Após me lembrar do brilho dos olhos dela quando me disse isso, pensei no quanto seria bom se aquilo acontecesse. Olhei para Marechal e ele fez uma expressão de "Vá em frente!", em um surto de imaginação, decidi lutar até a morte! Se morrer, eu vou morrer por alguém que mereceu. Então levantei da cadeira e coloquei o dinheiro do café na mesa e sai, comprei algumas tintas para casa, e pedi a Peralta que me ajudasse a pintar a casa velha, ele não entendeu o porquê de meu interesse naquela casa, afinal era abandonada e muito grande. Eu disse que depois ele entenderia, então me ajudou a pintar todas as paredes, deixando-as bem mais vivas, disfarçando suas imperfeições e sua idade. Depois disso tirei os móveis mais velhos e deixei os que ainda faziam algum efeito. A noite ia chegando e comprei algumas lâmpadas para colocar na casa, não tinha se quer isso. Então a casa ficou melhor, mas ainda tinha muito o que fazer. Ao fim, Peralta foi primeiro e eu fiquei terminando de pintar a parte de trás, que dava a vista pro lago, terminando deixei a casa e fui pro meu rancho, liguei para Derick:
— Derick?
— Sim, quem é?
— Ruan.
— Ruan? Isso sim é um milagre! A que devo a ligação?
— Quero que me desenrole um carro, um carro qualquer. Não precisa ser um carro nota dez, eu sei que você desenrola.
— Ah, cansou de andar de moto?
— Não me faça ficar irritado. Faz isso.
— Vou desenrolar, pra quando quer?
— Quero para amanhã, de manhã. Consiga um carro e depois eu te pago essa.
— Tem um amigo meu que vende carros a preço menor, mas tem que pagar de cara. - Ele acha que eu não tenho dinheiro, ele que pensa, eu não sou tão idiota assim.
— De boa, eu pago. Amanhã me trás o carro, de boa?
— Por volta do meio dia, você sabe que não é tão rápido.
— Meio dia, então certo! Meio dia.
— Se cuida, moleque. - Desliguei.
Ouvi toques na porta e fui ver quem era, era Andressa:
— Oi. - Disse me olhando.
— Entra. - Ela adentrou fechando a porta.
— Eu sei que não é certo chegar sem avisar, mas tive medo que você não me atendesse. - Eu a olhei.
— Não tenho motivo pra não atender você, ou tenho? - Ela sorriu.
— Eu sei que não tem. - Ela desfez o sorriso e tocou meu rosto - Eu senti sua falta, gatinho. - Ela tentou me beijar e eu desviei - O que você tem?
— Só veio me ver, por que sentiu falta de um beijo?
— Não, senti falta de tudo, você é demais e deixou saudade. Não me procurou mais, não foi mais aos rachas e também desapareceu dos bares.
— Ultimamente não tem sido tão tranquilo. Andressa o que sente por mim? - Perguntei com seriedade, sinto que ela está indo muito a fundo nisso.
— Por que a pergunta?
— Porque eu preciso saber! Fala, o que sente. - Ela sentou em minha cama.
— Eu quero muito você, você me ajudou a esquecer o que eu passei e tem me feito acreditar que ainda sim posso gostar de alguém. Me fala agora, esqueceu aquela pirralha? - Pirralha? Ah, Isabelle!
— Não, não esqueci e não quero esquecê-la. - Aquilo doeu nela.
— Não quer? Ruan, aquela menina não merece você, você é muito maduro pra ela. - Eu a olhei.
— Não é assim que a coisa ainda, eu gosto dela e acabou, ponto final, Andressa. É melhor que você saiba disso, se você se iludir eu vou me sentir culpado. - Ela levantou.
— Ela não pode te fazer feliz, porquê ela não pertence ao que você vive.
— Se eu me importasse com o que você diz, nesse momento, eu te diria que tentaria com você, mas nunca ia dar certo, porque é injusto que eu fique com você e pense nela. - Ela deixou o meu rancho, fechando a porta com força. - Lamento, lamento. - Sussurrei.
Andressa narrando:
Ouvir que nunca poderia ficar com ele me deixou muito frustrada, eu pensei que ele tinha se tocado. Quer uma verdade, eu vou dar o que aquela pirralha merece, ela bateu em mim e o que aconteceu, ela é a melhor da história. Isso não termina assim, fui pra minha casa e por sorte encontrei o meu irmão, Ivo com certeza faria um estrago com a pirralha. Eu não pensei duas vezes e disse o que eu queria que ele fizesse:
— Ivo, eu preciso de você! Preciso que faça um trabalho pra mim. - Ele me olhou.
— Um trabalho? Andressa, você não é de pedir esse tipo de coisa.
— Dessa vez eu quero que faça uma coisa pra mim, você tem muitos amigos e eles podem te ajudar.
— O que quer que eu faça?
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Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)
RomanceAs diferenças gritavam entre os dois, enquanto ela era o acerto dele, ele seguia sendo o erro dela. Ruan é um motoqueiro acostumado com as ruas e os desafios duros da vida, conseguindo tudo com muito esforço. Enquanto Isabelle é a primogênita com um...