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— Entra. – Ela entrou e me olhou.

— Por que não me disse que ia ver o Pietro?! Gostaria de estar sabendo querida. – Perguntou a me olhar.

— Meu Deus, preciso falar tudo agora, só porque é o Pietro. Isso é bizarro. – Ela não queria ouvir aquilo, por isso nem se importou. A mãe de Pietro já deveria ter dito.

— Estou feliz por você, está conseguindo colocá-lo em suas mãos, é muito boa minha filha. Eu era exatamente como você. – Me levantei e caminhei até a janela a escancarando.

— Não estou em um jogo, não somos peças. E não, definitivamente não somos.  – Afirmei.

— Sempre sonhei com um casamento bom para você. Com alguém tão quanto você. – Falou ela e eu virei já começava surtar. Como ela pode falar disso? Eu só tenho dezessete anos.

— Mãe, eu não vou casar com o Pietro... Aliás não sei nem se vamos ter alguma coisa, o que a Estefânia te contou é o que ela acha, mas tudo tem outra versão.

Pietro:

Estava cheio de raiva, minha mãe havia interrompido um momento crucial, hora ou outra Isabelle ia ceder. Agora eu tinha perdido a oportunidade de ficar com Isabelle, mas foi apenas a primeira.
Eu estava com o nível de raiva elevado, odeio quando alguém ou algo me impedem de conquistar o meu objetivo, principalmente quando eu estava tão perto. Se não fosse minha mãe entrando daquele modo eu teria tido Isabelle naquele momento e do jeito que quero.
O silêncio acaba me fazendo ouvir algumas risadas e vozes femininas, provavelmente são das amigas do mei irmão. Levanto para cumprimentá-las, não quero continuar pensando na minha má sorte com Isabelle.

— Oi meninas, sou o irmão do Maurício, Pietro. Como vocês estão? – Elas me olharam abrindo sorrisos.

— Ah, eu sei, vi você na sua festa. Bem vindo a cidade. – Eu sorri levantando um pouco a sobrancelha. As garotas eram bonitinhas.

— O que fazem aqui? - Perguntei fixando meus olhos nos de uma delas.

— Estamos visitando seu irmão. – Mauricio sorriu.

— O que houve no seu rosto, irmãozinho? – Maurício perguntou afim de provocar curiosidade nas duas meninas. O olhei com certa expressão de raiva. É um arruaceiro.

— Nada demais. Meninas querem tomar alguma coisa? – Perguntei tocando-as na cintura.

— Não obrigada. – Falou uma delas.

— Não quero também, mas obrigada. – Sorri novamente.

— Maurício vamos dar uma volta com elas? – O olhei e ele se animou.

— Sim vamos. – Ele pegou uma delas pela mão e eu me aproximei das outras duas, saímos em direção a garagem.

Isabelle:

Eu e minha mãe conversamos se é que aquilo foi uma conversa, ela continuava com a ideia de que Pietro e eu íamos acabar ficando juntos, não sei ao certo, mas não me restam duvidas que minha mãe queira isso por uma questão social, não faz nem uma semana que ele voltou e ela já está cogitando um futuro casório. Passei a noite lendo alguns dos meus livros e tomando coragem para enfrentar o meu maior desafio naquele momento, o motoqueiro! Eu não poderia temê-lo! Viver com medo, não poder sair de casa, um pouco de coragem é necessário, mesmo que isso signifique as vezes burrice.
Dormi por volta das 11h da noite e acredite até meus sonhos foram atormentados pela imagem do motoqueiro, o temido. Acordei às 08h40min e fui tomar café, minha mãe estava em casa aguardando Anne para levá-la a uma campanha publicitária do colégio que a mesma estudava, vocês tinham que ver, o quanto Anne parecia patricinha, falando "— Mamãe leva todos os batons e brilhos possíveis!", não preciso dizer por influência de quem ela já é tão vaidosa, elas logo foram embora e eu fiquei sozinha em casa. Fui para a sala e me joguei no sofá para planejar como seria a noite e acabei imaginando e lembrando momentos.
"— Você não pensou em parar o seu amigo... Acha que uma vida é de graça?! Garota estúpida!" "— Cuide dele, mas cuide pouco, por que você também precisa de cuidados" "Você também precisa de cuidados". Tomei fôlego! E disse para mim mesma que precisava ser forte, mesmo com todo o medo. Fugir para sempre é um castigo eterno.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora