Capítulo 52

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• Fernando •

Roberto fez sinal para entrar e cada um foi para um lado. Sentamos e esperamos por quase uma hora, até ele começar a se mexer lentamente e suas pálpebras se agitarem. Ele abriu os olhos e franziu a testa, olhando por um longo tempo antes de se virar, procurando por alguém. Ele reconheceu minha mãe e moveu os dedos. 

Sérgio: Filomena? O que aconteceu? Sofri algum acidente? — Ele moveu os lábios cansados e ela começou a chorar. — Não, baby. Não chore. Só estou sentindo uma dor de cabeça. O que aconteceu? Cadê Fernando?

Filomena: Qual é a última coisa que você lembra? — ela perguntou com suavidade.

Sérgio: Eu não sei. Um jantar com almôndegas e sei lá, vem várias coisas na minha mente. — Ele tossiu um pouco e virou-se para mim. — Ei, garoto! Não te vi aí. O que aconteceu comigo?

Fernando: É uma longa história. — Peguei sua mão e beijei. Meus olhos transbordaram com lágrimas e ele ficou confuso. 

Sérgio: Parece que eu não tenho lugar nenhum para ir, então, podem me contar. — Ele sorriu e Roberto apareceu na porta. — Ei, olha o meu outro garoto! Cadê o seu chefe?

Roberto: Antônio?

Sérgio: Não. Qual é o nome dele mesmo?

Roberto: Eu sou o atendente agora. — Roberto parou do lado dele. — Preciso fazer uns testes, então, colabore comigo e não faça piadas — pediu com um risinho, mas sua voz estava embargada. Ele fez todos os testes, minha mãe observou atentamente e quase pulou no lugar quando meu pai respondeu a eles muito bem. — Excelente!

Sérgio: O que está acontecendo? Querida, pode me dizer! Eu aguento!

Minha mãe olhou pra mim e assenti. Roberto ficou, caso a reação do meu pai fosse completamente física. Comecei a contar quando vi que minha mãe estava com dificuldade de falar. Fui o mais calmo e conciso possível. Ele ficou me olhando, prestando atenção nas minhas palavras e chorou quando informei que passou cinco anos fora de sua vida. 

Tremendo, segurou a mão da minha mãe, pedindo para que ela ficasse calma e eu continuei resumindo o que aconteceu com ele, basicamente, sem entrar em detalhes com o que aconteceu com a família. Ele ficou em silêncio quando parei de falar. Assimilando tudo. Deveria ser muito difícil entender o que perdeu.

Enviei uma mensagem para Maiara saber que ele estava acordado.

Sérgio: Querida, não chore. Não foi culpa sua.  Mamãe só balançou a cabeça. — Por que eles não entram? — ele perguntou e vi meus tios com Tati parados na porta. — Aconteceu algo mais?

Sinalizei para que eles entrassem e ele ficou muito feliz em ver todo mundo. Tio Antônio atualizou meu pai sobre sua vida e o hospital nos últimos anos, tia Lúcia também contou algumas partes e papai se deliciou completamente quando Tati contou que era uma interna do hospital e estava interessada na neurologia, para a felicidade de Roberto. 

Sérgio: Você ainda está com aquela garota? Qual o nome dela? Mikelly?

Fernando: Não. Nós nos casamos e nos divorciamos.  

Maiara estava do lado de fora com Duda.

Sérgio: Quem é a mulher bonita com um bebê lá fora? — Ele olhou com interesse. — Eu conheço aquela criança.

Fernando: Minha noiva e minha filha. — Fiz sinal para que Maiara entrasse. Meu pai beliscou minha mão que estava perto da dele. — Ai! O que é isso?

Todas as coisas que eu sonheiOnde histórias criam vida. Descubra agora