— Ruan terminou comigo, quando eu mais precisava dele. - Neste momento Pietro me abraçou novamente.
— Esse cara não pode ter feito isso. Ele não vê a sua importância? Isabelle, você... - Eu já sei o que ele ia me falar.
— Eu sei, eu sei! Enfrentei todo mundo por ele, eu sei. Não me arrependo, eu amo ele. Eu amo muito Ruan! - Falava completamente emocionada.
— Isabelle, se acalma. - Disse e eu parei de chorar, ainda soluçava.
— Eu precisava dele, sério.
— Não é justo que fique assim por ele, você sabe que se ele realmente te amasse, ele não teria... - Eu não deixei que Pietro terminasse.
— Não quero falar disso, por favor. PIETRO! - Exclamei com as lágrimas a escorrerem.
— Ta... Se acalma, estou aqui com você. - O abracei.
Ruan narrando:
Aquilo foi como a gota de água que faltava pra meu mundo desabar, eu poderia ter espancado ele na frente dela, mas optei por não falar nada. Aquilo era o certo, pessoas de classes sociais iguais, juntos. Como pude cair na lábia de uma ninfeta cheia de doçura e encantos, ela sentia falta de sua vida sem mim, eu lhe trouxe problemas desde o primeiro momento em sua vida. Fui pro meu rancho e por sorte Derick não estava, tomei toda a garrafa de whisky:
— Ninfeta, ninfeta... - Lancei o copo contra a parede o deixando em pedaços - Porque, você? Por quê? - Falei em alto tom. - Não posso me meter na sua vida, não posso mais. - Sussurrei e naquele momento uma lágrima única desceu em meu rosto, e Derick abriu a porta, passei a mão no rosto.
— Nossa, ouvi gritos teus. Qual é o problema? - Perguntou me olhando.
— O problema? Topa um bar soberbo cheio de garotas fáceis? - Perguntei o olhando.
— Claro, mano. Vamos. - Peguei a chave da moto, vesti uma camisa e fomos para o bar mais soberbo da cidade. Logo Derick arrumou uma fácil pra suprir sua vontade e eu fiquei no balcão tomando whisky.
— Uau, que gatinho mais gostoso, temos na nossa bancada. - Disse a garçonete sorrindo, já nos conhecemos de outras datas.
— Continua vadia como sempre. - Afirmei e ela riu.
— Nossa, achei que você não fosse mais vir aqui, sentimos sua falta.
— Sentiu falta de outra coisa, que eu sei. - Ela deu outra risada e encheu meu copo de whisky tomando um pouco.
— Claro que eu senti, e não foi só eu. Todas nós.
— A menos rodada por favor. - Disse a ofendendo, mas ela já ouvia aquilo todos os dias, então não se importou - Não estou com vontade agora, me deixe tomar meus porres e depois eu faço esse favor. - Ela sorriu e foi atender outras pessoas e eu tomei um pouco mais do meu whisky.
Isabelle narrando:
As lamentações continuaram, pedi para que ele me deixasse em casa e ele me deixou, eu esperei ele ir embora para sentar em frente e começar a chorar. Então passei 10 min. chorando e quando senti um pouco mais de alívio em meu interior, adentrei. E não tinha ninguém, pelo menos se tivesse, esta pessoa estava fazendo um silêncio extremo. Subia as escadas quando pensei que Anne estaria no internato e fui até o quarto de Hellen, dei dois toques na porta e entrei:
— Você? - Disse ela me olhando.
— Eu quero que vá buscar a Anne no internato.
— Tinhamos um trato, Isabelle. Você cumpriu a sua parte do trato?
— Minha parte está feita. - Doeu muito falar aquilo.
— Não posso acreditar! Filha, é a melhor notícia que me deu em anos. - Ela abriu os braços e eu cruzei os meus.
— Faz a sua parte e vai buscar a Anne! - Retruquei e ela sorriu.
— Não tinha a levado.
— Mentiu para mim? E aonde ela está?
— Está com o meu amor. - Com o juiz? Meu DEUS!
— O que ela está fazendo na casa do "seu amor"? Olha, eu me nego a pensar que você queira colocar na cabeça da Anne que esse homem pode ser o pai dela.
— Não quero que ele ocupe o lugar de Marechal, mas quero que a Anne tenha uma figura paterna presente!
— A figura paterna é ele, nosso verdadeiro pai! Você tem que parar com isso! - Disse e ela sentou na sua poltrona.
— Eu vou mandar trazê-la. E obrigada por ter me dado o presente de ter deixado pra lá aquele miserável. - Retrucou e eu bati a porta, fui para o meu quarto.
Ao chegar em meu quarto, cai na cama, me vi sem Ruan, e a ficha ainda não havia caído. Eu havia perdido meu único porto-seguro e tudo é culpa minha! MINHA! Eu fiquei horas olhando para o teto com lágrimas escorrendo, meus olhos ficavam cada vez mais inchados. E a voz dele se misturava com o silêncio da noite, retrucando a pior frase "— Elas vão ficar, a partir de agora, é cada um pro seu lado. Volta pro seu castelo, mimada." e a todo momento eu ouvia em minha consciência sua voz me ditando que tudo terminava naquele instante. Chegou um momento que o cansaço da dor me fez adormecer intensamente. Quando acordei, o espelho refletiu olhos inchados e vermelhos, e aquilo ainda ia se repetir, infelizmente eu amo muito Ruan. Tomei um banho e não tinha fome, então não tomei café, tentei ligar para o meu pai e ele não atendeu, o telefone chamou, chamou e nada. Alguns segundos depois ele retornou:
— Isabelle?
— Pois é, por que não me atendeu antes?
— O celular estava bem longe de mim. Está bem?
— Não, pai. - Fui sincera - Não.
— Algum problema? O que houve? Me fala!
— Estou destruída, preciso ver você. Tem como? Vai pro Lovely café.
— Sim, eu vou daqui a pouco, pode ser?
— Claro, como quiser.
— Até já, querida. - Desliguei.
Ruan narrando:
Pra má sorte do riquinho eu não acordei muito bom humorado. Peguei um pé de cabra e coloquei por dentro da calça e fui para o condomínio onde ele morava, e foi certeiro, arrombei a fechadura da porta com auxilio do pé de cabra. Não sei, mas parecia que não tinha ninguém ou ele estava dormindo, encontrei em cima da mesa uma mala preta, com um cadeado, e tratei de arrombar o cadeado, e era uma boa grana. Fui até o único quarto do apartamento e abri um pouco a porta, ele estava dormindo, era o momento pra eu agir. Que má sorte do riquinho. Peguei o isqueiro no bolso da calça e fui até a janela que tinha cortina, não demorou segundos e o fogo começou:
— Filho da puta. - Disse alto e sai.
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Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)
RomanceAs diferenças gritavam entre os dois, enquanto ela era o acerto dele, ele seguia sendo o erro dela. Ruan é um motoqueiro acostumado com as ruas e os desafios duros da vida, conseguindo tudo com muito esforço. Enquanto Isabelle é a primogênita com um...