante.

Diego: Encantado, doutora Maiara. — Ele piscou e eu sorri, balançando a cabeça para sair daquele feitiço.

Roberto: Por favor, não caia nessa. — Um vozeirão soou atrás de mim e me fez virar. — Roberto, neurocirurgião e seu novo admirador. — Ele se apresentou e ri mais ainda.

Roze: Essa eu te garanto que não deve cair — doutora Roze disse atrás de mim e rimos.

XX: Eu sou o doutor Paulo, cirurgião ortopédico. — Um rapaz de olhos castanhos claros e cabelos curtos apresentou-se e apertei sua mão.

Lúcia: Ah, chegou quem estava faltando! — Lúcia comemorou e virei-me para a porta, sem esconder a expressão de puro choque e horror. — Meu sobrinho, Fernando Zorzanello. Ele é chefe da cardiologia e também um dos conselheiros do hospital. O membro mais bonito da nossa diretoria — ela complementou e Antônio soltou um som de deboche, mas não consegui sorrir, olhando diretamente nos olhos castanhos que eu tanto estava com raiva.

Fernando: Maiara? Estiquei minha mão, muito séria.

Maiara: Prazer em conhecê-lo, doutor Fernando Zorzanello. — Eu fui fria e me recordei de onde conhecia o nome dele. By-pass Zorzanello, a invenção tecnológica do momento. Ele era jovem, deve ter aprimorado o trabalho do pai, o renomado e muito famoso vencedor do prêmio Mayans, o auge da medicina. Ele era um ícone.

Todas as coisas que eu sonheiOnde histórias criam vida. Descubra agora