50º Capítulo

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— É, faz sete meses. Léo se sente bem? - Perguntou Peralta.

— Me sinto estranho, não sei o que é. Porque me disse que faz sete meses que aquela corrida aconteceu?

— Deus colocou a mão em você, pra que não se fosse. Você foi atingido e dormiu por um tempo. - Disse Peralta.

— E esse tempo, foi sete meses. - Completei.

— Isso é tudo muito louco. - Disse.

Nós iríamos comemorar aquela grande vitória, ele está vivo e bem, e isso não tem preço. Combinamos de comemorar no racha que ia acontecer a noite. Comemoramos ele estar vivo e bem, ele ficou sabendo em detalhe o que aconteceu com ele e não achou nada bom. Ao fim do racha e das comemorações, quando eu saia, Andressa me acompanhou:

— Que bom que seu amigo ficou bem, meu amor. - Disse me olhando com um sorriso estampado.

— É. Foi bom. Quer que eu te leve em casa? - Perguntei a olhando e ela sorriu.

— Não quero ir exatamente pra casa. Quero outra coisa. - Ela me encostou em minha moto e me beijou.

— Você quer isso a muito tempo. - Disse e ela sorriu.

— É que você em especial é o melhor dos motoqueiros. - A peguei pela cintura.

— O problema é que você quer que eu te coma aqui. - Citei e ela deu uma risada alta.

— Eu quero você, em todos os sentidos. - Me beijou novamente.

— Em todos os sentidos me faz pensar que sua humanidade não está desligada. - Ela deu outra risada.

— Gatinho. - A beijei com vontade.

Isabelle narrando:

Após conversar um bom tempo com Pietro, ele se despediu e foi embora. Passei boa parte do meu tempo lendo um livro que de tão bom aquela era a 3ª vez. O guardei na gaveta do comodo que tinha ao lado de minha cama e foi inevitável ver a corrente que Ruan me deu na ultima vez que nos falamos, peguei a corrente e lembrei dele. A guardei novamente e desci para comer alguma coisa, tomei um copo de leite e quando vinha pro meu quarto, minha mãe me chamou no escritório, fui vê-la:

— Oi. - Ela me olhou.

— Querida, eu vou agendar sua viagem pra Miami. - Disse e eu sorri.

— Massa, então. Vê só, Pietro também vai, prefiro ir com ele, afinal ele conhece tudo lá. - Ela sorriu.

— Vai com Pietro? Que ótimo.

— Pois é. Mãe vou pro meu quarto. - Sai do escritório e fui pro meu quarto.

Ruan narrando:

Levei Andressa pro meu rancho e ela estava louca de vontade, mal chegamos e ela tirou sua blusa afim de provocar:

— Quantas vezes tenho que dizer que sou louca por você? - Perguntou a me olhar.

— Isso vai acabar aqui, entendeu? - A olhei sério.

— Não precisa acabar aqui, sabe, você é ótimo pra mim e eu sei que juntos ficaríamos bem. - Disse sorrindo.

— Não quero estragar sua expectativa, mas eu ainda gosto de outra. - Afirmei com um tom irônico.

— Gosta de alguém? De quem você gosta?

— De uma boneca porcelanada. - Afirmei lembrando o rosto dela que me vinha a memória.

— O que houve com ela?

— Muitas coisas, com ela nada, comigo bem mais. - Tomei um pouco de whisky.

— Não imaginei que teria se magoado antes, desculpe. Achei que você não fosse do tipo que se leva por amor. - A olhei.

— Você está intacta por acaso? - Ela riu.

— Intacta? Claro que não. Me magoei pra caramba até chegar onde estou, eu dei muita bola pra moleques e fui magoada. - Afirmou.

— Isso parece mais um confessionário. - Disse com sinismo.

— Esquecerá de quem não te faz bem, de quem te magoo, tenha certeza. - Afirmou abrindo o sutian e o tirando.

— Quer começar a tentar? - Perguntei subindo por cima dela.

— Adoraria. - Ela o jogou no chão e eu a beijei.

Passamos a noite juntos e no outro dia, ela foi pra casa dela. Eu tomei um banho e fui pro café onde Marechal trabalhava:

— Então, o que me diz de um café amargo? - Perguntou sorrindo e eu sorri.

— Só se for pros dois. - Afirmei e ele sentou em minha frente.

— Desculpa perguntar, como está Isabelle? - Perguntei olhando para baixo.

— Ela está muito bem. - Sorri ao ouvi-lo dizer que ela estava bem - Não sei se o que eu vou te dizer vai te felicitar.

— O que? - Perguntei com seriedade.

— Isabelle vai estudar nos Estados Unidos. - Eu levantei a cabeça e olhei pros lados.

— Ela tem esses planos? - Perguntei.

— Sim, tem. Desde menina ela tinha esse sonho. Você a ama muito não é? - Perguntou me encarando e eu o encarei.

— Mais que a mim mesmo. - Afirmei e ele lamentou o que eu disse.

— Você é um grande homem, Ruan. - Afirmou e eu o olhei.

— Isabelle é uma confirmação de que eu nunca vou conseguir o que eu quero. Como sempre foi. - Retruquei e Marechal se entristeceu com o que eu disse.

— Ruan você uma vez me disse que quando se quer, se pode. Eu não entendo, você se conformou com tudo? - Perguntou.

— Sua filha é uma plebeia. Eu não passo de um morador de rua, perigoso e vingativo.

— Você é um lutador. - Afirmou e eu levantei.

— Vou na central de rachas, depois eu te vejo Marechal.

— Por que não vai lá na minha casa? Eu tenho whisky! - Eu sorri.

— Claro, a noite eu apareço, rapá. - Deixei a cafeteria.

Deixei a cafeteria com a tristeza de saber que possivelmente Isabelle vá embora, eu a perdi. Fui para a central de rachas, onde Peralta e Léo lavavam duas motos, eu ia lavar a minha moto:

— Ontem né? Saiu com a Andressa, o que aconteceu? - Perguntou Peralta e eu o olhei.

— O que aconteceu? Melhor deixar pra lá. - Afirmei e Léo me olhou.

— Cara, eu ainda quero saber quem me atropelou. - Ele já havia perguntado algumas vezes, mas não falamos quem havia sido. Ele iria se vingar, e com toda razão.

— Melhor que você saiba, você tem direito. - Disse Peralta e eu o olhei.

— Vai se vingar? - Perguntei para Léo.

— Não sei, mas vou dar um troco. Esse cara tem que ter sua penitencia. - Isso era normal entre nós, a vingança é normal entre nós motoqueiros.

— Vou falar com Bob. - Eu os deixei sozinhos, precisava falar com Bob.

— Cara, você sabe quem me atropelou, me conta quem foi. - Léo insistiu e Peralta sentiu que devia contar.

— Foi um riquinho, se chama Pietro. Vou te mostrar quem foi hoje.

— Valeu Peralta, acho que tenho direito. - Afirmou.

— Todo. - Disse Peralta.

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