37º Capítulo

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Exausta e de tanto chorar eu acabei dormindo, acordei com o meu celular tocando e era a Fabíola dizendo que estava na porta do meu quarto, abri a porta quase que dormindo:

— Oi Isa... Poxa, desculpa se te acordei, não era a minha intenção. Mas eu tinha que falar com você. - Eu deitei novamente e com os olhos fechados, respondi.

— É, quer que eu explique porque deixei a Anne na sua casa?!

— Isso também.

— Foi muita coisa junta, deixei ela porque se a trouxesse a deixaria ainda mais traumatizada do que é. - Acho que ela ficou ainda mais curiosa.

— Amiga, o que aconteceu? - Ela sentou na cama.

— Resumindo, Ruan veio aqui e disse na cara de todo mundo que estava comigo, minha mãe pirou da batatinha mais do que já era, e meu pai, pelo menos eu o vi. Ele passou ontem para pegar a Anne?

— Sim, passou. Ruan veio e disse? Poxa, ele é mesmo corajoso!

— Ele é cara de pau.

— E você, o que vai fazer?

— Agora eu vou tomar um banho pra gente andar um pouco. - Meu celular começou a tocar e era meu pai para me avisar que levaria a Anne em casa.

Pietro:

Estava na hora de falar com o investigador que eu contratei para vigiar Ruan, tomei café e muito satisfeito por ter visto o episódio da vida de Isabelle e para melhor se explicar o porquê de eu estar lá, foi porque fui a primeira pessoa que Hellen telefonou procurando Isabelle. E brincando de ser gentil eu fiquei preocupado com a filhinha dela. Chamei o Oliver para vir ao meu apartamento para falarmos sobre Ruan:

— Então, para que me chamou? - O olhei.

— Para mostrar o quanto vai ser pago se seu serviço abrir portas para mim. - Então mostrei o dinheiro em uma mala preta, era bastante dinheiro.

— Tudo isso? Você realmente tem curiosidade pelo tal Ruan. - Disse Oliver.

— Isso não é do seu interesse, descubra tudo, hoje comece a descobrir as coisas, descubra se ele tem antecedentes criminais, sua família, quem é ele de verdade. - Afirmei e ele estava focado no dinheiro, é o tipo de pessoa que faz tudo por dinheiro.

— Já descobri algumas coisas, Ruan tem algum problema com sua família, um problema que o fez se desfazer de tudo e morar por sua conta. - Hum, interessante!

— Ótimo, cara. Se continuar assim, essa bolada é sua. Vai fazer seu trabalho. Depois eu te chamo pra saber o que descobriu. - Ele foi embora e eu fui para a casa dos meus pais.

Ruan:

Sai cedo para conversar com Peralta e Marrom, eles precisavam falar comigo sobre um racha com uma gangue de outra cidade. Depois disso fui pro meu rancho, estava tomando um pouco de whisky quando dois toques foram dados na porta, apenas abri a porta:

— Você? O que quer aqui? - Derick, o que aquele infame queria?

— Eu vim porque, não acho justo que as coisas aconteçam e você fique por fora delas. - Ele era irmão de meu... do meu pai, mais um imbecil.

— Eu não sei qual a parte do eu não quero estar no meio de vocês, que você não manjou. - Ele adentrou sem convite, é família minha, não poderia ser diferente.

— Se eu entendi? Claro, entendi tudo. Eu vim pra te falar uma coisa, uma séria coisa. - Eu o encarava querendo atirar na sua cabeça.

— Antes que me diga a coisa séria, me pergunte se eu estou interessado. - Ele observava meu rancho.

— Você é o mesmo de sempre. - Afirmou.

— Eu tenho o maldito sangue dos Antunes, né? - Soltei a ironia e ele sentou-se.

— Me sirva um pouco de whisky, vai me deixar só na vontade? - Eu servi.

— Derick estou com pressa e suponho que você também esteja. - Ele se levantou me encarando.

— Não muita. Ruan, vou ser sincero, porque não acredito que você realmente tenha feito o que todos falaram. - Eu o empurrei contra minha cama, e ele caiu sobre ela.

— Se falar disso, eu não respondo por mim! Não quero que me dê voto de confiança, eu não preciso disso. - Ele se levantou.

— É opinião, eu sei que não foi você. - Afirmou e eu virei para não lançar um soco.

— O que quer comigo? - Ele me encarou, me fazendo virar.

— Eu vim porque, sua mãe, descobriu que está com uma doença. - Fui o máximo frio que eu poderia ser.

— É isso?

— Não é qualquer doença, Ruan. Ela fez uns exames e descobriu que está com um câncer de garganta, ela sempre fumou muito e descontroladamente. - Um câncer? Aquilo foi fundo, mas eu não posso me comover, isso não faz parte da minha vida. Aquela notícia me fez abrir um conflito comigo mesmo. - Ela descobriu em pouco tempo, a situação já está em 76%, você e ela precisam mudar isso ou... Vão tornar irreversível. - Irreversível eu acho que já tinha se tornado.

— Perdeu o seu tempo, daquelas pessoas eu não quero saber. - Ele tocou meu braço.

— Se você é maduro mesmo, sabe que não é perca de tempo. Ruan, mostre que o orgulho não passou por gerações, que você é diferente de todos nós. - Minha vontade era de quebrar todas as coisas que ali estavam.

— Eles me convenceram, eu não sou uma boa pessoa, eu sempre consigo as coisas passando por cima de todos, eles tinham razão, quando me disseram que a morte já devia ter se adiantado.

— Eu sei que você tem como provar a verdade. - Sempre se metendo onde não deve.

Isabelle:

Eu e Fabíola passamos toda a manhã conversando e olhando roupas e sapatos. É, acho que pra qualquer garota é o céu, mas não sei, naquele momento eu não conseguia focar nisso, queria conversar com Ruan, queria saber onde e como o meu pai está. Liguei algumas vezes para Ruan, mas apenas chamava e não atendia, quando me preparava para tentar novamente o número do meu pai apareceu chamando, o atendi:

— Papai? Que bom que me ligou. - Foi a primeira coisa que disse, ufa.

— Isabelle, bom dia, acordou bem? - Eu senti falta de acordar e ouvir "Bom dia" dele.

— Foi uma noite cheia de pensamentos loucos, mas consegui dormir, e você? E a Anne? Onde estão?

— Sua mãe já me ligou, mandando eu deixá-la em casa, filha, eu acabo de conseguir um emprego. - Isso me fez sorrir.

— Sério? Pai, que felicidade! Aonde?

— Eu vou trabalhar como garçom em um café da cidade. Sei que não é nada demais, mas vai me ajudar muito.

— Eu não ligo, você precisa e quando se é preciso, não se escolhe. Logo, logo eu vou conseguir sair daquela casa e vou te ajudar, vai ver só! 

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora