• Maiara •
Atravessei a rua e entrei em casa, subindo a escada. A sala estava escura, apenas a lâmpada em cima da ilha da cozinha acesa. Deixei minhas chaves e tirei o casaco, sapato e subi em direção ao quarto. Ele estava lendo, com uma expressão aborrecida. Tirei seu livro e coloquei de lado. Sentei-me em seu colo e ele continuou de braços cruzados.
Maiara: Matheus estava tentando me convencer a falar dele para Amanda — falei suavemente e ele grunhiu. — É sério! Ele queria que eu falasse coisas boas dele para ela, apenas isso. Ele flerta o tempo todo e com todo mundo. Eu ri porque achei engraçado que antigamente eu era tão carente que acabei ficando com ele.
Fernando continuou em silêncio.
Maiara: Você não tem motivos e não precisa sentir ciúme. Eu amei que foi até lá com flores e iria amar mais ainda recebê-las sem você dar as costas. Nunca foi inseguro assim, o que está acontecendo?
Fernando: Duzentas cartas! Há duzentos funcionários tarados que são seus admiradores secretos. Duzentos. E ainda tem o babaca do Matheus! — Ele arregalou os olhos. Comecei a rir, não tinha como me conter. Agarrei o rosto dele e o beijei.
Maiara: Estou sentada no colo do único que importa! Eu passei o dia inteiro desejando receber uma carta sua e não pense que me senti lisonjeada com aquilo, só me deixou completamente irritada. — Beijei seus lábios repetidamente até ele ceder, me segurar mais apertado e me beijar de volta. — Sua mãe está tentando te pressionar, você sabe que ela faz isso. Nós combinamos não ceder à pressão até a hora em que estivermos prontos. Só cabe a nós decidir quando vamos casar. Vamos ignorar a sua mãe.
Fernando: Eu casaria com você amanhã. — Ele sorriu e soltou meu cabelo.
Maiara: Eu também. Eu te amo, sabe disso.
Fernando: Desculpa por hoje. Eu te amo muito.
Maiara: Sabe o que eu queria muito agora? — Esfreguei meu nariz no dele. — Sexo.
Meu cabelo ainda estava meio molhado do banho no hospital. Fernando sorriu de lado, observando-me tirar a roupa. Eu estava ficando muito rápida em ficar nua para transar. Rolando na cama, ficou por cima e não levou dois segundos para expulsar a calça do pijama do corpo. Ao invés de um preparo romântico, eu o queria exatamente daquela maneira.
Beijos incríveis, que me aqueciam por dentro, sua boca maravilhosa marcando minha pele, minha buceta molhada engolindo seu pau e os movimentos deliciosos que faziam com que a cama batesse contra a parede. Depois de um dia particularmente difícil, tê-lo tão intensamente renovava as minhas energias.
Depois de fazermos as pazes com sexo maravilhoso, descemos e pedimos comida chinesa, comemos na frente da televisão assistindo a um documentário sobre obesidade infantil e cirurgias bariátricas. Fomos dormir tarde, despreocupados que com a volta de Matheus, a emergência estaria supervisionada e poderíamos ser chamados apenas quando necessário.
Nossa alegria durou pouco quando fui acordada de manhã cedo e a emergência estava sem supervisão porque Matheus foi admitido no meio da madrugada com desidratação aguda, flatulência, falta de sais minerais e diarreia. Levantei correndo e me arrumei, deixando Fernando descansar um pouco mais. Cheguei ao hospital, já trocando de roupa e desci para a emergência, organizando leitos, enfermeiros e internos. Dei alta a pacientes de observação e quando fiquei livre, um interno me chamou.
Amanda estava pálida, sendo escorada por uma senhora idosa.
XX: Ela é minha vizinha, sei que é médica aqui — a mulher disse, nervosa. — Eu costumo deixar café todo dia na casa dela e a encontrei caída no banheiro.
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Todas as coisas que eu sonhei
Fiksi PenggemarMaiara Carla Pereira estava perdida em um mar de amargura. Traída da pior forma por duas pessoas que muito amava, ela se muda para São Paulo disposta a começar uma nova vida, comandando toda ala da pediatria de um dos melhores hospitais do país. Mui...