30º

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Ruan:

Fui de moto para a capital e passei a noite inteira na estrada. Quando cheguei já amanhecia e eu apenas parei para tomar um café e logo fui para o Centro de Espera Regional:

— Quero visitar Leonardo Nogueira! - A recepcionista procurou nos dados do computador.

— Leonardo Nogueira, você é familiar dele? - Perguntou.

— Eu sou irmão de criação dele. Ele está aqui? 

— Sim, está. 

— Posso vê-lo? 

— Temos horário correto para visitar. São de 15 às 17 horas. 

— Valeu. - Eu fingi que sai, mas não fui embora, aproveitei que o lugar estava deserto e sai pelos corredores, eu ia ver Léo e ponto final. Que diferença faz a hora?

Isabelle:

Dormi mal, não foi uma noite agradável, afinal eu fiquei perdida em meus pensamentos até umas 02h00min, e se a minha mãe fizer o que ela falou? Se ela colocar Anne em um colégio interno? Preciso fazer alguma coisa, não vou deixar ela fazer isso só porque acha que é certo, ou apenas por afronta como ela sempre gosta de fazer. Não é correto prejudicar uma criança por birra! E Ruan? Como assim "Vou sair da cidade por uns dias" e não me fala para onde vai, o que me faz mal é tanto segredo, eu não sei nada sobre Ruan, ele é uma icógnita em todos os sentidos, eu já tentei muitas vezes descobrir de onde ele é e como foi parar ali, por que ele é sozinho? Meu Deus, eu nunca tive tantas dúvidas como tenho agora. 

Acordei próximo das 8h, tomei um banho quente e fiquei mais relaxada entre aspas, eu tenho que buscar informações sobre Ruan, tenho que encontrar o tal Peralta... Que é um grande amigo dele, espero achá-lo e conseguir respostas, suponho que por serem amigos, eles tenham personalidades parecidas, então minha missão se torna ainda mais difícil. Não tomei café, apenas sai sem dar explicações. Liguei para Fabíola:

— Amiga, preciso de sua ajuda... 

— Nossa, o que houve? 

— Eu quero muito que peça a sua prima o número de uma pessoa. 

— Antes era pra pedir encontros com o Ruan. Minha prima é meio chata, o que quer que eu peça agora? - Ela não entendia a urgência!

— Olha só, eu quero que peça por favorzinho o número de Peralta. - Mal sabia pronunciar esse nome.

— Peralta? Que nome estranho, vou pedir, mas não garanto que ela me dê. - Foi o que ela me disse, eu parei em uma praça qualquer, e fiquei sentada em um dos bancos. Esperei mais de trinta minutos e nada de Fabíola me ligar, continuei esperando, e até que em fim ela me ligou, ela contou que foi complicado de conseguir o número porque sua prima é bastante desconfiada e já achava que ela estava metida em confusão de tanto pedir favores. Eu agradeci e desliguei.

Pensei um pouco antes de ligar, eu não sei se é certo perguntar a outra pessoa coisas sobre ele. Eu quero respostas, eu quero saber sobre ele! Com o número discado eu fechei os olhos e apertei para chamar, coloquei no ouvido e fui na fé:

— Alô? 

— Peralta?

— Ele mesmo. Quem é? 

— Isabelle. 

— Isabelle? Hum? - Talvez ele estivesse achando aquilo muito estranho.

— Sim, Isabelle. 

— Pode explicar, se não for pedir muito.

— Vou te explicar, quero falar com você, conversar. Você pode? 

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora