10º

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Ao chegarmos à casa, eram 22h40min e claro, todo mundo foi dormir, menos eu, tinha dormido demais e agora me faltava sono. Fiquei lendo alguns dos meus livros, e pensava em mim e na relação com Pietro, acho que sim, que agora sim estamos ficando de verdade. A janela do meu quarto era grande, e ficava de frente para a rua, a lua estava lindíssima e era nova, estava belíssima.
Ouço um barulho de moto acelerando pela rua e fiquei curiosa, mas não olhei, porém o barulho continuou e minha curiosidade não me deixou não olhar o que deveria ser aquilo.
O que?! Era o tal motoqueiro de novo?! Eu pedi para ele me deixar em paz, e por que ele não deixou?! Que droga! Ele parou a moto de frente a minha casa e parecia começar a conversar com Marques, eu estava de pijama, mas me veio a mente colocar um casaco sobretudo preto, e descer para entender a situação, estava com raiva:

— Marques o que ele está fazendo aqui? – Perguntei olhando para Marques "o mordomo".

— Senhorita, não sei, estava me cumprimentando apenas. – Disse e eu fui até o portão, ele estava colocando a jaqueta e eu abri o portão, tinha um pouco de medo, mas fui até ele.

— Não disse que não era pra eu me meter com você? – Falei e ele me olhou, e deu uma risada.

— Olha só ela, agora sã. – Não entendi o que ele quis dizer, e minha expressão foi a de "O que?" – Eu disse isso? Ah eu disse, mas eu não quero que se meta comigo, mas eu sim posso me meter com você. Cada um com a suas permissões. – Falou e o tom irônico me fazia enraivecer mais ainda.

— O que quer? Me fala! – Ele riu novamente, se encostando a sua moto.

— Não tenho objetivo certo, quis vir aqui, seu mordomo é gente boa, um tanto esperto, mas é gente boa. – Falou e eu não me interessava pelo que ele falava, mas achava interessante o seu jeito de ser cínico, extremamente cínico.

— O que quis dizer com agora sã? – Ele me olhou dos pés a cabeça.

— Quis dizer, você não lembra, é melhor deixar quieto, não acha? – Perguntou e eu agora estava mais confusa, não conseguia entender nada.

— Não, vou ficar curiosa. – Ele sorriu.

— Meninas como você, não se lembram do dia anterior. Vivem apenas o presente. Fazem tudo pra ser certo e monótono.  – Porque ele era tão malvado? Minha raiva chega ao limite.

— Não faz sentido eu ficar aqui trocando farpas com você, seu grosso. – Eu dei as costas e ele tratou de se retratar.

— Calma ninfeta! Eu vim ver se estava tudo numa boa com você. – Quando ele disse aquilo, eu me virei e ele estava sério, pela primeira vez sério, mas... Era estranho, por que ele ia querer saber como eu estava?

— O que?

— Mas está bem, não vou ficar aqui conversando com você, isso não me dá futuro, até uma próxima. – Ele subiu na moto e antes de sair, eu o toquei no braço.

— Quero entender tudo isso, não está fazendo sentido. – Ele me olhou e em seguida olhou para a frente.

— Não vou te explicar, se não se lembra, se ferra. – Saiu e fiquei olhando sua moto sumir, continuei completamente confusa. Esse cara é um infeliz!

Pietro:

Eu disse que conseguiria Isabelle, eu disse! Ela me quer, está apaixonada e é isso que eu queria, porque com ela eu quero algo mais sério, ela é a melhor escolha que eu posso fazer, vejam só, ela é linda, fina, delicada, não sai com todos, para mim é a melhor de todas.
Estou vibrando nessa noite e resolvi dar uma volta por ai, com o som do carro em uma altura das maiores Give Me Everything (Tonight) era o que tocava, parei em um bar e pedi algumas bebidas, mas a garçonete me chamou a atenção:

— O que vai querer, moço? – Me flechava com os olhos, que oferecida!

— Eu vou querer alguns drinques, mas vejo que aqui posso ter mais coisa que isso, não é? – Ela sorriu do outro lado do balcão.

— Você é uma gracinha, mas estou em horário de trabalho. – Eu ri, que história é essa? Ninguém me dá fora.

— Eu pago as horas que gastar com você, acha mesmo que isso é um problema? – Disse e ela sorriu de canto a canto.

— Quem é você? – Perguntou.

— Pietro Petrovick, já ouviu falar em mim, não já? – Eu sorri e ela piscou o olho.

— Ah não? Pietro? O que... chegou de Miami e... – Eu ri.

— É, ele mesmo. Por favor, não faça um alarme. Sem polêmicas. – Pisquei o olho e ela tirou o avental.

— Estou livre, não posso deixá-lo passar disperso. – Eu ri e ela soltou os cabelos que estavam presos a um coque.

— Não vamos perder tempo, acho que não vou poder fazer isso em breve.

Saímos do tal bar, e eu levei aquela oferecida a um motel qualquer, claro, foi uma diversão e tanto, mas somente isso. Sempre temos que diferenciar o que deve ser permanente e o que é temporário.

Isabelle:

Mas... Mas o que o motoqueiro quis dizer? Porque eu não sei do que ele estava falando. Por que ele iria querer saber se estou bem ou mal? Agora eu fiquei muito confusa, tenho que esclarecer isso, porque eu não vou ficar feito uma vegetal parada tentando entender coisas que não fazem sentido! Logo adentrei e vi minha mãe sair do quarto e vir em minha direção, antes que eu entrasse no quarto ela me chamou:

— Querida, quero conversar com você. – Eu a olhei, já imagino para que.

— Ah, mãe... Eu já imaginava, o que quer me dizer? – Perguntei e ela beijou meu rosto.

— Você é brilhante, conseguiu conquistar o Pietro, vocês vão ser um casal maravilhoso, eu estou feliz. – A imagem do motoqueiro me vinha a mente e mal prestei atenção no que ela falou.

— Ta, vou dormir, boa noite. – Falei olhando pro vazio da parede à frente.

— Já vi que está pensativa demais, tudo bem, vá dormir, até amanhã. – Falou e eu a olhei.

— Xau, mãe. – Entrei no quarto e fechei a porta, cai na cama de cara nos travesseiros.

— Me ajuda a entender tudo isso, meu Deus! Nunca estive tão confusa como agora. O que aconteceu?

Ruan:

A mimada não lembrava de nada, bem que eu imaginei, ficou muito bêbada, mas foi bom vê-la se perguntar o porquê de estar ali e de ouvir coisas que ela não entendia, fui para o meu rancho e tomei algumas doses de uísque, preferi me calar diante da situação para deixá-la com uma interrogação, logo ela ia vir me ver e saber porque eu estava falando algumas coisas "estranhas". Estratégias para conseguir o que se quer, simples assim. Dormi perto das 0h.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora