Capítulo 21

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• Maiara •

Estava olhando para o meu prato cheio de verduras e desejando pela primeira vez trocá-lo por uma lasanha. Roze estava comendo ao meu lado, pesquisando na internet uma academia para que pudéssemos tentar fazer algum aeróbico no tempo livre. Ergui meus olhos e vi Diego sentar ao lado de Tati. Ela sorriu em agradecimento à bandeja de batata frita que ele lhe deu e eu roubei algumas. Se não tinha lasanha, eu tinha batatas.

Tati: Cadê o Fernando? — Tati perguntou e pegou todas as minhas cenouras.

Maiara: Em cirurgia. Ele está fazendo uma RM agora — respondi e vi Matheus se aproximar. — Tati, pula para a cadeira do meu lado, agora — pedi com urgência, precisando fugir dele e de suas muitas perguntas sobre meu relacionamento. Surtei, meio com razão, mas totalmente exagerado devido ao fato de que já não estava bem.

Por um momento, me vi no meio de um colapso, com a mente girando, medo de alguém ter visto, de Fernando achar que o traí e nesse redemoinho, percebi que precisava voltar para a terapia.

Matheus não entendeu nada. Ele me beijou, não correspondi e o empurrei, mas ao achar que era brincadeira, beijou-me novamente. Fui obrigada a recorrer ao meu usual tapa forte no rosto. Aí ele parou e ouviu "eu tenho um namorado, nunca mais faça isso!" e saí correndo, com minha ansiedade preparada para me paralisar.

Não conseguia fugir dos questionamentos dele. Não estava com paciência para dar satisfações, sendo que nós nunca tivemos um relacionamento na minha cabeça. Ele fazia parecer que era uma questão de ponto de vista.

Fernando me perguntou se um dia eu deixei claro para Matheus que nós não tínhamos um relacionamento e eu disse que não, porque realmente não tínhamos um. E no ponto de vista masculino dele, Matheus poderia achar que era meu namorado, porque todo homem deseja uma mulher disposta sexualmente que não se intrometa em sua vida.

Era uma solução perfeita e eu concordei que ele poderia pensar assim, porque o cérebro de azeitona era focado na medicina e não em outras coisas.

Diego pulou uma cadeira também, para ficar do lado de Tati. Matheus sentou-se na cadeira em que Diego estava sentado.

Maiara: Diego, eu posso contar para o Fernando que você está sendo gentil e galanteador com Tati o tempo todo quando ele não está presente? — Enfiei uma batatinha na boca, rindo para provocá-lo e Tati o encarou.

Tati: Talvez eu diga para Fernando que você está flertando comigo o tempo todo. — Tati deu um beijo na bochecha dele e se levantou, levando sua bandeja.

Diego: Por que ela é tão difícil? — Diego perguntou, frustrado. — Eu vou contar para o Fernando, ok? Mas só vou dizer que me interesso por ela e que claramente não é mútuo. — ele murmurou e Roze tossiu "pedofilia". — Ela tem vinte e cinco anos, para com isso!

Roze: Primeiro, Fernando sofreu quando Maiara o enrolou por semanas e agora, você está correndo atrás de Tati. Eu acabei morando com Roberto. O que mais pode acontecer nesse hospital? — Roze riu, saboreando a própria piada. — E você, Matheus? Além de agarrar garotas comprometidas, tem alguém do seu interesse?

Ele ficou vermelho.

Matheus: Vocês vão jogar isso para sempre na minha cara, não é? — Matheus gemeu, meio irritado.

Roze: Até você parar de perguntar a ela porque começou a namorar supostamente tão rápido sendo que vocês nunca tiveram um relacionamento — Roze retrucou e eu chutei sua canela. — O quê? Estou fazendo o que toda colega legal faz quando um novato chega. Ensinando os lugares no refeitório, garotas proibidas, os vilões e quem é a turminha pop.

Todas as coisas que eu sonheiOnde histórias criam vida. Descubra agora