60º Capítulo

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— Onde você ta? - Perguntou e eu gritei, ele viu que eu estava no lago, fingi que estava afundando e não conseguia respirar. - Se mantém de pé, eu vou te pegar. - Disse alto, tirando a jaqueta e pulando na água. Então ele nadou até onde eu estava e ele pegou minha mão, me pegando com a outra mão pela cintura.

— Eu sei, sou estúpida demais. - Disse o olhando, e ele me trazia para a superfície.

— Você é mesmo muito estúpida, mas não ia te deixar morrer. - Ele me deitou na grama e depois sentou do meu lado.

— Me diz uma coisa, por que não me deixaria morrer? Eu te acusei quando você era inocente, eu te julguei. - Ele não me olhou, olhou pro céu.

— Eu sei que fez isso, mas Isabelle, eu não faço o que as pessoas pensam, eu não hajo por possibilidades e sim pelo que eu acho que é certo. - Disse e eu me sentei, o olhando nos olhos.

— Eu quero que me perdoe, que me perdoe pelas minhas palavras, pelo que eu disse. - Ele me olhou.

— Tinha razão, quando disse que eu sou um criminoso, que eu só penso em vingança, você tinha razão, eu não consigo ser uma boa pessoa, um bom cara, eu sempre erro nas minhas escolhas, tanto que eu escolhi a garota errada para amar. - Aquilo foi profundo, eu tinha vontade de abraçá-lo, não sei.

— Eu sou a garota errada?

— Não, talvez você seja a garota certa pro cara errado. - Ele não era o cara errado!

— O cara errado? Não, definitivamente não, você me ajudou, você me mostrou que a vida não é um castelo, que não se escolhe quem ama, me ensinou a ser mais forte e persistir naquilo que eu quero, Ruan você não é um erro, eu tenho muito que te agradecer. - Ele deitou na grama.

— Eu me tranquilizo em saber que marquei em participar da sua vida, mas... Você fica melhor sem mim. - Afirmou e eu aproveitei que ele estava deitado para ficar por cima dele, então ele me olhou nos olhos.

— Eu odeio minha vida sem você! - Afirmei e ele sorriu com ironia na expressão.

— Não seja tão intensa, você quer que eu fique com você, porquê eu sou o refúgio de uma vida cheia de caprichos, Isabelle. Admita! - Eu não sei, mas é como se ele quisesse que eu desistisse dele.

— Eu não quero você como um refúgio. - Ele tocou minha cintura.

— Você vai pro exterior, vai me esquecer e quando estiver com seus filhos, conte a eles o que eu fui pra sua vida. Somente. - Ele tentou levantar e eu não deixei, segurei seus braços, mesmo sabendo que ele tem mais força que eu.

— Mesmo que seja a última vez, é como você me disse, não fazer o certo e sim o que se quer. - Eu o beijei, e foi um beijo que durou uns 30 segundos, então ele parou o beijo e eu fiquei de olhos fechados.

— Não sabe o quanto me mata fazendo isso... - Disse e eu abri os olhos.

— Ruan... - ele tocou meus lábios me fazendo silenciar.

— Se eu te amar mais um pouco, eu enlouqueço! - Ele me deitou e se levantou, então em pouco tempo eu levantei, ele caminhou até a casa e eu também fui.

— Eu sei o quanto me quer, eu também quero você, Ruan, por favor. - Falava e ele me olhou.

— Vê essa vela. - Ele pegou a vela pela base. - Ela está acesa por não tem vento aqui, mas se eu fizer isso. - Ele assoprou e a vela apagou - Ela apaga.

— O que isso tem haver?

— A nossa chama, não está viva, não está mais acesa. - Disse ele e eu joguei a outra vela no chão com toda a força.

— Então me leva pra casa e pronto. Nossa chama se acabou, então me deixa pra lá! - Então ele me puxou, me colocando contra a parede.

— Eu te avisei, você quis ir em frente. - Disse ele e eu não entendi.

— Eu quis ir, é problema meu! - Ele tocou meu rosto e me puxou pela cintura.

— Isso, você fica ainda mais bonita quando tenta ser marrenta. - Eu o olhei.

— Me solta! - Disse alto e ele me apertou.

— Isso, continua assim. - Eu tentei empurrá-lo. - Quer saber, eu não gosto de passar vontade. - Ele me beijou e tentou tirar minha blusa, eu não deixei.

— Eu sou apenas uma vontade? - Perguntei e ele fingiu pensar.

— Não, você não é uma vontade. Vontades passam, você não. - Disse com sinismo e neste momento o olhei.

— Vai pro inferno! - Disse e ele pegou minha blusa pela base e a rasgou de uma vez.

— Não seja rebelde, eu sou pior que você! Aproveita, este momento pode ser o último. - Eu o olhei com a respiração alta.

— Se for... o último, prefiro que termine com um abraço e um boa sorte. - Ele me olhou ficando sério.

— Depois de nós transarmos, eu te abraço e te digo isso. - A irônia me irritou, mas ele não me deixou responder, me beijando.

Ruan narrando:

Sabe quando o cara quer afastar pra não acabar fazendo estrago, mas não adiantou, eu e ela ficamos juntos e ela dormiu depois de um tempo, eu ia esperar que ela acordasse e lhe daria um abraço pra falar "Boa sorte, no azar é claro", bom, eu fiquei jogando pedras no lago e toda pedra que eu via fazer volume era como se fosse Isabelle caindo sobre mim, tinha aquele efeito, de agitação. Fiquei entediado, não quis acordá-la, mas logo ela acordou e veio até onde eu estava:

— Não era pra ter me deixado dormir. - Disse e eu a olhei.

— Tinha esquecido o quanto você é gostosa. - Ela me olhou e eu sorri - então... - A abracei.

— Por que está me abraçando?

— Boa sorte, desejo que seja muito feliz. - Ela me olhou irritada.

— O que está me dizendo? Era uma bobagem!

— Eu levei a sério, boa sorte. Vou te levar em casa e até uma outra vida! - Eu peguei a chave da moto no bolso da calça.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora