Capítulo 30

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• Maiara •

Atravessei a rua e entrei em casa, subindo a escada. A sala estava escura, apenas a lâmpada em cima da ilha da cozinha acesa. Deixei minhas chaves e tirei o casaco, sapato e subi em direção ao quarto. Ele estava lendo, com uma expressão aborrecida. Tirei seu livro e coloquei de lado. Sentei-me em seu colo e ele continuou de braços cruzados.

Maiara: Matheus estava tentando me convencer a falar dele para Amanda — falei suavemente e ele grunhiu. — É sério! Ele queria que eu falasse coisas boas dele para ela, apenas isso. Ele flerta o tempo todo e com todo mundo. Eu ri porque achei engraçado que antigamente eu era tão carente que acabei ficando com ele.

Fernando continuou em silêncio.

Maiara: Você não tem motivos e não precisa sentir ciúme. Eu amei que foi até lá com flores e iria amar mais ainda recebê-las sem você dar as costas. Nunca foi inseguro assim, o que está acontecendo?

Fernando: Duzentas cartas! Há duzentos funcionários tarados que são seus admiradores secretos. Duzentos. E ainda tem o babaca do Matheus! — Ele arregalou os olhos. Comecei a rir, não tinha como me conter. Agarrei o rosto dele e o beijei.

Maiara: Estou sentada no colo do único que importa! Eu passei o dia inteiro desejando receber uma carta sua e não pense que me senti lisonjeada com aquilo, só me deixou completamente irritada. — Beijei seus lábios repetidamente até ele ceder, me segurar mais apertado e me beijar de volta. — Sua mãe está tentando te pressionar, você sabe que ela faz isso. Nós combinamos não ceder à pressão até a hora em que estivermos prontos. Só cabe a nós decidir quando vamos casar. Vamos ignorar a sua mãe.

Fernando: Eu casaria com você amanhã. — Ele sorriu e soltou meu cabelo.

Maiara: Eu também. Eu te amo, sabe disso.

Fernando: Desculpa por hoje. Eu te amo muito.

Maiara: Sabe o que eu queria muito agora? — Esfreguei meu nariz no dele. — Sexo.

Meu cabelo ainda estava meio molhado do banho no hospital. Fernando sorriu de lado, observando-me tirar a roupa. Eu estava ficando muito rápida em ficar nua para transar. Rolando na cama, ficou por cima e não levou dois segundos para expulsar a calça do pijama do corpo. Ao invés de um preparo romântico, eu o queria exatamente daquela maneira.

Beijos incríveis, que me aqueciam por dentro, sua boca maravilhosa marcando minha pele, minha buceta molhada engolindo seu pau e os movimentos deliciosos que faziam com que a cama batesse contra a parede. Depois de um dia particularmente difícil, tê-lo tão intensamente renovava as minhas energias.

Depois de fazermos as pazes com sexo maravilhoso, descemos e pedimos comida chinesa, comemos na frente da televisão assistindo a um documentário sobre obesidade infantil e cirurgias bariátricas. Fomos dormir tarde, despreocupados que com a volta de Matheus, a emergência estaria supervisionada e poderíamos ser chamados apenas quando necessário.

Nossa alegria durou pouco quando fui acordada de manhã cedo e a emergência estava sem supervisão porque Matheus foi admitido no meio da madrugada com desidratação aguda, flatulência, falta de sais minerais e diarreia. Levantei correndo e me arrumei, deixando Fernando descansar um pouco mais. Cheguei ao hospital, já trocando de roupa e desci para a emergência, organizando leitos, enfermeiros e internos. Dei alta a pacientes de observação e quando fiquei livre, um interno me chamou.

Amanda estava pálida, sendo escorada por uma senhora idosa.

XX: Ela é minha vizinha, sei que é médica aqui — a mulher disse, nervosa. — Eu costumo deixar café todo dia na casa dela e a encontrei caída no banheiro.

Todas as coisas que eu sonheiOnde histórias criam vida. Descubra agora