• Maiara •
Fernando não entendeu nada quando o arrastei para o quarto de descanso em nossa primeira hora de folga. Ele achou que minha pressa para ir embora era porque não aguentava mais estar rodeada de muitas pessoas, porém, eu queria mesmo é comemorar o lindo presente que ganhei. Nossa primeira vez foi especial por muitos motivos, não só pelo sexo incrível, como também por todo o processo que passamos para ficarmos juntos.
Fernando: Sexo no trabalho não estava na lista de coisas proibidas? — ele perguntou entre beijos. Tirei a minha camiseta como resposta. — Não que seja um problema para mim.
Excitada desde cedo, empurrei-o para a pequena cama apertada, ficando nua com rapidez. Eu o beijei do jeito intenso e provocante que o deixava de pau duro em segundos. Era nosso acordo trocarmos apenas um selinho em público, para que ele não ostentasse uma ereção no trabalho.
Maiara: Minha libido está nas alturas — falei contra sua boca. Ele gemeu, esfregando-se em minhas dobras e fechei os olhos. — Vai ser sem camisinha aqui.
Fernando: Não me importo nem um pouco.
Montei nele, cobrindo sua boca, rebolando até derrubamos um pequeno quadrinho que ficava na parede. Tentamos ser o mais silenciosos possível. Não era profissional e não fazia parte da minha ética transar no trabalho, só não conseguia imaginar esperar mais trinta horas para tê-lo dentro de mim.
Fernando: Não sei o que deu em você, mas pode me atacar assim sempre. — Ele riu, me abraçando.
Maiara: Feliz Natal, amor. Eu te amo.
Com o olhar feliz e as bochechas coradas, ele disse que me amava também. Saímos da sala feito fugitivos e cada um correu de volta para o trabalho. Satisfeita, poderia enfrentar um exército.
Olhei para o meu saldo no banco, constatando que Carlos havia sustado o cheque e meu advogado informou que ele continuava trabalhando, mas fez o velório para minha mãe da forma que pedi e foi bem bonito. Ele também pagou as dívidas e permanecia vivendo sozinho. Escrevi um e-mail para ele. Nunca tive nada contra Carlos, sempre foi gentil, não quis ser meu pai e nem se intrometia na minha vida, apenas me respeitava.
Quando nova, chegava do trabalho com um pedaço de bolo pra mim. Durante toda a confusão, foi o único que disse que eu deveria acreditar no meu coração, que Maraisa não era inocente como dizia e eu quase coloquei Luiz atrás das grades antes de ver que estava sendo manipulada pela minha irmã caçula.
Ele merecia ser preso mesmo assim, porém, minha irmã não foi abusada como ela o acusou. Na época, estava disposta a ir até as últimas consequências para proteger minha irmã do meu marido e no fim, eles estavam juntos o tempo todo.
Enquanto Luiz corria atrás de mim, dizendo que me amava, ela me perseguia dizendo que foi abusada. Ambos não queriam perder a vida que eu lhes proporcionava. Era o meu dinheiro. Minha mãe defendia a filha caçula, dizendo que nunca confiou em Luiz e que ele era mau para nós duas. Carlos segurou a minha mão e disse que eu deveria confiar em mim mesma. Ele era um homem bruto pela vida, que não terminou os estudos, mas capaz de enxergar o que toda a minha inteligência me deixou cega.
Perder a minha mãe me jogou em um lugar que eu nunca quis estar. Só havia dor, tristeza e arrependimento. Com o passar dos dias, estava conseguindo organizar os meus pensamentos, sentimentos e me sentia no período probatório do luto.
***
Justamente pelo meu estado de espírito ainda não ser dos melhores, Fernando declinou o convite de nossos amigos para irmos a uma festa em uma boate para comemorar o Ano Novo. Decidimos fazer uma breve open party até meia noite em casa e eles partiriam depois para a festa.
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Todas as coisas que eu sonhei
FanficMaiara Carla Pereira estava perdida em um mar de amargura. Traída da pior forma por duas pessoas que muito amava, ela se muda para São Paulo disposta a começar uma nova vida, comandando toda ala da pediatria de um dos melhores hospitais do país. Mui...