— Você está com isso pesando sobre suas costas, não acha melhor me contar? Isso pode aliviar a tensão. – A olhei.
— Preciso que me faça um favor.
— Eu faço. Qual favor?
— Me passa o telefone da sua prima agora. – Ela me olhou impressionada.
— O que? Não... Não...! Não me diga que é... Amiga, vai novamente pro racha? – Por isso não vou contar nada sobre Ruan. Porque sei que de louca eu não vou passar mesmo.
— Disse que faria o favor, né? – Fiz uma cara cínica, com um sorrisinho cínico.
— Ai, você vai acabar se metendo em uma confusão daquelas, como sua amiga eu tenho o dever de te avisar. – Disse me passando o número do celular da mesma.
— Olha, não me fale de confusões... Estou cheia. – Afirmei ainda com cinismo.
— O que eu não estou entendo é o que pode te oferecer um racha? Desde quando curte corridas? – Não entende, realmente.
— De repente eu gosto de corridas de motos. – Falei sorrindo.
— Cuidado na vida senhorita, cuidado. – Eu sorri, queria tanto voltar a ver Ruan.
Fabíola precisou ir embora depois de alguns minutos, já tinha planos para a noite, não sei como vou fazer para achá-lo, mas tenho que fazer isso, liguei para a prima de Fabíola e ela apenas me disse que os motoqueiros tinham o plano de se encontrar para beber a noite, ela só me deu a informação porque eu afirmei ser garota de programa e queria presentear um dos motoqueiros, que tenso, credo! Ela desligou afirmando não ser informante sobre nenhum dos motoqueiros, eu lamentei, não ia vê-lo, não ia encontrá-lo. Mas que droga!
O pôr-do-sol se aproximou deixando um ar de tristeza por cada canto daquela tão grande casa, e dentro de mim um vazio enorme, eu me sentia solitária, só tinha eu naquela casa, eram 21h40min e eu me lembrava da informação de Samara "— Hoje terá um encontro para tomar algumas doses, querida!" E passaram mais 20 minutos, tão chatos e tão demorados, troquei de roupa, coloquei uma calça jeans azul e uma regata branca, fiz um coque no cabelo, peguei uma bolsa qualquer e chamei Marques para me levar as ruas, para possivelmente encontrá-lo. Eu sei, estou realmente agindo como um animal, seguindo apenas os meus instintos. Mas, nós somos animais, não somos?
Ruan:
Tomei um banho e me trajei com uma calça preta jeans e uma regata branca, coloquei a jaqueta de couro preta e já estava para sair, antes de ir tomar algumas "meninas" com meus amigos, eram 22h30min, dei uma boa volta pela cidade, as ruas estavam vazias, completamente vazias, as pessoas deveriam aproveitar mais a vida. Por outro lado isso facilitava minha velocidade, a moto quase levantava vôo. Nada e ninguém iriam me deter.
Isabelle:
Fui em vários bares, passei de frente e nenhum deles vi motos estacionadas, eu estava triste, não ia encontrá-lo, era impossível e sentia que aquilo estaca beirando a loucura. Eu estava no banco de trás, quase debruçado, olhando pros cantos da cidade vazia e sem nenhuma esperança, Marques parou o carro por alguns segundos pois o sinal estava vermelho e uma moto se aproximou do nosso carro eu olhei rapidamente e não tive certeza pois disparou, mas era a jaqueta dele, era a jaqueta do Ruan.
— Marques, acompanha aquela moto! Vamos! Rápido. – Ordenei olhando através da janela.
— Mas e o sinal?
— Não importa! Vaaai! Corre! – Disse em tom alto, a moto estava em alta velocidade, só a via ainda pois o asfalto seguia em linha reta por uma boa parte.
O carro estava bem afastado da moto, pois a velocidade que a moto corria era muito grande e o carro não poderia alcançar tamanha velocidade ou íamos nos ferrar, eu estava apreensiva, queria tanto que aquele motoqueiro fosse realmente Ruan, seguimos até uma certa esquina, pois a moto havia parado e o homem descido, o carro mal parou e corri de encontro ao motoqueiro, esperançosa que ali estaria ele, ali estaria Ruan. Toquei-o no braço o fazendo virar, ele virou, pois o puxei com certa força, e sim, era ele, que me encarou e eu fiquei nervosa, com a voz tremula, parecia uma idiota. Eu talvez seja uma idiota.
— É... eu... – O olhava nos olhos, com a cabeça levantada tentando encará-lo. – Ruan, eu queria muito ver você. – Joguei aquilo e ele me olhou com ironia.
— Ninfeta, qual a parte do "— As coisas podem ficar sérias demais" você não compreendeu? – Cara, eu mal o olhava, sentia vontade de abraçá-lo e sentir o seu calor, estava parecendo um pedaço de gelo exposto ao sol. Derretendo.
— Eu compreendi, apenas não aceitei! São coisas bem diferentes. – O encarei e ele tocou meu rosto, apertando minha nuca, me envolvendo em seus toques.
— Não queira transformar uma fogueira em um incêndio, garota. – Eu fechava os olhos e suas mãos apertavam minha nuca, o escutava e me sentia completamente envolvida, queria tanto beijá-lo.
— Ruan... – Sussurrei baixo.
— Caladinha caladinha! Você é das que não se conforma em ficar com os que parecem com você, insiste em tremer as estruturas, em dar dor de cabeça, parece que não é do riquinho que a dama gosta. – Falou e eu abri meus olhos, já me encostando em sua moto e o puxando pela gola da camisa, de forma que nossos corpos quase se colam por completo – Está alimentando algo que vai te fazer muito mal. – Tocou minha cintura a segurando com força e eu o beijei rapidamente no pescoço.
— Eu não vou ficar apenas na vontade. – Disse e ele sorriu como um cafajeste.
— Não, realmente, eu não vou deixá-la apenas na vontade. Jamais deixaria burguesa. – Afirmou e eu acabei abrindo um sorriso que imitava o dele. Cheio de cinismo.
— Tenho que dispensar Marques. – Ruan pegou algo em seu bolso e foi até o carro que estava estacionado na esquina, entregou acho que dinheiro, conversou por pouco tempo, e Marques foi embora, fui até ele.
— O que disse a ele? – Perguntei o olhando.
— Que fechasse a matraca, e fosse tomar uma dose por ai. – Eu abri um sorriso e ele me puxou me colando completamente em seu corpo, iniciamos um beijo cheio de vontade, era daquele cara que eu precisava.
Ruan:
Foi inesperado e de um jeito instigante, eu a peguei com força, por ela ter sido tão atrevida e tão bela ao mesmo tempo, era a perfeita combinação de uma rica delicada com uma garota sedenta por diversão. Sem duvidas eu e aquela garota não pararíamos mais, eu não a esperava, mas ela não havia se esquecido de mim, foi irônico, eu sei que é!
Eu pensei que a última vez que eu e ela teríamos contato seria naquela noite e agora eu a tenho comigo. Quase nada posso oferecer, mas ela bem que gosta desse quase nada. A levei para o meu rancho, não tive medo de que ela se sentisse mal por aquele lugar ser bastante diferente do grande palácio onde ela mora, ela não se importou e foi tranquilamente, ofereci uma dose de uísque mesmo sabendo que ela não aguenta muitas doses. Mas nunca é tarde para ousar.— Ruan, parece loucura eu te procurar, sabendo que não é o certo, mas eu não posso negar eu queria voltar a ver você. – A olhei tomando uísque, ela estava sentada em minha cama, a encarei.
— Existe o correto e o que nós queremos. Eu lamento se acabei te marcando demais. – Sentei ao lado dela e coloquei meu braço em volta de seu pescoço.
— Preciso saber se com você aconteceu o mesmo, se você pensou em mim nesses dias, se pensou em tudo que rolou, eu não quero ser a única a gostar, a querer, a me arriscar demais. – Sem dúvidas, eu lembrei muito dela.
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Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)
RomanceAs diferenças gritavam entre os dois, enquanto ela era o acerto dele, ele seguia sendo o erro dela. Ruan é um motoqueiro acostumado com as ruas e os desafios duros da vida, conseguindo tudo com muito esforço. Enquanto Isabelle é a primogênita com um...