66º Capítulo

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Me resultou em uma dor de cabeça muito grande, quem quis me matar agora a tarde? Meu pai me levou pra casa dele e eu fiquei deitada no sofá, ele estava irritado e me disse o porquê de estar daquele jeito, e quando ele me disse o que minha mãe fez quando contaram que eu estava no hospital, foi uma decepção grande:

— Sua mãe não pode ser tão fria, não pode. - Eu o olhei.

— Não se aborrece. - Eu estava triste - Papai, eu não quero voltar pra casa, quero ficar com você. - Ele me olhou, quando Ruan adentrou.

— Então, como está a vítima? - Perguntou me olhando, e eu sorri.

— Eu estou bem, tirando a dor de cabeça, o enjôo e raiva que estou da minha mãe. - Meu pai sorriu deixando a sala.

— Você é forte, eu nunca duvidei disso. Basta descobrir quem quis te espancar hoje. - Disse sentando na minha frente.

— Ah, sei lá! De repente me senti alvo de alguém, aquele cara me disse que precisava fazer aquilo. Para onde você ia me levar? - Ele virou o olhar, meio pensativo.

— Ia te levar pra conhecer um lugar que se renovou, mas temos todo tempo do mundo, então... Descansa e eu te levo amanhã. - Ele ia levantando, quando eu peguei sua mão o impedindo de andar, levantei devagar, e abracei ele com força.

— Meu amor... - Disse baixinho em seu ouvido.

— Ninfeta... - Sussurrou logo após, então eu o olhei nos olhos.

— Você me salvou, mais uma vez. - Ele me olhou sem entender.

— E te salvarei sempre que eu puder. - Eu beijei ele lentamente, e aos poucos o beijo ficou intenso, mas meu pai apareceu e fingiu estar com pigarro. - Eu já estava de saída, se cuida Marechal... Até. - Ele saiu e meu pai me olhou.

— Vocês merecem ficar juntos e bem, o resto é detalhe, a gente ajeita. - Disse sorrindo, e era tão bom ter o apoio do meu velho!

Então eu e meu pai começamos a conversar, jogando papo fora, e eu disse que Pietro tinha fingido ser meu amigo, mas que nunca teve intenção disso, então eu fui tomar um banho e quando terminei ouvi a voz da minha mãe, ela estava discutindo com meu pai:

— Você apoia Isabelle? Você está ficando louco Marechal? Esse rapaz nunca vai ficar com a minha filha. - Disse alto e meu pai pareceu tomar voz.

— Eu apoio! Sua filha? Ela também é minha filha, Hellen. Você não tem direito de decidir o que Isabelle vai fazer. - Disse ele.

— Não?! Essa pirralha vai pra Miami com o Pietro. Não vai ficar aqui e muito menos com esse marginal que não tem onde cair morto, você é um péssimo pai! - Gritou e eu entrei no meio da briga.

— Diferente de você, ele é ótimo! Dona Hellen. - Disse ficando frente a ela.

— Você não vai fazer da sua vida o que você deseja, eu não tive uma filha pra passar fome! Eu quero minha filha com dinheiro e tendo direito a luxo. - Meu pai a interrompeu.

— Você não pode decidir o que Isabelle vai fazer, eu já disse isso! Você quer luxo e dinheiro, mas não sabe nem amar as pessoas. - Disparou e isso era como tentar dar nó em pingo de água.

— Isabelle, vamos pra casa, você tem uma viagem amanhã. - Disse e eu ia ser bem direta.

— EU NÃO VOU VIAJAR, EU NÃO QUERO IR A LUGAR NENHUM, VOCÊ QUER LUXO, MAS EU NÃO QUERO ISSO, MÃE! EU CANSEI DE FICAR DEBAIXO DA SUA ASA, FAZENDO TUDO O QUE VOCÊ QUER, INDO AOS LUGARES QUE VOCÊ QUER, NÃO SOU UMA BONECA DE CORDA. VOCÊ É UMA PÉSSIMA MÃE, NUNCA ME AJUDOU EM NADA... SÓ A ESCOLHER QUAL A ROUPA DA PRÓXIMA FESTA! E QUANTO AO RUAN, MÃE EU O AMO, E QUERO FICAR COM ELE. NÃO ME INTERESSA SE VOCÊ ACHA QUE ELE NÃO É O CERTO, QUEM ESTÁ COM ELE SOU EU. SAI DA MINHA VIDA, E VIVE O QUE VOCÊ QUISER, MAS ME DEIXA VIVER EM PAZ! - Ela me deu um tapa no rosto.

— Hellen, você passou dos limites. - Disse meu pai e então ele a tirou da casa.

— Não, pai... Espera só! - Fui até a porta e revidei com toda a força o tapa que ela deu em mim.

— PRONTO! ESTAMOS DE IGUAL PRA IGUAL. SAI DAQUI, E NOS DEIXA EM PAZ! - Disse alto e ela me olhou com lágrimas escorrendo no rosto.

— Filha... Me ouve! - Disse me vendo fechar a porta e trancar com a chave, comecei a chorar encostada na porta - Filha, eu quero o seu bem... Só isso! - Então ela desistiu por hora e foi embora.

— Vem cá, querida. - Meu pai me abraçou, e eu chorei em seu ombro.

Ruan narrando:

Eu achei melhor deixá-la descansar, então liguei pra Peralta e ele me disse que os rachas iam começar em pouco tempo. Fui pra pista de rachas, mas não ia correr, só fui pra conversar:

— Léo, parabéns pelo seu trabalho. - Disse o olhando, pegando de sua mão o whisky e levantando o copo, como um brinde.

— Meu trabalho? Que trabalho? - Eu olhei pra ele, enquanto todos estavam se preparando.

— Sua vingança contra o cara que fez aquilo com você. - Ele deu um sorriso.

— Ele morreu? - Perguntou.

— Em partes, é pior até do que morrer por completo. - Então Peralta veio até nós.

— Ruan, você veio de carro. Não vai correr conosco?

— Não, Peralta. Vim só pra parabenizar Léo, já estou de saída. - Então olhei pro fim da rua e vinha uma garota, era Andressa.

— Ah, é uma pena. Saindo daqui a gente vai pro bar do porto, subindo a rua. Se quiser ir, vá. - Disse Peralta e eu os deixei caminhando até Andressa, e ela parou me olhando.

— Ruan, eu quero falar com você. - Disse me olhando, muito séria.

— Então, já pode falar. - Disse e ela ficou um tanto desconfiada, olhando para baixo e para os lados. - Andressa... Fala!

— Ruan, aconteceu alguma coisa com aquela pirralha? - Perguntou e eu afirmei que sim.

— Aconteceu. Pera ai, como você sabe que aconteceu algo com ela? - Andressa tem alguma coisa haver? - Me responde! Agora. - Ela olhou pra mim, um tanto nervosa.

— Lamento muito, na hora eu fiquei enraiveicida.

— Andressa, você tem algo haver? - Ela me olhou.

— Eu mandei o meu irmão fazer o que ele fez. - Eu a encarei.

— Por que você fez isso? - Fiquei bastante irritado, mas a maior raiva que eu tive, foi a de achar que ela era uma garota valiosa.

— Eu fiz isso porque eu te queria, e também porque ela tinha me batido. Lamento ter feito isso, e também lamento ter aparecido pra causar, lamento. - Eu não a olhei.

— E eu lamento que eu tenha achado que você era uma garota jóia. - Disse dando as costas e ela pegou no ombro.

— Eu só fiz isso porque tinha fé de ter encontrado alguém que fosse mágico comigo, que me ajudasse, que... ao fim me amasse. - Eu fiquei de frente pra ela. E a ouvindo me dizer aquilo, eu imaginei que eu também quis isso, que Isabelle me ajudou e em fim me amou do meu jeito.

— Andressa eu não quero que se aproxime mais de mim. - Disse a olhando.

— Eu vou embora, vou voltar pros meus pais, Ruan me perdoa.

— Vai com fé, e vê se não faz mais coisas desse tipo. Meu perdão é besteira, o negócio é com Deus. - Então eu deixei-a sozinha e fui até meu carro, adentrando e saindo.

— Eu te amo. - Sussurrou.


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