63º Capítulo

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— Uma garota, que mora no bairro da alta, chamada Isabelle, eu quero que você faça mal a ela. Provoque alguma coisa que machuque-a. - Ele ficou surpreso com o que eu pedi.

— Está me pedindo pra fazer mal a uma garota?

— Sim, faz isso e eu não te peço mais nada Ivo.

— Eu vou te ajudar, mas em troca eu quero que você volte pra casa. - O que?

— Pra casa?

— Sim, eu não quero que fique mais aqui, eu quero trazer mulheres pra cá e quando eu estou prestes a trazer, lembro que minha irmã está aqui.

— Você faz o que eu te pedi?

— Agora. É pra matar?

— Não, mas chegue perto disso.

— De boa, você volta em dois dias pra o povoado. - Eu tive que concordar, ela não pode sair impune, pirralha!

Isabelle narrando:

Mais um dia foi embora e o tempo ia acabando, eu ia embora em três dias, eu já tinha feito parte das malas e acredite odiei fazê-las. Dormi tarde e acordei cedo, tinha que fazer compras pra ir a Miami e pra isso minha mãe estava mais que disponível. Passamos a manhã inteira metidas no shopping a comprar, comprar e comprar, eu não fui para casa, fiquei onde o papai trabalhava, precisava conversar com ele, me despedir:

— Papai... Meu amor! - O abracei forte e ele também me apertou, foi tão confortável!

— Minha querida, senti sua falta pequena. Pensei que não vinhesse me ver mais. - Eu sorri.

— Papai eu vou embora em pouco tempo, queria muito te ver antes de ir. - Ele ficou sério e eu também.

— Você se decidiu de verdade? - Me perguntou me encarando.

— Antes eu tinha dúvida, agora não mais. Eu vou pra Miami, e vou fazer tudo o que eu queria. - Ele baixou a cabeça.

— Eu quero que faça o que você achar que vai te fazer feliz. - Foi a única coisa que ele disse, ele tocou meu rosto e deu um beijo na minha testa.

— Eu te amo, pai. - Ele me abraçou.

— Amo você também. Vai com Pietro? - Meu pai não gostava da ideia de ir com Pietro.

— É.

— Sua mãe deve estar pulando de alegria, não é?

— Mais ou menos isso... Pai, tem falado com... - Ele me olhou.

— Com?

— Deixa pra lá. - Ele me olhou.

— Depois eu vou te ver, antes que vá eu passo pra te ver, certo? - Eu sorri.

— Sim, certo. Já vou, tenho que fazer algumas coisas, até logo. - Beijei a bochecha dele e sai.

Ruan narrando:

Comprei alguns móveis pra colocar na casa velha e deixei-os na casa velha, então quando deu as 12 h eu já estava esperando Derick chegar com o carro que eu pedi, e não demorou, apesar de ser um merda, ele não enrola em sua palavra. Ele me trouxe um carro e eu dei uma quantia bem gorda, eu precisava de um carro porque naquele momento um carro auxiliaria bem mais que minha moto, então fui para casa velha e continuei arrumando, colocando as lâmpadas e pintando as portas, ao fim estava todo soado e exausto, tomei um banho e fiquei novo. Então Peralta chegou pra ajudar:

— Poxa, está ficando bem melhor. Me diz, velho... Por que quer arrumar essa casa? - Perguntou me olhando.

— Eu quero arrumá-la porque... Acho que morar aqui é bem melhor do que morar naquele rancho pequeno. - Ele me olhou desconfiado.

— Quer mais espaço? Pra que?

— É que eu sinto vontade de morar em um lugar mais... Na boa, depois você vai descobrir o porquê, não pergunta mais. - Ele riu. - Do que está rindo?

— Nada, nada. Você decorou legal a casa. - Disse.

— Eu sou um ótimo decorador, moleque. Vou pra cidade, já está tarde. - Ele me olhou pegar a chave do carro.

— Comprou uma máquina? Pra que?

— Porque achei melhor, moto é menor e eu preciso de algo maior. - Ele me olhou estranhando.

— Você não está normal, não está. Vou embora. - Peralta subiu na moto dele e saiu, eu entrei no carro e também fui embora.

Isabelle narrando:

Foi outro dia muito difícil, cheio de desafios e despedidas. Minha mãe estava mais nervosa que eu, ela convidou vários "amigos" para um jantar, ela fez questão de exclamar que eu e Pietro iríamos juntos a Miami. Pietro me pediu desculpa pelo jeito que havia falado e me disse que era apenas porque queria meu bem, eu entendi e desculpei. Era quase meia noite quando todo mundo já tinha ido embora e eu estava exausta, quando subia as escadas para em fim descansar, Anne me chamou:

— Espera Isa... - Disse ela subindo atrás e eu parei, a esperando.

— Estou muito cansada, Anne... O que houve? - Ela tocou minha mão.

— Vou morrer de saudade de você. - Eu ouvi e dei um sorriso amplo, a abraçando.

— Meu pedacinho de amor... - Disse sorrindo.

— Você vai casar com o Pietro lá? - Crianças e suas perguntinhas.

— Não, eu e ele somos maninhos, amigos... Entendeu? - Ela me olhou.

— Aaah, você vai casar com aquele outro que tinha uma moto né?

— Também não, ele foi um sonho... Acabou. Anne vou dormir, estou exaústa, um beijinho. - Ela me deu um beijo na bochecha.

— Mas eu achava o da moto mais bonito que Pietro. - A olhei.

— Posso te contar um segredinho? - Ela me olhou. - Eu também acho. - Subi as escadas e fui pro meu quarto.




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