71º Capítulo

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Pela manhã, eu acordei um pouco tarde porque tinha chegado tarde, e quando eu acordei e tomei um banho, quando sai do quarto, vi um homem trajado com terno preto e uma gravata e meu pai conversava com ele:

— Você vai agora falar com Hellen? - Perguntou meu pai e ele o olhou.

— Sim, tenho ordens claras de que não posso deixar de ir. - Era o oficial de justiça que tinha a intimação para minha mãe.

— E por que motivo está aqui?

— Porque antes de entregar a intimação eu tenho que entregar uma ao senhor. - Ele entregou ao meu pai uma cópia e meu pai pegou.

— Eu quero ir com você, posso? - Perguntou meu pai.

— Sim, claro. - Eles dois saíram e eu fiquei pensando em como seria aquele encontro.

Marechal narrando:

Por um momento eu quis ver o que sentiria Hellen ao ver tudo indo embora, tudo o que ela sempre amou, o DINHEIRO. A mulher que eu por tantos anos cuidei e respeitei, hoje é uma mulher cheia de ambição e tremendamente fria, isso é devastador, mas eu tenho as minhas filhas e isso me basta. Cheguei com o oficial a casa e Marques abriu, entramos e pedimos que Marcília fosse chamar Hellen e após um tempo ela desceu:

— Marechal? O que vocês querem na minha casa? Eu proibi a sua entrada Marechal. - O oficial a olhou.

— Senhora, eu sou um oficial do tribunal de justiça, mesmo que nos proiba de entrar, nós entrariamos. - Ela estranhou que um oficial do tribunal de justiça estivesse ali, então o olhou completamente seria.

— E a que devo a visita de um oficial? - Perguntou e antes que o oficial disesse eu tomei a voz.

— Hellen, aqui de verdade, eu e você vamos nos separar para sempre. - Me calei e o oficial tomou voz.

— Eu trago uma intimação do juiz Jonvile.

— Jonvile? Mas este infeliz é o meu ex. - Disse ela e o oficial lhe entregou o papel.

— Mas... O que é isso? Como assim? Quanta barbaridade está escrita neste papel. - Disse ela e o oficial a olhou.

— Senhora, tem um prazo de dois dias para deixar esta casa, para que suas filhas tomem posse junto ao senhor Ventura. - Neste momento Hellen me olhou entrando em estado de pânico.

— Não! Isso não vai ser assim, eu que sou a dona dessa casa e das empresas Ventura, eu não vou sair daqui. Como assim?! Eu sou mãe de família e preciso de minhas filhas e do dinheiro dele para criá-las.

— Hellen, acabou. Não tem mais teatro! - Avisei e ela me olhou.

— Você não ganhou nada, seu idiota. - Disse alto e o oficial a olhou.

— Senhora, por motivos mais que justos, a guarda de suas filhas está com Marechal Ventura. - Ela olhou pro oficial odiosa e rasgou a intimação.

— Não quero ver esse papel na minha frente. Malditos. - Disse alto.

— Dito isso, se não cumprir estas ordens, você vai responder na justiça. - O oficial já ia deixar a casa.

— Pode ir, eu quero falar com ela. - Avisei e ele afirmou com a cabeça e saiu.

— Marechal você fez o que para que ele assinasse essa intimação?! - Perguntou odiosa.

— Ele te conhece, ele sabia quem era você, não foi difícil... A justiça foi feita. - Ela me empurrou e eu ri do que ela havia feito. - Te doí ter perdido o dinheiro não é? A mim o que mais doí é ter que contar para minhas filhas a qualidade de mulher que a mãe delas é! - Lágrimas desceram do rosto dela.

— Eu me casei com você pelo seu dinheiro, Marechal... Eu nunca te amei, NUNCA! NUNCA! - Gritou e ela só comprovou o que eu sempre desconfiei.

— Você é desprezível! - Gritei, a encarando - Como pode depois de todos esses anos me falar isso? Eu perdi toda a minha vida tentando ser o melhor marido pra você...

— Eu não quero voltar ao passado. - Disse me olhando e eu tinha que abrir os olhos daquela cega.

— Seu passado tinha tudo pra ser muito bom, você teve duas filhas lindas e saudáveis, você sempre foi muito amada! Lembre-se de quando descobriu que estava grávida de Isabelle, você quase morreu de tanta ansiedade, eu assisti você colocá-la no mundo. - Disse a olhando - VOCÊ DISSE QUE ELA TINHA SIDO A MELHOR COISA QUE TINHA TE ACONTECIDO! E DEPOIS DE UNS ANOS, A MESMA IMAGEM SE REPETIU QUANDO VIMOS A ANNE CHEGANDO AO MUNDO... - Ela chorava, naquele momento pareceu que eu lhe enfraquecia.

— Pra você foi tudo muito bom, porque você queria que aquilo acontecesse. E eu não, eu só queria garantir o meu futuro. Era a única coisa que eu queria.

— SUAS FILHAS TE AMAVAM, VIAM VOCÊ COMO O MELHOR EXEMPLO POSSÍVEL, HELLEN EU ME CASEI COM UM MONSTRO! - Eu dei as costas, mas neste momento eu senti uma mão tocar meu braço.

— Espera, eu tenho muitas coisas para te falar. - Disse e eu a olhei.

— Seja rápida, eu não quero ficar dividindo muito tempo o ar com você. - Ela levantou e me encarou.

— Marechal, eu sempre tentei lutar contra a minha ambição, mas eu nunca consegui parar, eu gosto do luxo e isso é algo que eu não posso acabar em mim. - Eu não queria ouvir aquelas besteiras.

— Eu não quero te ouvir mais... - Ela novamente tocou meu braço.

— Mas, eu tenho que admitir que sempre tive inveja da figura que você impôs a elas. A Isabelle e Anne. As duas sempre te amaram e sempre quiseram estar perto de você, mas eu queria para elas um futuro cheio de boas roupas, boas jóias e tudo isso. Você vai vim pra cá e vai continuar amando elas como elas merecem. - Não disse nada, dei as costas, mas quando cheguei perto da porta olhei para trás e disse com firmeza.

— Você fraquejou e continua fraquejando. - Deixei a casa.

Ruan narrando:

Foi uma noite cheia de boas ações, eu e a minha garota, em um lugar tranquilo, pela manhã eu chamei Peralta para irmos a casa velha e ele me ajudou a pintar as paredes de trás:

— Então você ficou com ela? Cara... Você não deixa passar né? - Perguntei o olhando.

— Qual é? Só você pode ir nas riquinhas? Eu gostei dela, nos divertimos muito. Não sei se é sério, mas ela tem um calor incrível - Retrucou me olhando.

— É, vai em frente se te agrada! Acho que nesse momento eu posso te contar o porquê de estar arrumando essa casa.

— Ruan, eu imagino que seja algo haver com Isabelle.

— Eu quero trazê-la pra cá, este lugar tem um significado bem extremo tanto pra mim quanto pra ela. - Ele olhou pro lago.

— Vai trazê-la pra morar aqui? - Perguntou.

— Ela que sabe, eu quero ficar nesse lugar, se ela quiser, aqui é dela, se ela não estiver afim eu vou deixá-la escolher. Gosto da natureza desse lugar.

— Eu torço pra que dê certo cara. - Terminei de pintar e saimos.

— Whisky? - Perguntei o olhando.

— Só se for agora. - Adentramos.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora