— A Anne vai ficar comigo. Eu não desperdiçar anos da minha vida por sua causa Marechal. - Disse pegando na mão da Anne.
— Anne vai com a gente, você vai viver como sempre mereceu. - Quando falei isso minha mãe caiu no sofá, estava bêbada.
— Por que não vamos com ela? - Perguntou Anne ao meu pai.
— Porque sua mãe precisa entender umas coisas, vamos. - Tirei do bolso o celular e dei um clique para parar de gravar.
— Acho que dessa vez a gente venceu, pai. - Disse sorrindo e minha mãe tinha apagado total, saímos com a Anne.
Ruan narrando:
Aproveitei o fim de tarde pra continuar a arrumar a casa velha, mesmo sem saber decorar, fiquei sentado por um tempo perto do lago e decidi que ia contar a verdade sobre mim à Isabelle, vou contar a minha história. Vai ser difícil contar, mas tenho que mandar a real. Deixei a casa e fui pra cidade, liguei pra Isabelle e combinamos do horário que nos encontrariamos. As horas passaram e o horário combinado chegou, a peguei na casa de Marechal e fomos ao alto da cidade, onde tinha a continuação da ponte que divide um rio, onde estivemos a uns dias atrás, quando ela brigou com Andressa:
— Ruan, deu tudo certo hoje, conseguimos trazer a Anne e acho que com a prova que conseguimos, meu pai vai conseguir a guarda dela. - Disse sentando na beirada, fiquei de pé a olhando.
— Isabelle... Minha Isabelle. - Disse sentando ao lado dela.
— Está meio caladão. - Disse olhando pra baixo.
— É que resolvi te falar coisas que desde o começo você sempre quis saber, que eu não dividi com você, por que acredito que isso é muito meu. - Ela me olhou sem entender.
— Vai me falar sobre você? - Ela estranhou.
— Pois é. Acho que nada mais justo que isso. - A olhei um tanto tenso com a situação, tinha dificuldade em contar.
— Sempre quis saber de onde você vem, como você chegou aqui, como foi sua vida. - A olhei nos olhos.
— Vou ser direto, vou te dizer o que me fez ser como eu sou. - Ela ficou me olhando - Pais pobres, família desestruturada, muita ira correndo pelo ar, se resume nisso.
— Ira? Seus pais te odiavam? - Olhei pro lago, naquele momento se eu olhasse nos olhos dela eu não conseguiria falar nada.
— Igor era meu irmão mais novo, não estudava porque ele achava que isso não importava, e eu trabalhava em uma borracharia, eu tinha que trabalhar pra ajudar meus pais. E... eles sempre colocavam a responsabilidade em mim, porque eles achavam que eu não queria ajudá-los, então Igor continuou na vida dele, sem preocupação, de boa, até que mente vazia oficina do diabo, e ele se envolveu com pessoas muito pesadas. - Eu começava a me emocionar, mas disfarçava - Foi uma epóca que as coisas se complicaram, eu deixei de trabalhar na borracharia e eles ficaram muito irritados comigo, até que Igor me avisou que não via mais saída, ele queria parar de mexer com os traficantes, mas ele me avisou tarde, duas tardes após ele amanheceu com três tiros, dois na cabeça e um na barriga. - Neste momento eu tive vontade de pular no rio, doeu falar daquilo. - minha mãe morreu quando aquilo aconteceu, ela jogou na minha cara que eu tinha parte da culpa, porque eu também fiz mal ao meu irmão, eu o deixei se envolver... e por outras razões. Não tinhamos dinheiro suficiente pra fazer um funeral, então as dívidas ficaram grandes, e minha mãe me mandou ir embora, porque eu era culpado e ela não queria me ver mais, porque eu nunca fui um bom filho. Eu sai daquela casa, com a roupa do corpo, e deixei tudo aquilo pra trás. - baixei a cabeça deixando uma lágrima escorrer.
— Ruan... - Ela percebeu que eu havia me emocionado, eu não queria que ela percebesse, mas ela percebeu.
— Isabelle, não quero que me veja com dó, por favor, não me veja assim. - Disse ainda olhando pra baixo, depois enxuguei a lágrima e olhei pro céu.
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Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)
RomanceAs diferenças gritavam entre os dois, enquanto ela era o acerto dele, ele seguia sendo o erro dela. Ruan é um motoqueiro acostumado com as ruas e os desafios duros da vida, conseguindo tudo com muito esforço. Enquanto Isabelle é a primogênita com um...