49º Capítulo

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Isabelle narrando:

Meu coração ficou dolorido, vários dias passaram, e eu não o procurei mais, nem ele me procurou. Pietro se recuperou e já ia ter alta, minha mãe trouxe a Anne do internato, eu, Fabíola, Renan e Maurício fizemos uma festa surpresa para a chegada de Pietro ao seu apartamento e foi muito divertido. Minha mãe e o juiz terminaram o relacionamento, eu e meu pai conversamos e eu lhe contei que talvez eu fosse para Miami e ela adorou a ideia. Anne fazia aniversário e minha mãe fez uma festa muito bonita. Já tinha quase um mês que tudo tinha terminado e eu ainda sentia muito, muito mesmo, mas tentava ao máximo não me abater. Então ia acontecer a reunião de sociedades e o baile das sociedades, onde eu dancei com Pietro e Fabíola com Maurício, foi tudo uma felicidade só. Pietro veio me visitar:

— Princesa você, né? - Disse sorrindo e eu sorri.

— Princesa eu? Brinca! A que devo a visita? - Ele continuou sorrindo, sentei ao seu lado.

— Eu tenho que te contar uma notícia. Não sei se vai gostar ou se não vai. - Eu o olhei ansiosa.

— Ai Deus! Conta.

— Eu vou pra Miami, vou voltar. - A notícia me entristeceu.

— Olha não quero se invejosa, mas eu talvez vá estudar lá. - Ele abriu um sorriso de canto a canto.

— Está me dizendo que vai também?

— Olha só, não é confirmado. Não tenho certeza, mas eu quero ir. - Ele me abraçou.

— Se for, vai ser ótimo. - Disse em meu ouvido e eu sorri.

Ruan narrando:

— Sua mãe está falecendo, neste exato momento. - Disse Derick aflito, a notícia era muito forte.

— Onde ela está? Eu vou vê-la. - Ele me olhou tenso, mas gostou da minha atitude.

— Está em casa, vamos, levo você no carro. - Saímos apressados.

Eu entrei com receio naquela casa, vi meu pai sentado ao lado de minha mãe com a cabeça baixa, e ela deitada, muito magra e pálida. Ao me ver, me olhou completamente fraca:

— Ruan? Meu filho. - Disse meu pai abrindo os braços e eu não abri os meus, ele deixou os braços assim por vários segundos, até que o abracei. - Pensei que não ia te ver mais, garoto.

— Deixa eu falar com ele. - Disse minha mãe abrindo os olhos por alguns segundos.

— Vamos deixá-los a sós. - Disse Derick a meu pai e ele saiu.

— Eu te devo um pedido de perdão.

— Não é hora pra lavar roupa suja. - Disse e ela abriu novamente os olhos por alguns segundos.

— Não te amei, não fui mãe, não soube ser mãe... Ruan, você é inocente. - Disse aos sussurros, sua garganta estava fragilizando cada vez mais.

— Você foi o que pode ser.

— Preciso que me perdoe, menino. Meu menino. - Ouvir aquela frase me deixou mal, toquei o rosto dela.

— O meu perdão é bobagem, você tem, o negócio é lá em cima.

— Você tem que perdoar nós dois, só assim sua vida vai ser melhor, sem rancor, meu menino... - Eu não a respondi, tinha muito pouco tempo ao seu lado - você vai ser feliz. - Disse fechando os olhos, eu baixei a cabeça e sentei na cadeira, deixei lágrimas escorrerem, pra que eu conseguisse engolir aquele momento.

— Vai em paz, mãe. - Disse a olhando, já não respirava mais.

Eu e Marechal nos tornamos bons amigos. É nos tornamos, o levei aos bares soberbos e ele se divertiu, pela primeira vez ele se divertiu de verdade. Todos os dias perguntava como Isabelle estava, todos os dias eu tinha que perguntar, e ele disse que ela estava muito bem, os problemas estavam menos graves. Sair da vida dela a fez ficar melhor. Visitei algumas vezes Léo na casa de Samara, e ele não tinha nem se mexido. Eu e Peralta fomos visitá-lo naquela tarde:

— Samara deve trazer uns dez homens por noite. - Disse Peralta e eu dei uma risada.

— Eu comi ela quando era uma garota mais calma. Quando não se sustentava com isso. - Disse tomando um pouco do whisky dela.

— Cara, olha. - Disse Peralta apontando pra Léo, que mexeu a mão.

— Não, isso é delírio. - Olhamos mais de perto e ele mexeu novamente a mão.

— Deus, valeu. - Disse Peralta e ele abriu os olhos lentamente, não fizemos nada, só observamos ele acordar do profundo sono dele. Ele olhou para nós.

— Léo. - Disse e ele olhou pra mim.

— Velho o que eu tô fazendo aqui com vocês? - Eu e Peralta nos entreolhamos.

— Você dormiu, é normal que esteja em uma cama. - Disse Peralta.

— Quem ganhou a corrida da noite anterior? Não lembro. - Aquilo nos fez ficar vidrados.

— A noite anterior faz quase sete meses. - Ele estranhou o que eu disse.

— Sete meses?

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora