24º

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Pietro:

Esse motoqueiro de merda está ferrado, eu não demorei muito depois de falar com ele, eu vesti uma roupa qualquer, arrumei o cabelo e fui diretamente para uma delegacia, logo o advogado de confiança da minha família chegou, eu ia fazer prendê-lo, subornaria todos se possível, mas aquele motoqueiro vai para as grades, lugar de marginal é no xadrez, quem ele pensa que é? Bem dita à frase. Os policiais ficarão completamente ao meu favor, até mesmo porque minha família é praticamente dona da cidade e eles já sabiam de quem se tratava, era Franck, ou melhor, Ruan, o infeliz acha que gente daquele nível baixo pode se meter com pessoas anos luz a frente:

— O quero no presídio, ele não pode continuar atormentando a vida da nobreza. – Disse e o advogado retrucou.

— Abrirei um processo contra o rapaz. – Falou e o delegado tomou a voz.

— A ordem sairá daqui à 48 horas. – Eu dei um sorriso de vitória, ninguém brinca com o Pietro. Ninguém.

— Ótimo. – Falei me levantando e os cumprimentando. – Vocês são bons no que fazem. É o que espero. – Sorri.

Fui pro meu AP, já cheguei tirando a camisa e o tênis, estava satisfeito por dois motivos, um deles é porque ia jantar na casa de Isabelle e adivinhem quem fez o convite? Minha sogrinha.

Isabelle:

Aquela casa estava com um ar pesado, antes tinha um ar tão bom, eu lamento. Lamento com muita dor no meu coração, eu me deitei no sofá escutando música, escutava Arms – Christina Perri. E lembrava de alguns momentos da minha infância.

Lembrava de um baile em que eu dancei com Pietro, quando éramos menores, tínhamos 11 anos, este baile é o que tradicionalmente acontece em abril em todos os anos na cidade, e sempre há uma rainha e um rei, eu tinha sido a rainha por anos consecutivos e naquela noite eu estava tão feliz, eu gostava de estar com Pietro. Foi a última vez em que eu e ele nos falamos, dias depois ele foi para Miami. E veio a mente Ruan, com seu jeito difícil, tão malvado e tão grosso, é a primeira vez que eu ouço uma história de um relacionamento que começa com uma ameaça de morte.

A noite chegou e eu me preparei pro tal jantar, coloquei um vestido qualquer e simplesmente não me arrumei nem um pouco, minha mãe havia saído e eu estava sozinha em casa, davam 20h30min a hora combinada, quando Pietro chegou:

— Minha linda. – Ele beijou meu rosto com um sorriso de orelha à orelha.

— Oi Pietro, não sabia que você vinha. – Ele me olhou surpreso.

— Não? Como assim? Quer dizer que... que sua mãe, forjou? – Perguntou impressionado e eu falar que sim, eu ia começar a revelar.

— Forjou, ela te ligou de manhã para marcar o encontro. Pietro, eu lamento. – Disse e ele ficou muito sem graça, acho que ele está morrendo de vergonha.

— Lamento eu. Então não queria o encontro? – Ele tocou meu rosto delicadamente.

— Olha, eu não tinha planejado o encontro, porque seria inútil, Pietro. Eu tenho que te confessar uma coisa e se isso doer, eu lamento mil vezes. Mas, a verdade sempre deve prevalecer. - Ele me olhou seriamente, e sentei no degrau da escada que dava destino aos quartos.

— Eu estou aqui, pode falar. – Eu joguei tudo.

— Estou com uma pessoa. – Ele ficou meio que surpreso, não sei explicar
aquela expressão, enraivecido.

— Com quem você está? – Perguntou, e essa pergunta foi indiscreta.

— Você vai saber. Lamento, podemos ser amigos? – Ele beijou minha testa.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora