44º Capítulo

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Ruan narrando:

A conversa com o pai dela me fez ter um pouco mais de esperança, eu a amo, mas não sei se é justo chegar e deixar ela com vários problemas, isso não é certo. Assim que tomei o meu café, liguei para Peralta e ele me disse que precisava falar comigo, eu fui para a central de rachas, onde ele estava combinando o racha da noite:

— Então, qual é a boa? - Eu o olhei, o cumprimentando com um aperto de mão.

— A boa é que, vou correr, hoje. - Peralta abriu um sorriso.

— Isso, eu sabia que você ia voltar, pras pistas. Lá é o seu lugar, velho! Lá é o teu lugar. Hoje vamos comemorar a sua volta, Franck. - Ele se empolgou e eu queria voltar as pistas.

— Então Bob, o racha de hoje tem lugar pra mais uma moto? - Perguntei o olhando, Bob é um velho motoqueiro.

— Pra sua moto, sim. Então, vou levar as garotinhas. - Peralta abriu um sorriso.

— Leva, leva mesmo. - Concluiu.

— Bob, até a noite.

Fomos para o meu rancho, tomamos uns copos de uísque e conversamos. Hoje eu ia voltar a correr, me faltava alguém, mas eu vou me acostumar. A noite chegou e eu tomei um banho, vesti meu traje das corridas, e quando cheguei na pista principal, onde sempre aconteciam os rachas. Várias garotas e todos os motoqueiros me esperavam, meus amigos:

— Que bom que voltou. - Falou Peralta e eu os cumprimentei.

— Que bela recepção, viciados em adrenalina. - E pra minha surpresa, ao lado de Peralta estava uma bela moça, nunca vista antes.

— Está é Andressa. - Disse Peralta e ela sorriu.

— Andressa? Acho que não nos conhecemos. - A olhei e ela ficou séria.

— Não, mas você é bem conhecido, Franck. Ganhou muitas corridas seguidas. - Disse e eu me interessei.

— Hoje deveríamos levar garotas na garupa... E só de calcinha e sutiã. - Sugeriu Peralta.

— Peralta deu uma boa ideia. - Disse Felipe sentado na moto, com uma garota passando a coxa em sua coxa.

— E depois de correr, leve a garota pras nuvens. - Retrucou Nathan.

— Posso escolher com quem correr? - Perguntou Andressa me olhando, ela quer se queimar.

— Não, eu já te escolhi. - Eu disse com um sorriso cínico e ela se encostou em minha moto.

— Samara, eu vou levar você. - Disse Peralta a olhando, e ela sorriu, dando beijos no rosto dele.

— Está na hora, são 22 h. - Disse Samara nos olhando.

Começamos a correr, com as garotas nas garupas das motos, Andressa me agarrou pela cintura e eu disparei.

Isabelle narrando:

Fui ao rancho de Ruan, mas não tinha ninguém lá, fiquei algum tempo esperando naquela rua vazia. Então resolvi ir para casa, quando andava pelo segundo quarteirão, fui surpreendida por um homem:

— Isto não é hora de meninas ficarem na rua. - Disse se aproximando de mim, eu peguei meu celular no bolso da saia e fingi não ter escutado, infelizmente ele não me deixou ir. - Fingindo que não me ouviu? Isso é perigoso demais.

— O que você quer? Meu celular? - Ele sorriu.

— Vou adorar ter outra coisa. - Ele enrolou meu cabelo em sua mão e puxou com força, eu gritei. Ele tapou minha boca com sua mão e me puxou para as ruas afora. Eu tentava me soltar e toda a tentativa era frustrada. Chegamos a um beco escuro e também deserto, ele me jogou no chão.

— O que vai fazer comigo? - Eu temia, minhas lágrimas de desespero se misturavam com o meu medo.

— Fica ai, vou ver se não vem ninguém. Não saia daí, eu lhe mato. - Tirou um canivete do bolso e foi até a rua.

— Ruan me atende. - Liguei pra ele e não atendia, eu ia morrer, aquele homem ia me fazer muito mal. O homem caminhava de volta e eu digitei um sms: Socorro! Vão me matar, um beco perto da sua casa!

— O que está fazendo com esse celular? Menina idiota! - Eu cliquei em enviar e ele tomou o celular da minha mão, então ouvi quando o celular deu um toque e aquilo significava que já havia enviado.

— Me deixa ir embora, eu te dou dinheiro... - Ele riu.

— Garota, o que eu quero você vai me dar. - Tirou sua camisa e eu comecei a gritar e ele começou a rir.

— Ninguém mora por aqui, ninguém. Grita, vai. - Eu chorava e ele começou a beijar meu pescoço, eu chorava.

Ruan narrando:

Ganhei o racha, e tinha direito a levar Andressa pro meu rancho. Ela estava afim. Tomamos uns porres e quando nos preparávamos pra ir pro meu rancho, meu celular tinha uma mensagem de Isabelle: "Socorro! Vão me matar, um beco perto da sua casa!":

— Andressa eu vou embora, até depois. - Ela não entendeu e eu não faria questão, subi na moto e fui a toda velocidade para as ruas próximas ao meu rancho, desci da moto e pensei onde tinha um beco, o beco mais próximo fica a dois quarteirões.

No começo do beco não tinha nenhum movimento, pensei em não ir, mas era Isabelle, era ela! Fui até o fim do beco e quando apontei a luz do celular tinha um cara em cima de uma garota, várias peças de roupa jogadas de lado e era Isabelle. Eu puxei o cara pela camisa:

— Mexeu com a garota errada, Major. - Dei dois socos nele e ele caiu no chão, dei vários socos em seu estômago até ele desmaiar. Minha raiva me fez chutá-lo várias vezes. Quando olhei para Isabelle, ela estava de olhos fechados, com sangue escorrendo em sua boca, vindos de sua testa que estava cortada.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora