13º

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— Ninfeta, vamos à outro lugar. – Retruquei e ela me olhou.

— Nunca! Eu não vou com você a lugar nenhum, você é um grosso, um inconsequente... – A olhei.

— Eu afirmei, não perguntei. Vem. – Fui até a moto, montei nela e a trouxe até a frente de Isabelle.

— Eu não vou subir na sua moto, sem chance. – Disse e eu a olhei.

— A garupa da minha moto é virgem. – Dei outra risada – Monta logo menina. Segure em meus ombros para subir. – Dei a instrução, pois ela era baixinha e teria que se apoiar. Agora decidindo subir em minha moto, fez conforme eu expliquei, se apoiou em mim e logo estava sentada.

— Para onde vamos? – Perguntou e eu virei minha cabeça para vê-la.

— Subiu na minha moto, e ainda quer que eu responda suas perguntas? – Comecei a movimentar a moto e ela colocou suas mãos em minha cintura.

— Você é um grosso, Franck. – Eu ri, ela me chamou por o meu codinome.

— Franck não, pra você é Ruan.

— Por que para mim é Ruan? – Ela segurou em minha cintura com mais força.

— Porque todas as garotas fúteis me chamam de Franck. – Não sei, aquilo saiu de modo que não saberia explicar.

— O que disse? – Fechei até os olhos, pensando no que eu tinha dito.

— Segure forte em mim, eu costumo correr. – Ela entrelaçou, me abraçando completamente, respirei fundo e disparei a moto.

A levei para um ponto mais alto da cidade, correndo na moto e as ruas vazias aumentavam o barulho que o motor fazia, parei a moto em uma das pedras grandes que eram como um cruzeiro, você poderia ver toda a cidade se estivesse ali, não sei o porquê, mas a levei para aquele ligar, naquele momento nada se explicava, apenas acontecia, encostei a moto e sentei em uma pedra que ali havia:

— Vem cá, o que exatamente vamos fazer aqui? – Perguntou e eu a olhei.

— Dá para parar de se preocupar com isso, se eu quisesse fazer alguma coisa com você, eu já tinha feito. – Disse e ela sentou ao meu lado, mas um pouco afastada, estava enraivecida pelo suspense.

— Então, me deve explicações. – Disse, eu não ia explicar, aquilo não fazia mais parte do contexto, aconteceu, passou, foi. E não era nada demais.

— Me fala, não gosta de sua casa? – A olhei e ela olhou para baixo, ficou desconsertada com a minha pergunta, ela continuava confusa.

— É... Na verdade, eu gosto, já gostei mais, é que... Por que eu diria isso a você? – Dei um sorriso de lado.

— Você está louca para falar sobre isso com alguém ninfeta. Nós sabemos  disso. – Ela fez uma cara de raiva mas logo assentiu.

— É, Ruan. Eu não gosto da minha casa e de como as coisas têm sido. – Afirmou e eu me calei por alguns segundos.

— Tem problemas com sua família?

— Sim, tenho. Agora estão ficando cada vez maiores. É aquele efeito bola  neve.  – Imaginava que era cheia de problemas.

— Aparenta ter uma vida ótima, garota. Cheia de caprichos e bailes. Sei que pode estudar nas melhores universidades e viajar para onde quiser. – Ela me olhou e tocou meu braço. Era difícil entender o que estava acontecendo.

Pietro:

Mas que tédio maldito! Não gosto de sentir tédio, em Miami eu nunca sentia essa sensação de quem não tem ninguém e nem nada para fazer, ali eu tinha com quem, Isabelle, mas o pior é que aquela garota o que tem de linda tem de complicada, como ela pode ser tão boba e querer visitar um traste que sei lá onde está?! Isso é coisa de gente ingênua. Jamais faria isso.
Eu vou fazer o possível para tirar essa ideia da cabeça dela, a cada segundo minha vontade de tê-la era maior.
A mãe dela é uma interesseira daquelas, mesmo tendo muito dinheiro não quer pensar na possibilidade de um dia chegar à miséria, o preço é a filha dela, que com certeza ela venderia como era antigamente, é bizarro. Fui ao quarto de Mauricio, ele estava mexendo no notebook:

— Ah cara, que falta de sono, o que manda ai? – Ele me olhou.

— Falta de sono, garanhão? Não posso acreditar! Logo você, justo o cara que começa a noite e só termina as 12 h do dia. – Falou com tom de ironia, Mauricio é metade chato e a outra metade sem graça.

— Mas é só por hoje meu querido irmão. – Ele riu.

— Uau, é vidente agora?

— Se quisesse eu saia agora e pegava quantas eu desejasse, mas não posso, eu tenho uma garota na mira. – Ele me olhou.

— Quem?

— A Isabelle, pô.

— A Isa? Cara... Nem tenta... Ela é difícil. – Agora eu ri.

— Quem pode ser ela, quando eu estou por perto? Nada! Comigo as coisas funcionam. – Disse em tom irônico - Ela e eu começamos a ficar, temos um que se pode chamar de "lance".

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora