Capítulo 13

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• Maiara •

Eu me remexi no sofá enquanto seus braços me apertavam ainda mais. Era bom estar ali. Depois de um aniversário bastante comum no trabalho, exceto as ocasionais ligações da minha mãe, fui agraciada com uma festa que me deixou bastante surpresa ao ver que era tão querida pelos meus novos colegas de trabalho, incluindo a mãe daquele que estava meio ligada.

Passar duas semanas lutando para manter minhas barreiras contra ele de pé exigiu muita força física. Não foi fácil manter meu corpo distante de seus avanços e dos beijos maravilhosos. Antes mesmo de se tornar oficialmente solteiro, sondei informações suficientes para elegê-lo meu novo parceiro sexual. Ele tinha qualidades que me deixavam derretida e era raro me sentir daquela forma. Fernando me fazia sorrir e corar. Ele me deixava feliz sempre que estava perto e não desistiu, mesmo respeitando meu espaço. Tive duas semanas para perdoá-lo. Eu sabia que, na verdade, ele não cometeu nenhum deslize além de ser um idiota em andar com a aliança no bolso, mas a minha mente não processava traição em nenhum nível e foi preciso um tempinho para colocar na minha cabeça que ele era um bom homem, que o casamento acabou por falta de amor, não houve traição.

Também o observei ao redor da ex-mulher e não havia química alguma ali. Da parte dela, observei uma vontade imensa de ainda ter a atenção dele, mas não era amor. Fernando era mais educado do que eu seria com alguém com aquela voz irritante e mania de ficar tocando. Não desejava que Mikelly soubesse seja lá o que fôssemos ter, não queria que o restante do hospital nos visse juntos, e iria combinar tudo antes com ele. Em meu trabalho, ninguém sabia da minha vida pessoal.

Meu celular despertou lá em cima e gemi, ainda não querendo acordar, mas precisávamos. Levantei-me e fui direto para a cozinha, ele sentou no sofá, esfregando o rosto. Informei que havia toalhas limpas no banheiro e ele desceu, pegou roupas limpas e eu ri. A mãe dele dedurou que ele vivia com o armário no carro por quase não ficar em casa ou quando estava, dormia no segundo seguinte que fechava a porta atrás de si. Não costumava comer gorduras e pelo que reparei Fernando também não. Fiz torradas, coloquei geleias, queijo, ovos bem fritos e café.

Maiara: Você tem uma caneca térmica? — perguntei quando voltou para a sala com sua bolsa. Ele me encarou, confuso.

Fernando: Não, por quê? Tirei mais uma do armário. Ele teria uma, então.

Maiara: Vou tomar banho enquanto o café ainda está passando — informei e ele deu um tapinha na minha bunda quando passei correndo para a escada.

O banho me deixou mais acordada. Tive que lavar o cabelo, mas não daria tempo de secar, então penteei bem e vesti minha roupa. Verifiquei a bolsa duas vezes e tirei da gaveta um carregador lacrado. Quando desci, ele estava terminando de colocar o sapato e ficou de pé.

Fernando: Agora posso te dar um beijo de bom dia ou ainda estamos na regra do não me toque? — Ele estava cheio de gracinha.

Agarrei sua camisa, puxando-o para mim e tomei sua boca. Fernando gemeu baixinho, segurando minha cintura e eu o apertei ainda mais, rindo do aperto que ganhei na bunda. Ele adorava.

Maiara: Bom o suficiente?

Fernando: Quero mais. Muito mais. — Ele olhou a hora, seriamente considerando tirar a roupa e o empurrei. Não queria chegar atrasada.

Maiara: Você pode voltar hoje à noite para conversarmos? — Desviei para a cozinha, ou realmente iríamos nos atrasar. Era fácil nos perdermos.

Fernando: Posso. Tenho uma cirurgia que vai demorar um pouquinho, mas dá pra chegar aqui antes que esteja dormindo.

Maiara: Ótimo, vem, vamos comer.

Todas as coisas que eu sonheiOnde histórias criam vida. Descubra agora